Milho: Com foco na Argentina, mercado reverte ganhos e volta a trabalhar em campo negativo nesta 5ª feira na CBOT

Publicado em 17/12/2015 12:23

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) reverteram os ganhos e voltaram a operar em campo negativo no pregão desta quinta-feira (17). As principais posições do cereal exibiam perdas entre 2,50 e 2,75 pontos, por volta das 12h43 (horário de Brasília). O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,66 por bushel, depois de iniciar a sessão a US$ 3,70 por bushel. Já o vencimento maio/16 era negociado a US$ 3,72 por bushel.

O mercado estende as perdas registradas no dia anterior, quando as cotações exibiram desvalorizações entre 6,75 e 7,50 pontos. Ainda ontem, o mercado foi pressionado pelas especulações sobre a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que iria decidir a elevação ou não taxa básica de juros nos EUA. No final da tarde, o banco confirmou a alta em 0,25%, para 0,25% e 0,50% ao ano.

Além disso, a mais recente queda nos preços do petróleo também contribuiu para o cenário negativo. Isso porque, o cereal é a principal matéria-prima para a produção de etanol no país. Ainda de acordo com informações das agências internacionais, a produção do biocombustível vinha em alta nos EUA. Na semana encerrada no dia 11 de dezembro, a produção de etanol chegou a 1 milhão de barris por dia, contra 993 mil na semana anterior.

Paralelamente, o boletim de vendas para exportação, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), acabou decepcionando os participantes do mercado, conforme ressaltou o site internacional Pro Farmer. No total, as vendas ficaram em 677,6 mil toneladas de milho, na semana encerrada no dia 10 de dezembro. Da safra 2015/16, o número ficou em 579,4 mil toneladas e da temporada 2016/17, o volume foi de 98,2 mil toneladas.

No total, o volume ficou abaixo das expectativas dos investidores, entre 700 mil a 950 mil toneladas do grão. Da temporada atual, o número recuou cerca de 44% em relação à semana anterior, na qual, as vendas somaram 1.097,100 milhão de toneladas. As vendas ainda estão cerca de 23% abaixo do acumulado na temporada passada.

Os investidores ainda acompanham as informações vindas da Argentina. Diante da retirada das tarifas para exportação de milho e trigo do país, a perspectiva é que os produtores argentinos aumentem as vendas, o que, na visão dos analistas, poderia pressionar os preços.

BM&F Bovespa

As principais posições do milho negociadas na BM&F Bovespa operam do lado negativo da tabela no pregão desta quinta-feira (17). Por volta das 12h45 (horário de Brasília), as posições mais negociadas exibiam perdas entre 0,16% e 0,82%. O contrato janeiro/16 era cotado a R$ 36,50 a saca, depois de encerrar a sessão anterior a R$ 36,66 a saca.

O mercado acompanha a movimentação negativa observada no câmbio no dia de hoje. Às 13 horas, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,8889 na venda, com queda de 0,91%. O dólar recua um dia após o Federal Reserve, banco central americano, ter elevada a taxa básica de juros no país, o que aconteceu pela primeira vez desde 2006.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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