Milho: Na manhã desta 4ª feira, preços operam com ligeiras altas, próximos da estabilidade em Chicago

Publicado em 06/01/2016 07:12

As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta quarta-feira (6) com ligeiras altas, próximas da estabilidade. Por volta das 7h29 (horário de Brasília), os principais contratos do cereal exibiam ganhos entre 0,50 e 1,00 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,53 por bushel, já o maio/16 era negociado a US$ 3,59 por bushel.

O mercado tenta dar continuidade ao movimento positivo iniciado no dia anterior, após as perdas recentes. Ainda assim, é consenso entre os analistas de que os preços trabalham de maneira bastante técnica, respeitando o intervalo entre US$ 3,50 por bushel e US$ 3,80 por bushel. Isso porque, faltam informações que possam alavancar as cotações da commodity no cenário internacional.

Nesse instante, as atenções seguem voltadas para a demanda pelo produto norte-americano e, até esse momento, tanto os números dos embarques, como das vendas para exportação continuam abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Além disso, já começam os preparativos para a próxima safra no país e há muitas especulações a respeito da área que será destinada ao grão.

"O mercado ainda trabalha em uma indefinição de virada de ano. Ainda não sabemos qual será a área destinada ao milho nos EUA na temporada 2016/17. Diante dos atuais patamares praticados aos contratos mais distantes, próximos de US$ 3,80 por bushel, a tendência seria de uma redução na área, já que os valores não cobrem os custos de produção", disse o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira: 

Milho: Em Paranaguá, preço se sustenta em R$ 37,00/sc nesta 3ª feira, já no mercado interno ganhos de mais de 10%

No Porto de Paranaguá, a saca do milho fechou a terça-feira (5) estável em R$ 37,00 a saca e os negócios seguem lentos. Apesar de um momento um pouco mais calmo, cenário típico para o início de ano, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze destaca que a perspectiva é positiva aos preços, especialmente devido a mais recente valorização cambial. Em Tangará da Serra (MT), preço subiu 13,16%, com a saca a R$ 21,50. Na região de Campo Novo do Parecis (MT), cotação apresentou ganho de 10,53%, com a saca a R$ 21,00, já em São Gabriel do Oeste (MS), valorização foi de 7,41% e a saca cotada a R$ 29,00. Em Jataí (GO), a cotação ficou em R$ 26,00/sc e alta de 4%.

"O câmbio no patamar de R$ 4,00 é mais um aditivo às cotações do cereal. E deveremos acompanhar um reflexo nos preços que podem registrar elevação de cerca de R$ 1,00 em relação ao patamar praticado nos portos no final de dezembro de 2015, entre R$ 37,00 a R$ 38,00/sc. Ainda assim, para vermos os vendedores teremos que ter valores acima dos R$ 40,00/sc", explica Brandalizze.

Nesta terça-feira, a moeda norte-americana caiu e recuou ao nível de R$ 3,9933 na venda, com queda de mais de 1%. Segundo dados da agência Reuters, o câmbio passou por um ajuste depois de subir mais de 2% no dia anterior, situação decorrente das preocupações com a economia da China e os impactos na economia global.

Por outro lado, o consultor ainda sinaliza que as empresas devem voltar aos negócios na próxima semana, após o recesso de final de ano. "Temos uma primeira semana de expectativa. Além disso, os compradores já observam o andamento da safra de verão que começa a ser colhida mais adiante. No Sul do país, apesar das chuvas, as lavouras apresentam boas condições", completa.

No Rio Grande do Sul, principal produtor do cereal na primeira safra, as chuvas têm contribuído para o desenvolvimento da cultura. Cerca de 70% das plantações no Estado estão em fases de floração e de enchimento de grãos, conforme levantamento realizado pela Emater/RS. Caso o clima continue favorável, a projeção é que sejam colhidas ao redor de 5,5 milhões de toneladas do grão.

Enquanto isso, a área semeada nesta temporada foi de 779,9 mil hectares, uma queda de 10% em comparação com o ciclo anterior e a menor área dos últimos 45 anos. Somente na primeira safra, a estimativa é que sejam colhidas 27.480,6 milhões de toneladas com o milho no país, de acordo com último boletim da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A entidade atualiza os números na próxima semana.

Exportações brasileiras

Os embarques de milho continuam bastante aquecidos e segundo dados da Agrinvest já somam 28.890,495 milhões de toneladas acumuladas em 2015. O volume já ultrapassou o recorde obtido em 2013, de 26,6 milhões de toneladas exportadas. A quantidade embarcada em dezembro totalizou 6.267,7 milhões de toneladas do cereal, com volume diário de 284,9 mil toneladas, conforme informações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

BM&F Bovespa

A terça-feira também foi positiva aos preços do milho praticados na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal fecharam em campo positivo pelo 2º dia consecutivo e exibiram valorizações entre 0,97% e 2,30%. O vencimento janeiro/16 ultrapassou o patamar de R$ 38,00 a saca e finalizou o dia a R$ 38,65 a saca, com ganho de 2,30%.

Ainda ontem, o Cepea informou que na bolsa brasileira, os contratos que vencem até setembro de 2016 estão operando em níveis superiores aos observados no mesmo período de 2014, para vencimento em 2015. Com maior competitividade internacional, vendedores adiantaram consideravelmente a comercialização da nova safra.

Bolsa de Chicago

O pregão desta terça-feira (5) foi de ligeira alta aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Os principais vencimentos da commodity encerraram o dia com ganhos próximos de 1,00 e 2,00 pontos. O contrato março/16 terminou a sessão a US$ 3,53 por bushel, depois de iniciar a US$ 3,54 por bushel. Já o vencimento maio/16 era negociado a US$ 3,59 por bushel.

Ainda na visão do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, o mercado ainda opera de maneira bastante técnica e esboçou uma reação ao longo do dia, depois das quedas recentes. Somente o vencimento março/16 caiu 2% no pregão desta segunda-feira em decorrência das informações vindas do mercado financeiro.

"O mercado ainda trabalha em uma indefinição de virada de ano. Ainda não sabemos qual será a área destinada ao milho nos EUA na temporada 2016/17. Diante dos atuais patamares praticados aos contratos mais distantes, próximos de US$ 3,80 por bushel, a tendência seria de uma redução na área, já que os valores não cobrem os custos de produção", ressalta o consultor.

Contudo, as primeiras estimativas e uma definição por parte do produtor americano devem ser observadas a partir do final do mês de janeiro. Paralelamente, os investidores ainda acompanham os números de demanda, principalmente dos relatórios de embarques semanais e vendas para exportação, ambos do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

"Ambos são importantes indicadores de demanda pelo produto norte-americano e os dois números estão abaixo do registrado em igual período do ciclo anterior", relata Brandalizze.  Nesta segunda-feira, o departamento americano indicou os embarques em 324,566 mil toneladas, na semana encerrada no dia 31 de dezembro. Em torno de 22,2% abaixo do observado no mesmo período do ano anterior.

Já em relação à Argentina, o consultor ainda diz que, a retirada das tarifas para exportação veio um pouco tarde para trazer impacto aos preços. "E temos muitas áreas inundadas em algumas localidades do país, então não sabemos o que irá acontecer", finaliza.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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