Milho: Mercado opera com volatilidade na CBOT, após abrir sessão com altas nesta 2ª feira
Às 14h, pelo horário de Brasília, o vencimento março/16 era negociado a US$ 3,70 por bushel, enquanto maio/16 estava cotado a US$ 3,76 por bushel. Já o contrato setembro/16 operava a US$ 1,86 por bushel.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Valorização cambial garante mais uma semana de alta aos preços do milho no mercado interno brasileiro
No mercado interno, a semana foi positiva aos preços do milho, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes. Em Tangará da Serra (MT), a alta foi de 5,26%, com a saca do cereal negociada a R$ 20,00. Nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no Paraná, a valorização foi de 2,88% e a saca do grão fechou a semana a R$ 25,00.
Por outro lado, o balanço semanal foi negativo aos preços do milho no Porto de Paranaguá que recuaram 1,37%, com a saca cotada a R$ 36,00 nesta sexta-feira. Nas demais praças pesquisadas a semana foi de estabilidade às cotações do grão. Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado global é comprador do milho brasileiro e durante a semana, os valores praticados nos portos alcançaram patamares entre R$ 38,50 até a R$ 40,00 a saca.
O cenário é decorrente do bom momento registrado nas exportações brasileiras. No acumulado de dezembro, os embarques do cereal superam as 3 mi de toneladas, com média diária de 345,5 mil toneladas, conforme dados reportados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Inclusive, muitos analistas apostam que em dezembro as exportações possam ultrapassar 5 mi de toneladas.
E os line-ups nos portos do país ainda indicam altos volumes que deverão ser embarcados no mês. Em Santos, o volume está próximo de 1,7 mi de toneladas, enquanto que, em Paranaguá, a quantidade prevista está em 2 mi de toneladas. No acumulado da temporada, o volume comprometido já está próximo das 30 mi de toneladas e até janeiro de 2016, o volume pode atingir 34 mi de t.
"Caminhamos para um recorde histórico com as exportações de milho. E em 2016, o quadro pode ser melhor do que em 2015, pois os preços internacionais devem registrar uma valorização. Os atuais patamares praticados não cobrem os custos de produção nos EUA e para viabilizar a safra o mercado terá que trabalhar com níveis maiores. A situação irá beneficiar o produtor brasileiro da safrinha, que, por enquanto, vem com otimismo e perspectiva de incremento na área plantada", afirma o consultor.
BM&F Bovespa
As principais posições do milho negociadas na BM&F Bovespa encerraram o pregão desta sexta-feira (18) com ligeiras altas. Os contratos mais negociados subiram entre 0,41% e 0,77%. O vencimento janeiro/16 era cotado a R$ 36,80 a saca, depois de encerrar o dia anterior a R$ 36,55 a saca.
Mais uma vez, as cotações foram influenciadas pela alta cambial. Ainda hoje, a moeda norte-americana fechou o pregão a R$ 3,9468 na venda, com ganho de 1,48%. Conforme dados da agência Reuters, a alta foi sustentada pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) dando mais fôlego à presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment e frente às especulações sobre a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na semana, a valorização foi de 1,88%.
Bolsa de Chicago
O pregão desta sexta-feira (18) foi de ligeira alta aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal tiveram uma sessão de volatilidade e encerraram o dia com ganhos entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,74 por bushel, depois de iniciar a US$ 3,73 por bushel. Já na semana, as cotações permaneceram praticamente estáveis, com pequenas valorizações entre 0,07% e 0,39%.
Ao longo da semana, as notícias vindas do mercado financeiro acabaram influenciando o andamento das negociações no mercado internacional. Um dos focos dos participantes do mercado nos últimos dias foi a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que acabou elevando a taxa básica de juros nos EUA em 0,25%, para entre 0,25% e 0,50% ao ano. O resultado foi divulgado na última quarta-feira.
Paralelamente, a alta do câmbio no cenário internacional também contribuiu para pesar sobre as cotações do cereal. Isso porque, o câmbio valorizado acaba influenciando a competitividade das commodities americanas. Além disso, a queda nos preços do petróleo exerce pressão negativa nas cotações da commodity. No final da tarde de hoje, o barril era cotado a US$ 34,61 com queda de 0,34%.
Enquanto isso, as exportações norte-americanas caminham de maneira lenta. De acordo com informações reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), na semana encerrada no dia 10 de dezembro, as exportações ficaram em 677,6 mil toneladas do grão. O volume ficou abaixo das projeções dos participantes do mercado, que estavam entre 700 mil a 950 mil toneladas.
Em relação à semana anterior, na qual foram exportadas 1.097,100 milhão de toneladas, o número indicado representa uma queda de 44%. As vendas ainda estão em torno de 23% abaixo do acumulado na temporada anterior, ainda conforme dados divulgados pelo departamento.
Em contrapartida, a Argentina permanece como uma grande incógnita aos investidores. No início dessa semana, o presidente eleito, Maurício Macri, oficializou a promessa feita ao longo da campanha e retirou as tarifas para exportação do cereal argentino. Com isso, o mercado ainda avalia qual poderá ser o impacto nos preços e também em relação a um possível aumento na área cultivada com o grão no país, ainda nesta temporada.
Ainda nesta quinta-feira, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que o plantio de milho da safra 2015/16 chegou a 59,3% da área prevista. Na semana anterior, cerca de 50,4% da área havia sido semeada e 75% no mesmo período de 2014. Os trabalhos nos campos seguem atrasados devido ao excesso de chuvas. Para essa safra, a perspectiva é que sejam cultivados 3,4 milhões de hectares com o grão.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira: