Milho: Em Chicago, mercado inicia a 2ª feira com ligeiras perdas, após valorizações da semana anterior

Publicado em 07/12/2015 07:20

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em campo negativo. Por volta das 7h49 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 1,75 e 2,25 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,74 por bushel, depois de encerrar a sessão da última sexta-feira a US$ 3,76 por bushel.

Na última semana, as cotações da commodity acumularam valorizações entre 3,76% e 4,73%, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. De acordo com informações das agências internacionais, os investidores voltaram à ponta compradora do mercado frente às especulações sobre a safra da América do Sul. Os participantes do mercado estão atentos ao comportamento do clima.

Ainda na semana anterior, a Informa Economics reduziu a sua projeção para a safra brasileira para 81,3 milhões de toneladas nesta temporada. Já a consultoria Safras & Mercado apontou a produção brasileira de milho da safra 2015/16 em 89,296 milhões de toneladas.

Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: Em Chicago, mercado tem semana positiva e acumula valorização de mais de 3%

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta sexta-feira (4) em campo positivo. Ao longo do pregão, as principais posições do cereal reverteram as perdas e encerraram o dia com altas entre 4,50 e 6,00 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,76 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 3,70 por bushel. Na semana, os preços também acumularam valorizações entre 3,76% e 4,73%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes.

Diante da finalização da safra americana, o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, destaca que as atenções do mercado estão voltadas as informações vindas do lado da demanda e também da América do Sul. Nos EUA, as vendas do grão ainda permanecem abaixo do mesmo período do ano passado, ao redor de 25%, conforme últimas atualizações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)

No caso da Argentina, as especulações são ao redor da promessa feita pelo presidente eleito no país, Maurício Macri, de retirar as tarifas para as exportações do cereal. Inclusive, ao longo da semana os rumores de um possível incremento na área cultivada com o cereal, já nesta temporada, pairaram sobre o mercado. "Acredito que o cenário seria mais otimista para o milho e a longo prazo, os agricultores argentinos irão semear mais o cereal, sem dúvida", disse Michael Cordonnier, um dos consultores agrícolas mais respeitados do mundo, na última quarta-feira.

De acordo com informações reportadas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, indicam que o plantio do milho chegou a 43,6% da área estimada para essa safra, o equivalente a 2,72 milhões de hectares. Em comparação com o mesmo período de 2014, a semeadura do grão registra ligeiro atraso, de 1,5%. O cenário é decorrente do excesso de chuvas observado nos últimos 30 dias.

Outro fator que também contribuiu para a sustentação dos preços na última sessão foi a forte queda registrada no dólar índex, que recuou cerca de 2%. Do mesmo modo, a alta registrada nas cotações do petróleo também contribuiu aos preços futuros negociados em Chicago.

Mercado interno

Ao longo da semana, o mercado brasileiro de milho registrou poucos negócios diante da volatilidade registrada no câmbio. Levantamento do Notícias Agrícolas, aponta que em Campo Novo do Parecis (MT), os preços recuaram ao redor de 5,41%, com a saca negociada a R$ 17,50. Já em Tangará da Serra (MT), o recuo ficou em 5,26%, com a saca a R$ 18,00. No Porto de Paranaguá, a saca do cereal permaneceu estável em R$ 34,00.

Por outro lado, na praça de São Gabriel do Oeste (MS), a saca do grão subiu 4,35%, cotada a R$ 24,00. Nas praças de Ubiratã, Londrina, Cascavel, ambas do Paraná, aumentaram 0,85%, com a saca negociada a R$ 23,70. Nas demais praças pesquisadas a semana foi de estabilidade.

Ainda hoje, o dólar fechou a sessão em queda de 0,26, cotado a R$ 3,7390 na venda. Esse foi o 4º pregão consecutivo de perdas ao câmbio. Segundo dados da agência Reuters, a moeda norte-americana os investidores avaliaram os dados fortes sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos. O processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff também esteve em pauta.

Em novembro, as exportações brasileiras bateram recorde e chegaram a 4,75 milhões de toneladas, com uma média diária de 237,9 mil toneladas. Foi o segundo mês consecutivo de embarques elevados para o cereal, já que em outubro o número ficou em 5,54 milhões de toneladas. As informações foram divulgadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Molinari ainda sinaliza que a tendência positiva aos preços do cereal deve ser mantida no início de 2016. "Temos uma safra de verão pequena, em função da competitividade da soja e, teremos um primeiro semestre ajustado, pois a primeira safra será destinada ao consumo interno e teremos que torcer para ter uma grande safrinha", completa.

Em comparação à segunda safra, Molinari ainda pondera que tudo irá depender do clima e dos preços. "Se tivermos um clima e preços bons, os produtores irão plantar. Talvez tenhamos alguns agricultores mudando o perfil de tecnologia por plantar mais tarde, mas a disponibilidade de área é grande e não ainda não vejo problemas", finaliza.

Ainda nesta sexta-feira, a consultoria Safras & Mercado apontou a produção brasileira de milho da safra 2015/16 em 89,296 milhões de toneladas. O número ficou acima do colhido na safra passada, de 88,397 milhões de toneladas.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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