Milho: Mercado aguarda números do USDA e fecha sessão desta 4ª feira com ligeira queda
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta quarta-feira (7) com leves quedas. Ao longo da sessão, as cotações do cereal reverteram os ganhos e finalizaram o dia com perdas entre 2,25 e 2,50 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,95 por bushel, já as demais posições conseguiram se manter acima dos US$ 4,00 por bushel.
Além da ligeira queda registrada no petróleo, que contribuiu para pressionar os preços, a desvalorização dos contratos do trigo também influenciaram as cotações da commodity, conforme dados do analista e editor da Farm Futures, Bob Burgdorfer. Por outro lado, os investidores também se preparam para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na próxima sexta-feira (9).
A projeção do mercado é que haja uma redução na estimativa da safra de milho nos EUA, que poderá somar 342,16 milhões de toneladas nesta temporada, conforme dados divulgados por agências internacionais.
"Os mercados de grãos e oleaginosas estão aguardando ansiosamente as últimas previsões do departamento, que serão publicadas na sexta-feira", Commerzbank AG disse em um relatório enviado para a Bloomberg. A redução na previsão de safra do USDA é esperada para o milho e soja, disse o banco.
"Poderemos ver o USDA revisando para baixo as projeções para a safra de milho do país, entre 3 milhões a 4 milhões de toneladas. No último boletim, a produção foi estimada em 345 milhões de toneladas. Os estoques finais também poderão ser revistos e a perspectiva é que haja uma redução de até 2 milhões de toneladas, com estoques próximos de 40 milhões de toneladas", afirma o economista e analista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.
Apesar das atenções estarem voltadas ao novo boletim, os investidores ainda acompanham os relatos vindos dos campos americanos e as informações sobre a evolução da colheita. Até essa semana, pouco mais de 27% da área semeada havia colhida, de acordo com dados oficiais. Do mesmo modo, os rendimentos das plantações são observados com a mesma cautela, uma vez que os dados ainda são incertos.
Ainda na visão do economista, a partir de agora, os participantes do mercado também começam a trabalhar com perspectivas para a próxima temporada. "E, por enquanto, o indicativo é que os produtores norte-americanos voltem a pensar mais no milho em relação à área que ainda será cultivada", ressalta Motter.
Produção de etanol nos EUA
A produção de etanol nos EUA somou 950 mil barris diários até a semana encerrada no dia 2 de outubro. Na semana anterior, a produção ficou em 943 mil barris diários, conforme informou a AIE (Agência Internacional de Energia). Já os estoques foram mantidos em 18,8 mil barris.
Mercado interno
A quarta-feira foi de estabilidade aos preços do milho em grande parte das praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Em Paranaguá, a saca do cereal finalizou o dia estável em R$ 34,50 a saca para entrega em outubro. Na região de Campo Novo do Parecis (MT), os preços recuaram em torno de 5%, com a saca negociada a R$ 19,00. Em Jataí (GO), a queda foi de 2,04%, com a saca a R$ 24,00.
O cenário é decorrente da volatilidade observada no dólar ao longo do dia. A moeda norte-americana fechou a sessão a R$ 3,8771 na venda, com ganho de 0,89%. Na mínima do pregão, o câmbio tocou o patamar de R$ 3,7880, menor intradia nível desde 9 de setembro. O dólar retomou as altas depois dos investidores voltarem a se preocupar com as perspectivas políticas após o Congresso Nacional adiar novamente a votação de vetos presidenciais com impacto fiscal e antes do julgamento das contas do governo pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
Ainda hoje, a INTL FCStone projetou uma redução de 5,6% na área destinada ao milho na safra de verão 2015/16. Paralelamente, o cenário de preços mais valorizados devido ao câmbio, leva à crença de que o cultivo da segunda safra ainda deva ser incentivado, caso o quadro seja mantido. “Ainda é cedo para se chegar a um número para a segunda safra, mas existe um grande potencial a ser explorado. Com preços considerados favoráveis pelos produtores, a produção no inverno pode vir a alcançar um novo recorde”, explica a analista da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
Em relação ao plantio, o sul do país tem o trabalho de campo mais adiantado nesse momento, ultrapassando os 50% do total estimado no Paraná e no Rio Grande do Sul. Inclusive, no estado gaúcho alguns produtores têm realizado o replantio depois da recente geada. Já em Minas Gerais, os agricultores ainda aguardam a ocorrência de chuvas mais regulares para iniciarem o cultivo do cereal.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira: