Milho: Alta do dólar dá suporte e preços fecham pregão desta 3ª feira em campo positivo na BM&F

Publicado em 29/12/2015 17:04

As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam o pregão desta terça-feira (29) do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 0,03% e 0,16%. O vencimento janeiro/16 era cotado a R$ 36,59 a saca, depois de encerrar a sessão anterior a R$ 36,55 a saca. Já o contrato maio/16 era cotado a R$ 36,65 a saca.

Apesar da volatilidade registrada no mercado internacional, as cotações do cereal encontraram suporte na valorização cambial observada nesta terça-feira. O dólar fechou a sessão a R$ 3,8769 na venda, com alta de 0,44%. Na máxima do dia, a moeda norte-americana tocou o patamar de R$ 3,8962. Segundo dados da agência Reuters, o penúltimo pregão regular do ano foi marcado pelo baixo volume de negócios.

Já no mercado interno, o dia foi de poucas referências para os preços. Em Não-me-toque (RS), a cotação da saca do cereal permaneceu estável em R$ 29,00 e em Londrina (PR), também na estabilidade, em R$ 25,40 a saca. Enquanto isso, no terminal de Santos, a saca do milho fechou a terça-feira a R$ 36,00. Ainda conforme ressaltam os analistas, devido às festividades de final de ano, o volume negócios está mais fraco.

Contudo, os preços do milho no mercado doméstico permanecem sustentados pela recente valorização cambial. Por sua vez, a alta do dólar contribuiu para a competitividade do produto brasileiro no cenário internacional e, por consequência, com as exportações que ainda seguem em ritmo aquecido.

No acumulado entre janeiro até a terceira semana de dezembro, o país embarcou cerca de 27,1 milhões de toneladas de milho. De acordo com levantamento realizado pelo Cepea, o número representa uma alta de 31% em comparação com o mesmo período de 2014. Além disso, a quantidade já ultrapassa o recorde de 2013, de 26,6 milhões de toneladas.

Somente em dezembro, nos 18 primeiros dias úteis, as exportações do grão somam 5.053,2 milhões de toneladas. A média diária foi de 280,7 mil toneladas do grão. As informações foram reportadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) ainda ontem. Ambos os números estão acima do registrado em novembro e também de dezembro do ano anterior.

Para essa temporada, a projeção dos analistas é de que as exportações de milho ultrapassem as 30 milhões de toneladas. Cenário que também se mantém favorável para o ano de 2016.

Bolsa de Chicago

Em mais uma sessão volátil, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia com leves altas. Durante boa parte do pregão, as principais posições da commodity trabalharam do lado negativo da tabela, porém, reverteram as perdas e encerraram com ganhos entre 1,25 e 1,75 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,62 por bushel e o maio/16 a US$ 3,69 por bushel.

Segundo dados das agências internacionais, o mercado exibiu um movimento de correção técnica após as perdas recentes, em uma sessão marcada por poucos negócios. Entretanto, em grande parte do pregão, as cotações foram pressionadas negativamente pelas preocupações sobre uma possível concorrência nos mercados de exportação, conforme dados reportados pelo site Farm Futures.

"As notícias globais que foram divulgadas não são amigáveis aos preços. Primeiro a Argentina, com possibilidade de aumento na área cultivada com o grão, e a China que poderá se tornar uma vendedora mais agressiva, acabam pressionando um mercado com baixo volume de negócios", informou o site internacional AgWeb nesta terça-feira.

Em sua mais recente projeção o Rabobank acredita que os preços do cereal deverão se manter sustentados no primeiro semestre de 2016. “Em apenas dois anos, os estoques globais do grão cresceram 42% e as cotações caíram para abaixo de US$ 4,00 por bushel. Entretanto, a ampla oferta mundial está prevista para ser menor na temporada 2016/17. E os preços do milho já encontraram seus pontos mais baixos e são esperados para se fortalecer no próximo ano”, informou.

Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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