Após três dias em alta, milho fecha pregão em queda na BM&F; no mercado interno, preços seguem firmes

Publicado em 14/01/2016 16:55

Após três dias consecutivos em alta, as cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa encerraram a quinta-feira (14) do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity exibiram desvalorizações entre 0,37% e 2,24%. Apenas o vencimento janeiro/16 se manteve em alta, com ganho de 0,71%, cotado a R$ 42,84 a saca. O março/16 retomou o nível de R$ 41,00 e finalizou a sessão a R$ 41,95 a saca, com queda de 1,64%.

Enquanto isso, no Porto de Paranaguá, as cotações seguem sustentadas no patamar de R$ 44,00 a saca do cereal. No terminal de Rio Grande, o preço consolidou a movimentação negativa registrada ao longo do dia e caiu 2,86% nesta quinta-feira, com o preço de R$ 34,00/saca. Em São Gabriel do Oeste (MS), a cotação caiu 1,49% e voltou ao patamar de R$ 33,00 a saca.

Em Campo Novo do Parecis (MT), a saca do milho apresentou alta de 8,70%, cotada a R$ 33,00. Já em Tangará da Serra (MT), o ganho foi de 6,52% e a saca a R$ 24,50. Na praça de Cascavel (PR), a alta foi menor, de 3,45%, com a saca a R$ 30,00. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.

Os analistas ainda relatam que as cotações do cereal têm acompanhado a movimentação cambial. Ainda hoje, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,9983 na venda, com queda de 0,31%. Na máxima do pregão, o dólar tocou o patamar de R$ 4,0428 e R$ 3,9910 na mínima. Conforme informações da agência Reuters, a recuperação nos preços do petróleo acabou compensando as preocupações com a saúde da economia da China e o com o cenário fiscal brasileiro.

Porém, o câmbio continua como um dos principais fatores de suporte aos preços do milho no mercado brasileiro. A competitividade do produto perante o mercado internacional possibilitou exportações fortes registradas desde o segundo semestre de 2015. Os especialistas acreditam que o volume embarcado na temporada já supera o recorde de 2013, de 26,6 milhões de toneladas e que as exportações devem atingir as 35 milhões de toneladas.

Como consequência, os estoques brasileiros estão mais enxutos, o que, por sua vez, torna a relação oferta e demanda mais ajustada e é favorável ao mercado, ressalta o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Bolsa de Chicago

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta quinta-feira (14) próximos da estabilidade. A primeira posição permaneceu estável em US$ 3,58 por bushel. As demais posições do cereal exibiram quedas entre 0,25 e 1,00 pontos. Já o contrato o maio/16 era negociado a US$ 3,62 por bushel.

"É difícil comentar a situação porque não há nada acontecendo no mercado. As vendas para exportação precisam ser maiores para alcançarem as estimativas de demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), porém, simplesmente não vejo isso acontecendo", disse o analista de grãos da EHedger LLC, Dustin Johnson, em entrevista ao Agriculture.com.

Ainda hoje, o departamento americano informou que as vendas da safra 2015/16 de milho somaram 669,2 mil toneladas, na semana encerrada no dia 7 de janeiro. O volume indicado ficou acima das projeções dos participantes do mercado, que giravam entre 400 mil a 650 mil toneladas do grão. Em relação à semana anterior, o número apresentou um crescimento considerável, já no comparativo com a média das últimas quatro semanas, o número é 14% maior.

Contudo, mesmo como o novo reporte, as vendas do cereal permanecem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, em torno de 25%, conforme dados do site internacional Pro Farmer. No acumulado da temporada, as vendas de milho totalizam 21.243,3 milhões de toneladas.  E, nem mesmo o anúncio da venda de 102,1 mil toneladas do cereal ao México foi suficiente para impulsionar as cotações. O volume negociado será entregue na temporada 2015/16.

Além do foco na demanda pelo produto norte-americano, os analistas ressaltam que os investidores começam a observar a próxima temporada no país. Isso porque, é consenso entre os especialistas de que os atuais patamares praticados em Chicago para o grão não cobrem os custos de produção.

Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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