Milho: Após subir mais de 5% ao longo da semana, preços recuam 1% na BM&F com influência do câmbio

Publicado em 08/01/2016 11:58

Após operar em alta ao longo da semana, as cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa trabalham em campo negativo no pregão desta sexta-feira (8). Por volta das 12h06 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 1,05% 1,68%. O vencimento janeiro/16 era cotado a R$ 39,75 a saca, depois de encerrar o dia anterior a R$ 40,19 a saca.

Somente na semana, o mesmo contrato subiu 6,38% e saltou do patamar de R$ 37,78 a saca, registrado na sessão da última segunda-feira, para R$ 40,19 a saca nesta quinta-feira. Considerando o mesmo período de comparação, os demais contratos da commodity subiram entre 4,25% e 5,24%. E, como principal fator de suporte aos preços está a recente valorização cambial.

Porém, a queda registrada nesta sexta-feira no dólar acaba exercendo pressão negativa no mercado. A moeda norte-americana mantém o patamar dos R$ 4,00, mas opera em campo negativo. Perto do horário de almoço, o câmbio era cotado a R$ 4,0251 na venda, com queda de 0,67%. Conforme dados da agência Reuters, o avanço das ações da China e a estabilização dos preços do petróleo contribuem para pressionar o dólar.

Já no mercado interno, as cotações continuam em patamares recordes e, segundo os analistas, as expectativas são favoráveis. Isso porque, as exportações aquecidas registradas nesta temporada ajudaram a enxugar o mercado doméstico. No acumulado do ciclo, os embarques já totalizam 30 milhões de toneladas e para janeiro, as nomeações indicam um volume comprometido de 5,5 milhões de toneladas. No total, as exportações do cereal devem superar 35 milhões de toneladas e já deixaram para trás o recorde de 2013, de 26,6 milhões de toneladas.

Bolsa de Chicago

Na CBOT, as cotações futuras do milho ampliaram os ganhos ao longo do pregão desta sexta-feira (8). Por volta das 12h43 (horário de Brasília), os principais contratos exibiam ganhos entre 1,25 e 1,75 pontos, ainda tímidos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,54 por bushel e o maio/16 a US$ 3,60 por bushel.

Os analistas ressaltam que diante da falta de novas informações, as cotações ainda trabalham de maneira técnica, no intervalo de US$ 3,50 a US$ 3,80 por bushel. Além disso, o mercado segue focado no quadro norte-americano. Os produtores dos EUA colheram uma grande produção, próxima de 346,82 milhões de toneladas, conforme último boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Porém, as vendas para exportação seguem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, em cerca de 25%. Ainda ontem, o departamento indicou as vendas semanais de milho em 252,9 mil toneladas na semana encerrada no dia 31 de dezembro. E, mais uma semana, o volume ficou abaixo das estimativas dos participantes do mercado, entre 400 mil a 600 mil toneladas.

Paralelamente, os especialistas reforçam que os investidores começam a dar mais atenção à definição da safra 2016/17 no país. E, por enquanto, é consenso que os atuais patamares praticados para o milho em Chicago não remuneram os produtores, uma vez que não cobrem os custos de produção.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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