Milho: Apesar da queda no câmbio, preço consolida alta de 3,03% e a saca é cotada a R$ 34,00 em Paranaguá
A quinta-feira (15), foi positiva aos preços do milho no Porto de Paranaguá. A saca para entrega em outubro/15 consolidou o ganho de 3,03% e fechou o dia a R$ 34,00 no terminal, apesar da queda registrada no dólar e também no mercado internacional. Em Não-me-toque (RS), as cotações subiram 1,85%, com a saca do cereal negociada a R$ 27,50.
Em contrapartida, na região de São Gabriel do Oeste (MS), o preço recuou 2,17% nesta quinta-feira, com a saca do milho negociada a R$ 22,50. A cotação também caiu em Luís Eduardo Magalhães (BA), em torno de 3,33% e a saca fechou o dia cotada a R$ 29,00. As informações fazem parte do levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas.
Por sua vez, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,8005 na venda, com queda de 0,32%. Na máxima da sessão, o dólar tocou o patamar de R$ 3,8773. De acordo com informações da agência Reuters, o câmbio finalizou o dia em queda acompanhando o movimento da moeda norte-americana nos mercados emergentes mesmo depois da Fitch rebaixar a nota do Brasil. A agência de classificação também sinalizou que pode tirar o selo de bom pagador do país, mas a decisão já era esperada pelos investidores.
Frente à recente oscilação nos preços, os analistas ressaltam que os produtores, que já negociaram bons volumes da safrinha de 2015, estão concentrados no plantio da soja. Até o momento, os trabalhos de campo estão caminhando lentamente, uma vez que as chuvas permanecem bem irregulares, especialmente no Mato Grosso.
Paralelamente, rumores de que os produtores de ração da Ásia poderão importar milho da Ucrânia se as chuvas fortes no Brasil atrasarem ainda mais os carregamentos em Paranaguá também rondaram o mercado. De acordo com alguns operadores do terminal, a fila de espera de navios já chega a 40 dias.
Por outro lado, o porto informou em nota que, no total foram dez dias de chuvas em setembro e em outubro foram sete dias ininterruptos de chuvas, durante o período cerca de 20 navios não conseguiram atracar. Além do clima, grande volume chegando ao porto depois de uma safra recorde no país e uma elevada demanda provocada pelo dólar valorizado aumentaram as filas.
Para essa temporada, a perspectiva é que sejam exportadas mais de 27 milhões de toneladas de milho. No acumulado de outubro, os embarques somam 1.402,8 milhão de toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Bolsa de Chicago
Pelo segundo dia consecutivo, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão em campo negativo. Nesta quinta-feira (15), as principais posições do cereal fecharam a sessão com quedas de mais de 3 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,75 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,77 por bushel. Os demais vencimentos também ficaram abaixo do patamar dos US$ 4,00 por bushel.
A colheita do milho nos Estados Unidos continua sendo o foco de atenção dos participantes do mercado. E, meio ao clima favorável, os produtores norte-americanos têm conseguido avançar com os trabalhos de campos. Em uma semana, a colheita saiu de 27% para 42%, indicado no início dessa semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E, pelo menos por enquanto, as condições climáticas deverão continuar favoráveis para a colheita, de acordo com dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.
No intervalo dos dias 20 a 24 de outubro, o Meio-Oeste dos EUA deverá registrar chuvas entre 40% até 50% acima da média. Já as temperaturas ficarão mais elevadas, entre 40% até 60%, ainda conforme informações do serviço.
Além disso, a queda na produção de etanol no país também contribuiu para as perdas na sessão de hoje, segundo informou o site Farm Futures. A produção recuou 5% em uma semana nos EUA. De acordo com dados da AIE (Agência Internacional de Energia), até a semana encerrada no dia 9 de outubro, a produção totalizou 949 mil barris diários, contra os 950 mil barris diários reportados anteriormente. Em contrapartida, os estoques registraram ligeira revisão para cima de 18,8 mil barris para 19 mil barris no mesmo período.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira: