Milho: Nesta 3ª feira, mercado amplia perdas em Chicago e caminha para consolidar 2º dia consecutivo de queda

Publicado em 29/12/2015 08:16

Durante as negociações desta terça-feira (29), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) dão continuidade ao movimento negativo e caminham para consolidar o 2º dia consecutivo de perdas. As principais posições do cereal exibiam perdas  entre 1,00 e 1,25 pontos, por volta das 12h34 (horário de Brasília). O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,59 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 3,60 por bushel.

Segundo informações do site internacional AgWeb, o mercado caminha de lado nesta terça-feira. "As notícias globais que estão sendo divulgadas não são amigáveis aos preços. Primeiro a Argentina, com possibilidade de aumento na área cultivada com o grão, e a China que poderá se tornar uma vendedora mais agressiva, acabam pressionando um mercado com baixo volume de negócios", destacou o portal.

Ainda ontem, esses fatores pesaram nos preços praticados em Chicago. Paralelamente, a queda nos preços do petróleo nesta segunda-feira também deu o tom negativo às negociações em Chicago. E, nem mesmo os números dos embarques semanais em 570,923 mil toneladas, na semana encerrada no dia 24 de dezembro foram suficientes para dar suporte aos preços. O volume ficou dentro das expectativas dos investidores, entre 550 mil a 675 mil toneladas. As informações foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Focado nas informações da China e da América do Sul, milho fecha pregão desta 2ª em queda na CBOT

O pregão desta segunda-feira (28) foi negativo aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante a sessão, as principais posições do cereal ampliaram as perdas e fecharam o dia com desvalorizações entre 3,00 e 3,50 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,61 por bushel.

De acordo com informações do site internacional Farm Futures, os rumores a respeito da China acabaram pressionando as cotações futuras da commodity nesse início de semana. "Alguns relatórios apontaram que a nação asiática tem excesso de milho e que, diante da alta nos preços do grão no país, poderia ofertar parte dos amplos estoques no mercado", disse o analista e editor do portal, Bryce Knorr.

Paralelamente, os embarques semanais, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), também contribuíram para a formação do cenário. Na semana encerrada no dia 24 de dezembro, os embarques de milho 570,923 mil toneladas. O volume ficou dentro das expectativas dos participantes do mercado, entre 550 mil a 675 mil toneladas, porém, abaixo do registrado na semana anterior, de 718,888 mil toneladas.

Com o novo reporte, os embarques de milho dos EUA chegam a 9.120,880 milhões de toneladas no acumulado desta temporada. No entanto, o número está abaixo do registrado no ano comercial 2014/15, de 11.608,109 milhões de toneladas. Segundo dados do site Pro Farmer, os embarques estão 21,4% abaixo do observado em igual período de 2014.

Além disso, outro fator que também contribuiu para o tom negativo nesse início de semana foi a queda nos preços do petróleo. No final da tarde de hoje, o barril era cotado a US$ 36,84, com desvalorização de mais de 1%.

Enquanto isso, os investidores também permanecem atentos à situação da Argentina. Com a retirada das taxas para exportação do grão, medida oficializada pelo novo governo, de Maurício Macri, a perspectiva é de um possível incremento na área plantada com o cereal. Na semana anterior, o Ministério da Agricultura do país elevou em 100 mil hectares a projeção de área cultivada nesta temporada.

Atualmente, a estimativa é que 5,4 milhões de hectares sejam plantados com o milho no país vizinho. Até a semana passada, cerca de 69% da área já havia sido semeada e, por enquanto, as condições climáticas permanecem favoráveis ao desenvolvimento das lavouras do cereal.

BM&F Bovespa

A sessão desta segunda-feira também foi de queda aos preços do milho na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal exibiram perdas entre 0,28% e 0,63%. O contrato janeiro/16 era cotado a R$ 36,55 a saca, já o maio/16 era negociado a R$ 36,95 a saca.

Além da queda nas cotações em Chicago, o mercado também foi pressionado negativamente pela perda no dólar. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana fechou a sessão a R$ 3,86, com desvalorização de mais de 2%. O patamar foi o menor desde o dia 10 de dezembro, quando o câmbio ficou em R$ 3,80, conforme dados da agência Reuters.

Mercado interno

Já no mercado interno, os negócios seguem lentos e quase não houve referências de preços para essa segunda-feira. Movimento decorrente do feriado de Ano Novo no final dessa semana. Contudo, o Cepea divulgou que as cotações no mercado interno continuam sustentadas, apesar da oferta elevada registrada em 2015. E o suporte se deu por conta da maior competitividade do produto brasileiro no cenário internacional, o que também ocasionou novo recorde de exportação do grão.

No acumulado de dezembro, as exportações de milho totalizam 5.053,2 milhões de toneladas. A média diária ficou em 280,7 mil toneladas do grão. As informações foram reportadas nesta segunda-feira (28) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Em comparação com o mês anterior, a média diária representa um crescimento de 18%, já que em novembro, o volume ficou em 237,9 mil toneladas. Já em relação ao mesmo período do ano passado, a alta é ainda mais expressiva, de 81,4%, uma vez que a média em dezembro de 2014 foi de 154,8 mil toneladas do cereal.

Os embarques de milho ainda renderam ao Brasil uma receita de US$ 834,1 milhões, com média de US$ 46,3 milhões no acumulado em dezembro. O número também está acima do registrado em novembro e do observado em igual período de 2014.

De acordo com os analistas, as exportações do grão podem superar a estimativa de 5,5 milhões de toneladas embarcadas somente em dezembro. No acumulado entre janeiro até a terceira semana de dezembro, foram embarcadas 27,1 milhões de toneladas de milho, quantidade 31% acima do observado em igual intervalo do ano passado. O volume já é superior ao recorde de 2013, com 26,6 milhões de toneladas exportadas.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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