Milho: Em Chicago, preços operam com ligeiras quedas, próximos da estabilidade na manhã desta 5ª feira
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as principais posições do milho exibem ligeiras perdas na manhã desta quinta-feira (14). Por volta das 7h00 (horário de Brasília), os contratos da commodity exibiam quedas entre 1,75 e 2,00 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,56 por bushel, após encerrar o dia anterior a US$ 3,58 por bushel.
Sem grandes modificações nos números reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu último boletim de oferta e demanda, as cotações do cereal operam de maneira técnica. Diante desse cenário, as atenções seguem voltadas à demanda pelo produto norte-americano. Ainda hoje, o órgão divulga o novo relatório de vendas para exportação.
Na semana anterior, as vendas de milho ficaram em 252,9 mil toneladas, contra as 400 mil a 600 mil toneladas esperadas pelos participantes do mercado. De acordo com dados dos sites internacionais, as vendas do grão estão cerca de 25% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. No acumulado na temporada, as vendas de milho somam 20.575,1 milhões de toneladas, até a semana encerrada no dia 31 de janeiro.
Além disso, os investidores também observam a definição da nova safra nos Estados Unidos. "O milho nos patamares abaixo dos US$ 4,00 por bushel não cobre os custos de produção nos Estados Unidos. Consequentemente, os produtores deverão ser mais cautelosos em relação aos negócios antecipados", afirma Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Nesta 4ª feira, preço estável em R$ 44,00/sc em Paranaguá, já no mercado interno alta de até 9,09%
Apesar da queda registrada no dólar, o preço da saca do milho no Porto de Paranaguá permaneceu estável nesta quarta-feira (13), em R$ 44,00 a saca. No terminal de Rio Grande, o dia também foi de manutenção dos valores, em R$ 35,00 a saca. Paralelamente, as cotações subiram 9,09% e chegaram a R$ 30,00 em Ubiratã e Londrina, ambas as praças paranaenses. Em Cascavel, também no Paraná, o ganho foi menor de 5,45% e a saca do cereal cotada a R$ 29,00.
Em São Gabriel do Oeste (MS), os preços também subiram, ao redor de 1,52%, com a saca do cereal a R$ 33,50. Nas demais regiões pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas as cotações permaneceram inalteradas. Enquanto isso, a moeda norte-americana fechou o pregão a R$ 4,0109 na venda, com queda de 0,85%. O movimento negativo é decorrente dos dados melhores sobre o comércio da China, conforme informações reportadas pela agência Reuters. Ao longo do dia, o dólar chegou a operar abaixo dos R$ 4,00, porém, a volatilidade dos preços do petróleo no cenário internacional acabou afastando o câmbio das mínimas.
Já na BM&F Bovespa, as cotações também fecharam em campo positivo, pelo terceiro dia consecutivo. As principais posições da commodity exibiram altas entre 0,83% e 1,77% no encerramento do pregão desta quarta-feira. O vencimento janeiro/16 era cotado a R$ 42,54 a saca e o março/16 a R$ 42,65 a saca.
E, além do dólar que tem dado impulso aos preços no mercado doméstico, os analistas também ressaltam que o cenário de oferta e demanda do grão está mais ajustado no país. As exportações, que seguem aquecidas, contribuíram para enxugar o excedente de oferta no mercado doméstico. Até o momento, cerca de 30 milhões de toneladas de milho já foram comprometidas e no total da temporada, o volume embarcado deve ficar próximo de 35 milhões de toneladas, ainda conforme reportam os especialistas.
"As cotações do milho apresentam altas entre 30% até 40% em relação ao mesmo período do ano passado. Fôlego decorrente da valorização cambial, mas mesmo que o dólar acomode em um patamar mais baixo, as cotações continuarão a encontrar suporte no quadro de oferta e demanda do Brasil mais ajustado. O milho da safra de verão deverá atender a demanda interna e será bastante disputado", explica Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Safra brasileira
Ainda ontem, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a safra de verão de milho em 27.764,8 milhões de toneladas nesta temporada. Na temporada anterior, os produtores brasileiros colheram ao redor de 30.082,0 milhões de toneladas do cereal. Conforme dados da entidade, a área semeada com o grão caiu 7,8% nesta safra atingindo 5.665,3 mil hectares. Na região Centro-Sul a queda na área semeada chegou a 10,6%.
A Conab ainda projeta os estoques finais de milho, da temporada 2015/16, em 6.650,2 milhões de toneladas. Já o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima os estoques em 7,67 milhões de toneladas, em dezembro, o número era de 8,67 milhões de toneladas.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, as cotações do milho finalizaram a sessão desta quarta-feira (13) próximas da estabilidade. Em um dia volátil, as cotações da commodity testaram os dois lado da tabela, porém, encerraram o pregão com ganhos entre 0,50 e 1,25 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,58 por bushel, já o maio/16 negociado a US$ 3,63 por bushel.
De acordo com informações do site internacional Farm Futures, o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe poucas modificações para o cenário do milho. "O órgão cortou a estimativa de produção para a safra dos EUA, porém, elevou os estoques finais devido ao enfraquecimento da procura e aumento das importações, mantendo os estoques elevados", disse Bryce Knorr, analista e editor do portal.
Ainda nesta terça-feira, o departamento revisou para baixo a produção americana de milho da temporada 2015/16 de 346,82 milhões para 345,48 milhões de toneladas. Entretanto, os estoques passaram de 45,34 milhões para 45,77 milhões de toneladas. Já as importações norte-americanas subiram de 760 mil toneladas para 1,02 milhão de toneladas. "O boletim do USDA não alterou a dinâmica do mercado internacional", completa o analista.
Por outro lado, os investidores estão focados na próxima safra americana que começa a ser definida. "O milho nos patamares abaixo dos US$ 4,00 por bushel não cobre os custos de produção nos Estados Unidos. Consequentemente, os produtores deverão ser mais cautelosos em relação aos negócios antecipados", finaliza Brandalizze.