Em Chicago, milho dá continuidade ao movimento negativo e registra quedas de mais de 2 pts
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho ampliaram as perdas ao longo do pregão desta sexta-feira (13) com ligeiras perdas. As cotações do milho exibiam perdas entre 2,50 e 3,00 pontos, por volta das 12h45 (horário de Brasília). O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,59 por bushel.
O mercado caminha para consolidar o 2º dia consecutivo de perdas em Chicago. E, com a conclusão da safra norte-americana, os analistas explicam que, as atenções dos investidores estão voltadas para a safra sul americana. Tanto no Brasil, quanto na Argentina, os produtores reduziram a área destinada ao cereal.
Paralelamente, a retenção das vendas por parte dos produtores americanos ainda contribuem para dar suporte aos preços do grão. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou novo boletim de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 5 de novembro, as vendas da safra 2015/16 totalizaram 618,6 mil toneladas. O volume é equivalente a uma alta de 11% em comparação com a semana anterior, quando as vendas ficaram em 556 mil toneladas. Para o cereal, os números ficaram dentro das expectativas do mercado, entre 450 mil a 650 mil toneladas.
Dessa forma, as vendas acumuladas na temporada atual chegam a 13.823,2 milhões de toneladas, 32% a menos do que no mesmo período do ano comercial anterior. Para a safra 2016/17, as vendas foram projetadas em 22 mil toneladas.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Nesta 5ª feira, preço sobe 1,49% em Paranaguá e saca é cotada a R$ 34,00
No Porto de Paranaguá, a saca do milho subiu 1,49% e fechou a quinta-feira (12) a R$ 34,00. Na região de Londrina (PR), o dia também foi positivo e a saca do cereal registrou alta de 0,83%, cotada a R$ 24,20. Na contramão desse cenário, os preços recuaram 1,99% em Santos, com a saca a R$ 34,50. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
Já o dólar recuou e fechou o pregão a R$ 3,7672 na venda, com queda de 0,06%. Durante o dia, a moeda chegou a subir mais de 1% e chegou a R$ 3,8270 na máxima da sessão. Os cenários político e econômico no Brasil permanecem em foco.
Conforme dados da agência Reuters, o mercado reagiu às dúvidas sobre a possibilidade do aumento da taxa de juros nos EUA em dezembro. Por outro lado, a Comissão Mista do Orçamento (CMO) do Congresso impediu o abatimento na meta de superávit fiscal em 2016, o que acabou aumentando a rigidez fiscal frente às intensas desconfianças sobre as contas públicas.
"Ainda assim, temos um mercado interno bastante sólido. Estamos exportando muito milho, uma vez que o produto brasileiro ainda continua competitivo. E isso tem ajudado a enxugar o mercado doméstico", explica o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França Jr.
Paralelamente, o consultor ainda sinaliza que com o ritmo de embarques aquecidos, muitos compradores interno tiveram que retornar ao mercado para adquirir o produto.Para essa temporada a projeção é que as exportações sejam recordes e superem as 27 milhões de toneladas, podendo alcançar as 30 milhões de toneladas.
Bolsa de Chicago
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta quinta-feira (12) com leves quedas. Os principais contratos registraram perdas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,62 por bushel.
Assim como no caso da soja, diante da finalização da safra americana, cerca de 93% da área cultivada já foi colhida, o foco dos investidores se voltam para a produção da América do Sul, conforme ressalta o consultor de mercado. E tanto no Brasil, como na Argentina, o cereal acabou perdendo espaço para outras culturas.
"Também precisamos acompanhar as informações da demanda pelo milho americano, que pode influenciar o andamento dos negócios. Além disso, a retenção das vendas por parte dos produtores americanos contribuem para dar suporte aos preços no mercado internacional", explica o consultor de mercado.
Outra variável, que também é observada pelos participantes do mercado é o efeito do El Niño em lavouras ao redor do mundo. "Ainda temos os impactos do El Niño no restante da produção mundial de grãos. Temos perdas já consolidadas na Ucrânia, Austrália e China, informações que seguem no radar dos investidores", relata o consultor.
Devido ao feriado do Dia dos Veteranos, comemorado nesta quarta-feira (11) nos Estados Unidos), o boletim de vendas para exportação será divulgado nesta sexta-feira (13).