Milho: Colheita chega a 42% nos EUA e mercado inicia pregão desta 4ª feira com leve queda

Publicado em 14/10/2015 08:11

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram o pregão desta quarta-feira (14) com ligeiras quedas. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 1,50 e 2,25 pontos, por volta das 7h45 (horário de Brasília). O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,84 por bushel.

O mercado voltou a recuar após as altas registradas na sessão desta terça-feira, impulsionadas especialmente pelos fortes ganhos observados nos vencimentos da soja.  Ainda ontem no final do tarde, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou que a colheita está completa em 42% da área semeada nesta temporada. O número ficou bem próximo das expectativas dos participantes do mercado, de 43%.

Na semana anterior, a área colhida com o milho estava em 27%, já no mesmo período do ano passado, o índice era de 23% e a média dos últimos cinco anos é de 43%. O departamento ainda manteve em 68% o percentual de lavouras em boas ou excelentes condições, projeção em linha com as estimativas dos investidores.

Confira como fechou o mercado nesta terça-feira:

Milho: Câmbio registra valorização de mais de 3% nesta terça-feira e preços sobem nos portos brasileiros

A alta do dólar observada nesta terça-feira (13) deu suporte aos preços no Porto de Paranaguá que consolidaram o ganho de 3,03%, com a saca para entrega outubro/15 negociada a R$ 34,00. Em Santos, o preço da saca registrou alta de 2,90% e chegou a R$ 35,50. Por sua vez, a moeda norte-americana subiu 3,58% e fechou o dia a R$ 3,8935 na venda, maior avanço diário desde 21 de setembro de 2011, informou a agência Reuters.

Na máxima da sessão, o câmbio tocou o patamar de R$ 3,8962. A moeda foi impulsionada pela aversão ao risco observada nos mercados mundiais frente às informações sobre a economia chinesa e também às expectativas do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que agrava o cenário político no país.

Também com a influência da moeda, os preços do milho negociados na BM&F Bovespa encerraram o pregão desta terça-feira (13) com leve alta. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 0,03% e 0,24%. A posição novembro/15 era cotada a R$ 33,65 a saca, depois de encerrar a sessão da última sexta-feira a R$ 33,57 a saca.

No mercado interno, as cotações do cereal acumularam perdas no início do mês de outubro acompanhando a acomodação registrada no câmbio, conforme reporte do Cepea. "A desvalorização do dólar ao longo da semana anterior fez com que os valores no mercado spot se enfraquecessem, mas os vendedores se retraíram diante das novas ofertas de compradores. Os negócios futuros também sinalizaram ajuste negativo nos últimos dias", informou o boletim.

Já as exportações de milho somaram 1.402,8 milhão de toneladas no acumulado dos 7 dias úteis de outubro, conforme dados divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior). No período, a média diária ficou em 200,4 mil toneladas, o que representa uma alta de 21,8% em relação à média diária registrada em setembro, de 164,5 mil toneladas.

No mesmo intervalo, os embarques renderam ao Brasil uma receita de US$ 233,4 milhões, com média diária de US$ 33,3 milhões. Em comparação ao mês anterior, a média diária registra uma alta de 20,7%. Para essa temporada, tanto os analistas coo as consultorias privadas apostam em exportações recordes, entre 28 milhões até 30 milhões de toneladas.

Bolsa de Chicago

O pregão desta terça-feira (13) foi positivo aos preços do milho na Bolsa de Chicago (CBOT). Depois de operar dos dois lados da tabela, as cotações da commodity consolidaram o movimento positivo e fecharam o dia com altas entre 3,50 e 3,75 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,84 por bushel, após iniciar a sessão a US$ 3,80 por bushel. O vencimento maio/16 retornou ao patamar dos US$ 4,00 por bushel, negociado a US$ 4,01 por bushel.

Conforme dados reportados pelo site Farm Futures, o mercado encontrou suporte na alta observada nos contratos vizinhos da soja, mas especialmente no trigo. As principais posições do trigo fecharam o dia com ganhos de mais de 12 pontos no mercado internacional. Os rumores de seca no Mar Negro, em particular a Ucrânia acabaram dando sustentação às cotações do cereal.

Enquanto isso, o boletim de embarques semanais ficou em 573,298 mil toneladas do grão até a semana encerrada no dia 8 de outubro, as informações foram divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Apesar do número ter ficado acima do registrado na semana anterior, de 469,697 mil toneladas, o volume ficou abaixo das expectativas do mercado, entre 625 mil a 750 mil toneladas. "Além disso, os embarques da temporada 2015/16 estão em 23,8% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior", informou o site Pro Farmer.

Paralelamente, os participantes do mercado ainda aguardam o reporte do relatório de acompanhamento de safras do departamento. A projeção é que os trabalhos nos campos tenham avançado e sejam indicados próximos de 43%. Na última semana, a colheita estava completa em 27% da área cultivada nesta temporada. A média de lavouras em boas ou excelentes condições deve ser mantida em 68%, ainda de acordo com estimativas do mercado.

"Se for confirmada a estimativa, a colheita deve se aproximar da média registrada nos últimos cinco anos", disse Bob Burgdorfer, analista e editor da Farm Futures. Em contrapartida, ainda há dúvidas no mercado sobre o tamanho da produção norte-americana e também o rendimento das lavouras. O USDA indicou a produtividade das plantações em 177,8 sacas por hectare em seu último boletim de oferta e demanda.

Por outro lado, o mercado também trabalhou com rumores de que a Coreia do Sul precisa adquirir cerca de 207 mil toneladas do grão de origem opcional. O volume que será comprado terá que ser entregue entre março e abril do próximo ano, informou a Farm Futures.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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