Milho: Em Chicago, mercado dá continuidade ao movimento negativo e amplia perdas nesta 4ª feira

Publicado em 04/11/2015 13:11

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas ao longo do pregão desta quarta-feira (4). Por volta das 12h24 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam quedas entre 2,75 e 3,00 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,77 por ushel.

Diante da ausência de novas informações, os investidores acompanham a finalização da colheita do milho nos Estados Unidos. Por outro lado, o ritmo de vendas no país permanece no foco do mercado. "A concorrência com as exportações brasileiras devido a grandes suprimentos e taxas de câmbio favoráveis levanta preocupações de que as exportações dos EUA possam ficar aquém da atual projeção", disse Darrel Bom, responsável pelo Departamento de Economia Agrícola e do Consumidor, da Universidade de Illinois em entrevista ao site internacional AgWeb.

E os participantes do mercado também começam a se preparar para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado no dia 10 de novembro. Ainda essa semana, a Informa Economics estimou o rendimento das lavouras do cereal em 179,92 sacas por hectare.

O número ficou acima do projetado pela consultoria em outubro, de 168,4 sacas por hectare. Em seu último boletim, o USDA indicou a produtividade média das plantações de milho em 177,8 sacas por hectare.

Confira como fechou o mercado nesta terça-feira:

Milho: Com queda do dólar, preço recua 4,23% no Porto de Paranaguá nesta 3ª feira

A queda do dólar acabou pressionando a cotação da saca do milho no Porto de Paranaguá. A saca do grão encerrou a terça-feira (3) cotada a R$ 34,00, com queda de 4,23%. Por sua vez, a moeda norte-americana recuou 2,39% e fechou a terça-feira a R$ 3,7705 na venda, maior queda diária desde 24 de setembro, quando a moeda caiu a R$ 3,73. Conforme dados divulgados pela agência Reuters, a queda é decorrente da atuação do Banco Central no câmbio e a expectativas de ingresso de recursos no país, em um dia de poucos negócios.

Apesar da queda, as cotações permanecem firmes no mercado interno, ainda sustetandas pela demanda interna, o dólar e as exportações brasileiras. "A demanda interna continua aquecida, principalmente do setor de rações. Temos indústrias buscando fazer estoques, o que deve reduzir a disponibilidade de oferta no mercado", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Já as exportações brasileiras bateram recorde no mês de outubro, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, reportadas nesta terça-feira (3). No total, os produtores brasileiros embarcaram 5,54 milhões de toneladas do grão, com média diária de 264,2 mil toneladas do cereal.

O número indicado ficou acima do maior volume registrado para outubro, superando as 3,95 milhões de toneladas registradas em 2013. Em relação à receita, as exportações renderam ao Brasil cerca de US$ 919,9 milhões, uma alta de 99,1% em comparação com o mês passado. Para essa temporada, a perspectiva é que as exportações superem o recorde de 2013, de 26 milhões de toneladas. Podendo ficar acima de 27 milhões de toneladas de milho.

Bolsa de Chicago

A sessão desta terça-feira (3) foi positiva aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago. As principais posições do cereal fecharam o pregão com leves ganhos, entre 3,40 e 4,00 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,80 por bushel. Os demais contratos da commodity também encerraram o dia abaixo do patamar de US$ 4,00 por bushel.

O mercado do cereal buscou ao longo do pregão de hoje uma recuperação depois das perdas registradas no dia anterior, influência da forte queda observada nos contratos do trigo. Sem grandes novidades que possam impulsionar as cotações do cereal nesse momento, o mercado segue caminhando de lado, conforme ressalta Darrel Bom, responsável pelo Departamento de Economia Agrícola e do Consumidor, da Universidade de Illinois em entrevista ao site internacional AgWeb.

Frente a esse quadro, os participantes do mercado acompanham a finalização da colheita do cereal nos Estados Unidos. De acordo com dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até o último domingo (1), em torno de 85% da área plantada já havia sido colhida com o cereal. Na semana anterior, o percentual estava em 75%. Em 2014, no mesmo período, a colheita estava completa em 62% da área semeada e a média dos últimos cinco anos é de 79%.

Por outro lado, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, ressalta que, a comercialização do cereal continua atrasada nos EUA. "Tivemos boa parte desse espaço coberto pelo milho de origem brasileira. A alta do dólar contribuiu para a competitividade do grão no mercado internacional", afirma.

"As inspeções de exportação de milho e as vendas para exportação até agora na campanha 2015/16 foram decepcionantes. E a concorrência com as exportações brasileiras devido a grandes suprimentos e taxas de câmbio favoráveis levanta preocupações de que as exportações dos EUA possam ficar aquém da atual projeção", disse Bom. Para essa temporada, o USDA aposta em exportações de milho da ordem de 46,99 milhões de toneladas.

E a expectativa é que nas próximas semanas comece a nevar no Meio-Oeste do país, o que irá dificultar a retirada do milho das propriedades. "E também deveremos ter a confirmação de uma safra menor nos EUA, no próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será reportado no próximo dia 10 de novembro", explica.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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