Milho: Em Chicago, mercado inicia sessão desta 6ª feira com leves quedas, próximo da estabilidade
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta sexta-feira (23) do lado negativo da tabela. Por volta das 7h48 (horário de Brasília), os contratos do cereal exibiam ligeiras perdas entre 0,25 e 1,00 pontos, próximos da estabilidade. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,77 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,78 por bushel.
Os futuros da commodity dão continuidade ao movimento negativo iniciado na sessão desta quinta-feira. De acordo com informações dos sites internacionais, o fraco desempenho das vendas para exportação acabou pressionando o mercado. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou as vendas em 248 mil toneladas na semana encerrada no dia 15 de outubro. Em comparação com a semana passada, o volume representa uma queda de 59%.
Além disso, os investidores ainda avaliam e acompanham qual o impacto das chuvas registradas essa semana no Meio-Oeste para o andamento da colheita do cereal. O último reporte do departamento indicava que em torno de 59% da área já havia sido colhida até a semana anterior. O USDA atualiza os números na próxima segunda-feira.
Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:
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A quinta-feira (22) foi de estabilidade aos preços do milho no Porto de Paranaguá, a saca do cereal fechou o dia a R$ 34,50. Em Cascavel (PR), a cotação registrou alta de 2,13%, com a saca cotada a R$ 24,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, os valores permaneceram inalterados. Enquanto isso, as cotações do milho consolidaram o movimento de alta e fecharam a sessão com valorizações entre 0,83% e 3,04% nesta quinta-feira. O vencimento novembro/15 era cotado a R$ 34,60 a saca, depois de encerrar o dia anterior a R$ 34,17 a saca.
Os preços no mercado interno têm sido influenciados pelo comportamento cambial, conforme ressaltam os analistas. Já o câmbio encerrou o pregão desta quinta-feira a R$ 3,90, com queda de 0,90%. Nas últimas três sessões, a moeda norte-americana acumulou alta de 3,75% frente às pressões internas e internacionais.
De acordo com informações da agência Reuters, o dólar terminou o dia em campo negativo refletindo o alívio nos mercados emergentes de câmbio. Além disso, as expectativas de que a política monetária continue expansionista na zona do euro e nos Estados Unidos também contribuiu para o recuo no dólar.
Apesar do quadro, o analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo, ressalta que os produtores brasileiros aproveitaram o recente rally da moeda norte-americana e avançaram com a comercialização da safrinha de 2016. No estado de Mato Grosso, por exemplo, a negociação antecipada da próxima temporada já alcança 50%.
"Só para os Estados Unidos, temos mais de 1 milhão de toneladas negociadas que deverá começar a ser embarcada a partir de julho do próximo ano. O milho brasileiro embarcado, especialmente dos portos do Norte, chegam com bons valores aos estados da Costa Leste do país", explica Araújo.
Paralelamente, o analista ainda sinaliza que a cada ano o Brasil está mais dependente do milho produzido na segunda safra. Isso porque, cerca de 66% da oferta do país tem como origem a safrinha. "Cada vez mais o cereal ganha importância no quadro de suprimento do milho", completa.
Ainda assim, já há expectativas no mercado de que o plantio da safrinha de 2016 possa atrasar devido ao clima incerto para a semeadura da soja. Com a configuração de El Niño para esse ano, muitas regiões, principalmente do Centro-Oeste ainda aguardam chuvas mais consistentes para o cultivo da oleaginosa. Em contrapartida, no Sul do país, a preocupação é com o excesso de precipitações.
"E se tivermos uma quebra ao redor de 10% na safrinha, o que seria possível, e se considerarmos os projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), com uma demanda total próxima de 86 milhões de toneladas, os estoques poderiam cair para perto de 6 milhões de toneladas, o que deixaria o mercado com estoques enxutos e poderia influenciar as cotações", explica o analista da Agrinvest.
Bolsa de Chicago
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta quinta-feira (22) com quedas entre 2,20 e 2,60 pontos. Durante o dia, as principais posições da commodity testaram os dois lados da tabela. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,78 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,81 por bushel.
Segundo dados reportados pelo site internacional Farm Futures, o mercado foi pressionado pelo fraco desempenho das vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 15 de outubro, as vendas somaram 248 mil toneladas do grão, conforme informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O volume representa uma queda de 59% em relação ao número divulgado na semana anterior, de 658,4 mil toneladas.
O volume também ficou abaixo das apostas dos participantes do mercado, que estavam entre 450 mil a 650 mil toneladas. No período, o principal comprador do grão norte-americano foi o Japão, que adquiriu 103,5 mil toneladas. No acumulado da temporada 2015/16, as vendas somam 11.939,9 milhões de toneladas do cereal, uma queda de 36% em comparação com o volume registrado no ano comercial anterior.
Por outro lado, o mercado também pondera o reflexo das chuvas no Meio-Oeste dos EUA ao longo dessa semana e o impacto para a evolução dos trabalhos de colheita. "Chuvas essa semana podem ocasionar alguns atrasos, mas as previsões climáticas a longo prazo mostram tempo mais seco na próxima semana", disse Bob Burgdorfer, analista e editor da Farm Futures.
Ainda nesta quinta-feira, o mercado também observou a informação de que a China poderá comprar cerca de 50% menos milho para estoques estatais na temporada 2015/16 em relação ao ciclo anterior. Os analistas das indústrias ressaltaram que, os governos locais estão oferecendo subsídios para encorajar as indústrias a usar mais grãos produzidos no país.
Com isso, a nação asiática deverá comprar entre 40 milhões a 50 milhões de toneladas de milho para essa temporada. No ciclo 2014/15, o volume adquirido foi de 83 milhões de toneladas, ainda conforme dados dos analistas.