Milho: Mercado dá continuidade ao movimento negativo e exibe leves perdas na manhã desta 2ª feira na CBOT
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta segunda-feira (16), próximas da estabilidade. Por volta das 8h11 (horário de Brasília), os vencimentos do cereal exibiam leves quedas de 0,50 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,58 por bushel.
Os futuros da commodity dão continuidade ao movimento negativo iniciado na semana anterior. Os analistas ressaltam que com a finalização da safra nos EUA, os investidores estão observando a safra na América do Sul.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de embarques semanais, importante indicador de demanda e que pode influenciar os negócios.
Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Com nova alta do câmbio, preço sobe 4,48% em Paranaguá e saca é cotada a R$ 35,00
A semana foi positiva ao preço da saca do milho no Porto de Paranaguá. A cotação ficou em R$ 35,00/sc, com ganho semanal de 4,48%. O preço também subiu, cerca de 3,45%, em Luís Eduardo Magalhães (BA), onde a saca do cereal fechou a sexta-feira (13) a R$ 30,00. Em contrapartida, a cotação recuou 4,88% em Tangará da Serra (MT) e a saca encerrou a semana a R$ 19,50. Já em Campo Novo do Parecis (MT), a queda foi menor, em torno de 2,50%, com a saca a R$ 19,50.
Nas praças de Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, os preços recuaram 1,22%, com a saca negociada a R$ 24,20. E no terminal de Santos, a perda ficou em 1,38%, com a saca a R$ 35,70. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas a semana foi de estabilidade.
Os preços ainda continuam sendo influenciados pelo comportamento cambial, conforme ressaltam os analistas. Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana fechou a sessão a R$ 3,8331 na venda, com alta de 1,75%. Na semana, o dólar acumulou ganho de 1,88%, de acordo com a agência Reuters. O câmbio encontrou sustentação nas especulações a respeito do Ministério da Fazenda e temores sobre a política monetária dos EUA.
A exportação do cereal brasileiro também é outro importante componente de sustentação às cotações. "Ainda temos um mercado interno bastante sólido. Estamos exportando muito milho, uma vez que o produto brasileiro ainda continua competitivo. E isso tem ajudado a enxugar o mercado doméstico", explica o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França Jr.
Por outro lado, o consultor ainda sinaliza que com o ritmo de embarques aquecidos, muitos compradores internos tiveram que retornar ao mercado para adquirir o produto. Para essa temporada a projeção é que as exportações sejam recordes e superem as 27 milhões de toneladas, podendo alcançar até 30 milhões de toneladas.
No acumulado do mês de novembro, as exportações de milho somam 986,3 mil toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A média diária ficou em 246,6 mil toneladas.
Bolsa de Chicago
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta sexta-feira (13) em campo negativo. Os futuros da commodity fecharam o dia com quedas entre 3,75 e 4 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,58 por bushel. Já na análise da semana, as cotações do cereal acumularam desvalorizações entre 3,95% e 4,26%.
A principal informação do mercado ao longo da semana foi o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado na última terça-feira (10). O órgão ajustou positivamente a safra americana para 346,82 milhões de toneladas do cereal. A produtividade média das plantações também foi revista para cima, de 177,8 sacas para 179,17 sacas por hectare.
Os estoques americanos também subiram e foram indicados em 44,70 milhões de toneladas. No entanto, um dos números que mais chamaram a atenção dos investidores foi o dos estoques finais mundiais, segundo ressalta o analista e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. O USDA projetou os estoques em 211,91 milhões de toneladas, um aumento de 24 milhões de toneladas em relação ao último relatório, de 187,83 milhões de toneladas.
E assim como no caso da soja, a colheita do cereal já está praticamente encerrada nos EUA. Com isso, os analistas explicam que, as atenções dos investidores estão voltadas para a safra sul americana. Tanto no Brasil, quanto na Argentina, os produtores reduziram a área cultivada com o grão.
Paralelamente, a retenção das vendas por parte dos produtores americanos ainda contribuem para dar suporte aos preços do grão. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou novo boletim de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 5 de novembro, as vendas da safra 2015/16 totalizaram 618,6 mil toneladas. O volume é equivalente a uma alta de 11% em comparação com a semana anterior, quando as vendas ficaram em 556 mil toneladas. Para o cereal, os números ficaram dentro das expectativas do mercado, entre 450 mil a 650 mil toneladas.
Dessa forma, as vendas acumuladas na temporada atual chegam a 13.823,2 milhões de toneladas, 32% a menos do que no mesmo período do ano comercial anterior. Para a safra 2016/17, as vendas foram projetadas em 22 mil toneladas.