Milho: Com foco na colheita nos EUA, mercado opera em queda pelo 2º dia consecutivo em Chicago

Publicado em 15/10/2015 08:32

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta quinta-feira (15) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 1,50 e 2,25 pontos, por volta das 8h18 (horário de Brasília). O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,77 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,79 por bushel.

O mercado dá continuidade ao movimento negativo e caminha para consolidar o 2º dia consecutivo de queda. Nesse instante, os participantes do mercado estão focados na evolução da colheita do cereal nos EUA. "O clima tem contribuído e os produtores americanos avançaram com os trabalhos nos campos. Com isso, também temos o aumento da disponibilidade do produto no mercado norte-americano", disse a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi.

Até essa semana, pouco mais de 42% da safra semeada havia sido colhida, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Para os próximos dias, entre 19 a 23 de outubro, as chuvas deverão ficar até 60% acima da média no Meio-Oeste do país, de acordo com informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. No mesmo intervalo, as temperaturas ficarão mais elevadas.

Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Com nova queda no câmbio, preço recua 2,94% e chega a R$ 33,00/sc em Paranaguá

No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro/15 fechou a quarta-feira (14) com queda de 2,94%, negociada a R$ 33,00. Mais uma vez, as cotações foram pressionadas pela desvalorização registrada no dólar, juntamente com as perdas observadas nos contratos negociados no mercado internacional. Já o câmbio, finalizou a sessão a R$ 3,8126 na venda, com recuo de 2,08%.

Consequentemente, a moeda norte-americana acabou anulando boa parte dos ganhos vistos no dia anterior, quando o dólar subiu mais de 3%. O movimento negativo de hoje é decorrente da perspectiva de que o Federal Reserve, banco central americano, só eleve a taxa de juros do país no próximo ano depois dos números fracos nos EUA e na China.

"Basicamente as quedas nos preços no início de outubro estão ligadas à retração do dólar. Com isso, a paridade de exportação nos portos também recuou e acabou refletindo nas cotações em algumas regiões do país. Contudo, temos uma alta acumulada nos preços no Sul país em torno de 20% em 2015 e no Centro-Oeste em cerca de 45%. Ainda é um momento oportuno para vender", ressalta o analista da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo.

Por outro lado, as exportações de milho começam a ganhar ritmo no Brasil. No acumulado dos 7 dias úteis de outubro, os embarques somaram 1.402,8 milhão de toneladas, com média diária de 200,4 mil toneladas, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). "Os line-ups permanecem elevados e podemos atingir a marca de 27 milhões de toneladas embarcadas nesta temporada", afirma a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi.

Em relação ao plantio da primeira safra no país, a analista ainda destaca que, o mercado observa a evolução dos trabalhos nos campos. "Se tivermos um atraso no cultivo da soja, poderemos ver um reflexo na safrinha, com a redução na janela ideal de plantio. Ainda não é uma situação preocupante, mas o mercado acompanha", diz.

Bolsa de Chicago

As cotações do milho fecharam o pregão desta quarta-feira (14) com quedas mais fortes na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo do dia, as principais posições do cereal ampliaram as perdas e finalizaram a sessão com perdas de mais de 5 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,79 por bushel e apenas o vencimento julho/16 se mantinha acima dos US$ 4,00 por bushel, negociado a US$ 4,01 por bushel.

Segundo a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, o mercado foi pressionado pelas informações do andamento da colheita do cereal nos Estados Unidos. "O clima tem contribuído e os produtores americanos avançaram com os trabalhos nos campos. Com isso, também temos o aumento da disponibilidade do produto no mercado norte-americano", explica.

Ainda nesta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou a colheita completa em 42% da área semeada nesta temporada até o último domingo. O percentual reportado pelo órgão ficou em linha com as estimativas dos participantes do mercado, que apostavam na colheita completa ao redor de 43%.

"Os agricultores americanos fizeram bons progressos na semana anterior, avançando com a colheita para 42% em seus campos, apenas 1% abaixo da média dos últimos cinco anos. O USDA também indicou que cerca de 94% das safra já está madura", ressaltou Knorr.

Na última semana, a área colhida estava em 27%, enquanto isso, em igual período de 2014, o percentual era de 23% e a média dos últimos cinco anos é de 43%. Ainda no boletim, o órgão informou que 68% das plantações estão em boas ou excelentes condições, mesmo nível indicado na semana anterior.

Paralelamente, o Meio-Oeste dos EUA deverá receber chuvas até 60% acima da normalidade no período de 19 a 23 de outubro, conforme dados atualizados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. No mesmo período, as temperaturas ficarão mais elevadas entre 40% até 70% acima da normalidade.

Além disso, outro fator que também contribuiu para a formação do cenário negativo em Chicago foi a queda registrada no trigo, ainda na visão da analista da FCStone. Por sua vez, as cotações do trigo foram pressionadas pela previsão de chuvas na Rússia e na Ucrânia, o que aliviou algumas das preocupações com o clima seco, de acordo com informações de agências internacionais.

"Parece que há uma melhor chance de chuvas por lá, o que pode facilitar os desafios de algumas sementeiras", disse o presidente da corretora com sede em Iowa US Commodities, Don Roose, em entrevista ao Agrimoney.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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