Milho: Diante da falta de novidades, mercado exibe ligeiras altas na manhã desta 6ª feira em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram o pregão desta sexta-feira (8) com ligeiras altas, próximos da estabilidade. As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 1,75 e 2,00 pontos, por volta das 7h43 (horário de Brasília). O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,55 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,53 por bushel. O contrato maio/16 era negociado a US$ 3,60 por bushel.
Os analistas ressaltam que diante da falta de novas informações, as cotações ainda trabalham de maneira técnica, no intervalo de US$ 3,50 a US$ 3,80 por bushel. Além disso, o mercado segue focado no quadro norte-americano. Os produtores dos EUA colheram uma grande produção, próxima de 346,82 milhões de toneladas, conforme último boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Porém, as vendas para exportação seguem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, em cerca de 25%. Ainda ontem, o departamento indicou as vendas semanais de milho em 252,9 mil toneladas na semana encerrada no dia 31 de dezembro. E, mais uma semana, o volume ficou abaixo das estimativas dos participantes do mercado, entre 400 mil a 600 mil toneladas.
Paralelamente, os especialistas reforçam que os investidores começam a dar mais atenção à definição da safra 2016/17 no país. E, por enquanto, é consenso que os atuais patamares praticados para o milho em Chicago não remuneram os produtores, uma vez que não cobrem os custos de produção.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Com dólar forte, preço sobe 1,33% em Paranaguá e alcança R$ 38,00/sc; na BM&F, ganhos de mais de 3%
O preço da saca do milho subiu pelo 2º dia consecutivo no Porto de Paranaguá e encerrou a quinta-feira (7) a R$ 38,00, com valorização de 1,33%. Em outras praças do país, o dia também foi de ganhos, em Jataí (GO), a cotação chegou a R$ 28,00/sc, com alta de 7,69%. Já em São Gabriel do Oeste (MS), o preço alcançou R$ 31,00/sc e alta de 5,08%. Em Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, a valorização ficou em 1,17%, com a saca a R$ 26,00.
Na contramão desse cenário, os preços recuaram 2,17% em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso, com a saca do cereal a R$ 22,50. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
Em mais um dia, o principal fator de impulso aos preços foi o dólar. A moeda norte-americana fechou o pregão a R$ 4,0525 na venda, com alta de 0,77%. O nível é o maior desde 29 de setembro, quando o dólar encerrou a R$ 4,0591. Na máxima do dia, o câmbio chegou a R$ 4,0745, com alta de 1%.
De acordo com informações da agência Reuters, o movimento é decorrente da queda nas bolsas da China, que chegaram a 7% e, mais uma vez, a sessão teve que ser interrompida. Conforme reporte de agências internacionais, o movimento foi ocasionado pela decisão do Banco Central do local de desvalorizar em 0,51% a taxa de câmbio do país.
A variável câmbio tem sido uma das mais importantes na sustentação dos preços do milho desde o ano passado. A valorização observada, especialmente no segundo semestre de 2015, contribuiu para a competitividade do grão e, consequentemente para as exportações brasileiras.
Inclusive, o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari destaca que as exportações do cereal já somam mais de 30 milhões de toneladas no acumulado na temporada. E para janeiro, as nomeações já indicam um volume próximo de 5,5 milhões de toneladas. Nesse ciclo, os embarques já superam o recorde de 2013, de 26,6 milhões de toneladas.
"Deveremos chegar a 35 milhões ou até 35,5 milhões de toneladas do grão embarcadas na temporada. Com isso, nas regiões mais próximas aos portos a oferta ficou enxuta e agora temos dificuldade no abastecimento interno. E enquanto não tivermos entrada de um bom volume de milho novo para atender toda a demanda interna teremos um mercado que pode subir a qualquer nível", destaca o analista.
"Com a formação desse cenário, vamos ter preços de milho fortes no primeiro trimestre de 2016", afirma o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.
BM&F Bovespa
O dia também foi bastante positivo aos preços do milho praticados na BM&F Bovespa. As principais posições da commodity exibiram altas de mais de 3% nesta quinta-feira (7), com o impulso do câmbio. O vencimento janeiro/16 chegou a R$ 40,19 a saca e alta de 3,29%, depois de fechar o dia anterior a R$ 38,91 a saca.
A posição março/16 fechou o dia a R$ 40,55 e valorização de 3,05%. Já os contratos maio/16 e setembro/16 exibiram altas de 3,23% e 3,11%, com preços de R$ 39,66 e R$ 38,15 a saca, respectivamente.
Bolsa de Chicago
Já na Bolsa de Chicago (CBOT), a sessão desta quinta-feira (7) foi de volatilidade aos preços do cereal, que fecharam o dia praticamente estáveis. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,53 por bushel, mesmo patamar registrado no início do dia. Já o contrato maio/16 era negociado a US$ 3,58 por bushel.
É consenso entre os analistas de que faltam informações e novidades para impulsionar as cotações. Os preços continuam trabalhando de maneira técnica, orbitando entre os níveis de US$ 3,50 e 3,80 por bushel, ainda conforme ressaltam os especialistas.
Ainda hoje, um fator adicional às negociações em Chicago foi o mercado financeiro. Primeiramente a China com preocupações em relação à economia e depois os preços do petróleo que recuaram novamente e já acumulam desvalorização de 12% em 2016. No mesmo período do ano passado, a queda foi de 8,7%. Já no total de 2015, a queda ficou em 30%. O excesso de oferta pressiona os preços e barril é cotado próximo dos US$ 33,00 em Nova York.
Além disso, os participantes do mercado seguem bem atentos aos números dos embarques e vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura do Estados Unidos). Hoje, o departamento informou que as vendas da safra 2015/16 de milho ficaram abaixo das estimativas dos investidores que giravam entre 400 mil a 600 mil toneladas e totalizaram 252,9 mil toneladas na semana encerrada no dia 31 de dezembro.
Dados do site internacional Pro Farmer indicam que o número representa uma queda de 36% em relação à semana anterior e 39% em comparação com a média das últimas 4 semanas. As vendas continuam cerca de 25% do registrado no mesmo período do ano anterior.
Paralelamente, os investidores já começam a voltar suas atenções às intenções de plantio da próxima safra americana. "O produto americano precisa do vencimento dezembro/16 a pelo menos em torno US$ 4,20 por bushel, para estimular o investimento no plantio do grão", destaca Molinari.