Focado nas informações da China e da América do Sul, milho fecha pregão desta 2ª em queda na CBOT
O pregão desta segunda-feira (28) foi negativo aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante a sessão, as principais posições do cereal ampliaram as perdas e fecharam o dia com desvalorizações entre 3,00 e 3,50 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,61 por bushel.
De acordo com informações do site internacional Farm Futures, os rumores a respeito da China acabaram pressionando as cotações futuras da commodity nesse início de semana. "Alguns relatórios apontaram que a nação asiática tem excesso de milho e que, diante da alta nos preços do grão no país, poderia ofertar parte dos amplos estoques no mercado", disse o analista e editor do portal, Bryce Knorr.
Paralelamente, os embarques semanais, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), também contribuíram para a formação do cenário. Na semana encerrada no dia 24 de dezembro, os embarques de milho 570,923 mil toneladas. O volume ficou dentro das expectativas dos participantes do mercado, entre 550 mil a 675 mil toneladas, porém, abaixo do registrado na semana anterior, de 718,888 mil toneladas.
Com o novo reporte, os embarques de milho dos EUA chegam a 9.120,880 milhões de toneladas no acumulado desta temporada. No entanto, o número está abaixo do registrado no ano comercial 2014/15, de 11.608,109 milhões de toneladas. Segundo dados do site Pro Farmer, os embarques estão 21,4% abaixo do observado em igual período de 2014.
Além disso, outro fator que também contribuiu para o tom negativo nesse início de semana foi a queda nos preços do petróleo. No final da tarde de hoje, o barril era cotado a US$ 36,84, com desvalorização de mais de 1%.
Enquanto isso, os investidores também permanecem atentos à situação da Argentina. Com a retirada das taxas para exportação do grão, medida oficializada pelo novo governo, de Maurício Macri, a perspectiva é de um possível incremento na área plantada com o cereal. Na semana anterior, o Ministério da Agricultura do país elevou em 100 mil hectares a projeção de área cultivada nesta temporada.
Atualmente, a estimativa é que 5,4 milhões de hectares sejam plantados com o milho no país vizinho. Até a semana passada, cerca de 69% da área já havia sido semeada e, por enquanto, as condições climáticas permanecem favoráveis ao desenvolvimento das lavouras do cereal.
BM&F Bovespa
A sessão desta segunda-feira também foi de queda aos preços do milho na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal exibiram perdas entre 0,28% e 0,63%. O contrato janeiro/16 era cotado a R$ 36,55 a saca, já o maio/16 era negociado a R$ 36,95 a saca.
Além da queda nas cotações em Chicago, o mercado também foi pressionado negativamente pela perda no dólar. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana fechou a sessão a R$ 3,86, com desvalorização de mais de 2%. O patamar foi o menor desde o dia 10 de dezembro, quando o câmbio ficou em R$ 3,80, conforme dados da agência Reuters.
Mercado interno
Já no mercado interno, os negócios seguem lentos e quase não houve referências de preços para essa segunda-feira. Movimento decorrente do feriado de Ano Novo no final dessa semana. Contudo, o Cepea divulgou que as cotações no mercado interno continuam sustentadas, apesar da oferta elevada registrada em 2015. E o suporte se deu por conta da maior competitividade do produto brasileiro no cenário internacional, o que também ocasionou novo recorde de exportação do grão.
No acumulado de dezembro, as exportações de milho totalizam 5.053,2 milhões de toneladas. A média diária ficou em 280,7 mil toneladas do grão. As informações foram reportadas nesta segunda-feira (28) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Em comparação com o mês anterior, a média diária representa um crescimento de 18%, já que em novembro, o volume ficou em 237,9 mil toneladas. Já em relação ao mesmo período do ano passado, a alta é ainda mais expressiva, de 81,4%, uma vez que a média em dezembro de 2014 foi de 154,8 mil toneladas do cereal.
Os embarques de milho ainda renderam ao Brasil uma receita de US$ 834,1 milhões, com média de US$ 46,3 milhões no acumulado em dezembro. O número também está acima do registrado em novembro e do observado em igual período de 2014.
De acordo com os analistas, as exportações do grão podem superar a estimativa de 5,5 milhões de toneladas embarcadas somente em dezembro. No acumulado entre janeiro até a terceira semana de dezembro, foram embarcadas 27,1 milhões de toneladas de milho, quantidade 31% acima do observado em igual intervalo do ano passado. O volume já é superior ao recorde de 2013, com 26,6 milhões de toneladas exportadas.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira: