Milho: Em Chicago, mercado inicia pregão desta 5ª feira próximo da estabilidade

Publicado em 01/10/2015 08:28

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com ligeiras movimentações na manhã desta quinta-feira (01). Por volta das 8h11 (horário de Brasília), apenas o vencimento maio/16 subia 0,25 pontos, cotado a US$ 4,05 por bushel. Já o contrato dezembro/15 era negociado a US$ 3,86 por bushel, com queda de 1,00 pontos.

Após o relatório de estoques trimestrais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que indicou os estoques em 43,97 milhões de toneladas até 1º de setembro, os investidores voltam as atenções para o andamento da colheita do cereal no país. Por enquanto, pouco mais de 18% da área foi colhida até o início da semana.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, ressaltou que, a produtividade das lavouras ainda estão acima da média estimada, mas a partir de agora, as áreas que tiveram problemas com as intempéries climáticas começarão a ser colhidas. Ainda hoje, o USDA reporta novo boletim de vendas para exportação, que pode influenciar o andamento dos negócios.

Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Após dados do USDA, mercado fecha sessão próximo da estabilidade; foco é a colheita nos EUA

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quarta-feira (30) praticamente estáveis, com ligeiras quedas. Os vencimentos da commodity exibiram leves perdas, entre 1,00 e 1,25 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,87 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,90 por bushel.

Ao longo do pregão, o mercado até exibiu um movimento negativo mais forte, principalmente depois do reporte do boletim de estoques trimestrais, porém, as cotações reduziram as desvalorizações no final do dia. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou os estoques de milho, até 1º de setembro, em 43,97 milhões de toneladas.

"O número veio muito próximo do que o mercado esperava, com isso, não tivemos uma reação muito expressiva. Se o departamento tivesse indicado os estoques ao redor de 40 milhões de toneladas, poderíamos ter observado um movimento positivo", ressalta o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Em média, os participantes do mercado apostavam em estoques entre 41,84 milhões a 45,72 milhões de toneladas. Ainda assim, o volume ficou acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 31,4 milhões de toneladas. No último boletim, o USDA projetou os estoques em 112,96 milhões de toneladas, na referência até 1º de junho.

Brandalizze ainda ressalta que o foco dos participantes do mercado ainda será o andamento da colheita nos EUA e também o comportamento do clima. Pouco mais de 18% da área semeada nesta temporada foi colhida até o início dessa semana, conforme indicam os números oficiais.

"Por enquanto, a produtividade das lavouras estão até acima da média dos dados oficiais, mas são áreas que não sofreram com as enchentes. Nos próximos 10 dias começaremos a colheita de áreas que sofreram mais com o clima, onde os produtores já relatam problemas com a formação das espigas", destaca Brandalizze.

Além disso, o consultor também chama a atenção para o clima no Meio-Oeste do país. "O clima mais seco tem contribuído para o avanço nos trabalhos nos campos, entretanto também pode limitar o potencial produtivo das plantações cultivadas mais tardiamente", completa Brandalizze.

Os mapas de previsão climática, entre os dias 5 a 9 de outubro, indicam chuvas acima da normalidade em grande parte do Meio-Oeste do país. Enquanto isso, a produção de etanol nos EUA subiu de 938 mil para 943 mil barris diários até a semana encerrada no dia 25 de setembro, conforme informou a AIE (Agência Internacional de Energia). Já os estoques caíram de 18,9 mil barris para 18,8 mil barris no mesmo período.

Mercado interno

Com o reflexo do dólar, a cotação da saca do milho para entrega outubro/15 caiu 5,56%, para R$ 34,00 no Porto de Paranaguá nesta quarta-feira. No dia anterior, os preços subiram e chegaram a R$ 36,00/sc. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), o dia foi de ligeira alta, em torno de 2,17%, com a saca do cereal negociada a R$ 23,50. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.

Já a moeda norte-americana recuou 2,31% na sessão de hoje, cotada a R$ 3,9655 na venda. A queda é decorrente da boa aceitação nas ações tomadas pelo governo no intuito de reduzir as tensões com a base aliada no Congresso. Mas as incertezas sobre possíveis novas intervenções do Banco Central no mercado ainda deixam o dólar instável.

No entanto, o câmbio fechou o mês de setembro com valorização de mais de 9,33% e alta acumulada de 27,55 nos últimos três meses, conforme informou a agência Reuters.

Frente essa oscilação, os negócios ficaram bastante parados no mercado brasileiro, conforme ressalta Brandalizze. "Porém, nos últimos dias, os produtores aproveitaram os preços mais altos e fecharam negócios para a safrinha de 2016", afirma.

Por outro lado, a perspectiva é que as exportações brasileiras ganhem ritmo a partir de outubro. Ainda essa semana, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) reporta o balanço dos embarques de milho durante setembro. No acumulado até a terceira semana do mês, as exportações de milho somaram 1,66 milhão de toneladas.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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