Milho: À espera do USDA, mercado opera próximo da estabilidade na manhã desta 3ª feira na CBOT

Publicado em 12/01/2016 07:33

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (12) com ligeiras altas, próximas da estabilidade. Por volta das 8h16 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam ganhos de 0,25 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,52 por bushel.

Os analistas ainda sinalizam que nesse momento não há informações fortes o suficiente para alavancar as cotações. E, nem mesmo os números dos embarques semanais reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 550,258 mil toneladas na semana encerrada no dia 7 de janeiro, conseguiram dar suporte ao mercado. O volume ficou acima das expectativas dos investidores entre 350 mil a 500 mil toneladas.

Paralelamente, o mercado já se prepara para o novo boletim de oferta e demanda do departamento, que será divulgado nesta terça-feira. "Os relatórios de amanhã do USDA podem trazer alguns números amigáveis, mas podem não ser suficientes para preocupar os consumidores finais", explica Bryce Knorr, analista de mercado do site internacional Farm Futures.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Preço em Paranaguá fecha com recorde de R$ 43,00 por saca nesta 2ª feira

Por Carla Mendes

Os preços do milho praticados no porto de Paranaguá bateram recorde nesta segunda-feira (11) ao chegarem aos R$ 43,00 por saca. Com alta de 13,16% em relação ao fechamento da última sexta-feira (8), o valor reflete um mercado muito demandado e que se depara com estoques ajustados. 

"Temos um mercado sem vendedores e com muitos compradores", relata Vlamir Brandalizze. Segundo o consultor da Brandalizze Consulting, os produtores que ainda têm o cereal para novas vendas seguram sua oferta e apostam em preços ainda melhores. Afinal, além de exportações muito fortes, a demanda interna - principalmente no setor de rações - também é forte e carrega boas perspectivas. 

"E o mercado já vê uma escassez de milho também mais para frente", diz Brandalizze. "Temos, praticamente, 50% da safrinha já vendida e isso também mostra a força do mercado", completa. 

E com isso, sobem os preos também no interior do Brasil. Ainda segundo o consultor, em Mato Grosso, as cotações trabalham com mínimas de R$ 20,50 e batem em máximas de R$ 26,00 por saca. Na região de Sorriso, os valores variavam entre R$ 22,00 e R$ 23,00 por saca, números recordes também para essa praça. Já no oeste do Paraná, preços variando entre R$ 28,00 e R$ 30,00 e algumas indústrias no Sul do país ofertando algo até a faixa de R$ 33,00 a R$ 35,00 por saca. Ainda assim, os vendedores não aparecem para novos negócios.

O aumento significativo dos preços do milho, ainda segundo explica Brandalizze, não vem como um estímulo só para aquele produtor que já se prepara para o cultivo da safrinha - que inclusive, segundo ele, tem grande potencial - como para o que está colhendo a soja. 

E a demanda não é só interna, mas as exportações brasileiras de milho também vêm se destacando e atuando como importante fator catalisador para esse avanço dos preços. "Os preços do milho no Brasil iniciaram o ano em alta, impulsionados pelas exportações aquecidas, que reduzem o excedente interno e sustentam os preços das operações spot, de contratos antecipados e também de futuros na BM&FBovespa", como mostra a análise do Cepea nesta segunda-feira (11).

Na primeira semana de janeiro de 2016, as exportações brasileiras de milho totalizaram 1.067,7 milhão de toneladas e, durante todo o mês de dezembro, esse volume foi de 6.267,7 milhões de toneladas, segundo os últimos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior reportados também nesta segunda. 

BM&F Bovespa

Neste ambiente e com o dólar ainda acima dos R$ 4,00 no Brasil, os primeiros vencimentos fecharam esta sessão com valores acima dos R$ 40,00 por saca na BM&F Bovespa e com altas de mais de 1%. O janeiro/16 encerrou o dia com R$ 40,45, subindo 1,25%, enquanto  março/16 ficou com R$ 40,93, e ganho de 1,41%. Já o maio/16 e o setembro/16 buscaram o mesmo patamar, mas ainda encerraram o dia abaixo dele. 

Nesta segunda, a moeda norte-americana fechou o pregão - que foi de baixo volume de negócios - a R$ 4,0517 na venda, com alta de 0,28%. "O fluxo está muito pequeno e o viés global é de alta do dólar", resumiu o especialista em câmbio da corretora Icap Italo Abucater à agência de notícias Reuters. Na mínima do dia a divisa foi a R$ 4,0021. 

Bolsa de Chicago

Em Chicago, mercado técnico e de pequenos ajustes. As principais posições fecharam o pregão perdendo pouco mais de 5 pontos com as cotações ainda entre US$ 3,50 e US$ 3,80 por bushel. Os preços caminharam, no entanto, de lado durante toda a sessão. 

E os preços perderam força mesmo diante de bons números vindos do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre os embarques semanais de grãos do país. Na semana encerrada em 7 de janeiro, os EUA embarcaram 550,258 mil toneladas do cereal, contra expectativas que variavam de 350 mil a 500 mil toneladas. 

Ao mesmo tempo, a atenção dos traders também se voltam às especulações que crescem às vésperas dos novos boletins, entre eles o mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta terça-feira, 12 de janeiro. "Os relatórios de amanhã do USDA podem trazer alguns números amigáveis, mas podem não ser suficientes para preocupar os consumidores finais", explica Bryce Knorr, analista de mercado do site internacional Farm Futures. 

Os estoques esperados pela equipe do portal, que fez uma pesquisa com mais de 1,550 produtores, é de 41,25 milhões de toneladas, um dos volumes mais baixos entre as projeções do mercado que antecedem a divulgação do boletim atualizado. 

Ainda segundo Knorr, o mercado do milho na CBOT vem testando alguns patamares de suporte e está no limite para o contrato março. "Se os futuros do março não conseguirem se sustentar depois dos boletins de amanhã, novos alvos de baixa podem levar os preços aos US$ 3,37", diz.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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