Milho: Após dados do USDA, mercado fecha sessão próximo da estabilidade; foco é a colheita nos EUA
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quarta-feira (30) praticamente estáveis, com ligeiras quedas. Os vencimentos da commodity exibiram leves perdas, entre 1,00 e 1,25 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,87 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,90 por bushel.
Ao longo do pregão, o mercado até exibiu um movimento negativo mais forte, principalmente depois do reporte do boletim de estoques trimestrais, porém, as cotações reduziram as desvalorizações no final do dia. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou os estoques de milho, até 1º de setembro, em 43,97 milhões de toneladas.
"O número veio muito próximo do que o mercado esperava, com isso, não tivemos uma reação muito expressiva. Se o departamento tivesse indicado os estoques ao redor de 40 milhões de toneladas, poderíamos ter observado um movimento positivo", ressalta o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Em média, os participantes do mercado apostavam em estoques entre 41,84 milhões a 45,72 milhões de toneladas. Ainda assim, o volume ficou acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 31,4 milhões de toneladas. No último boletim, o USDA projetou os estoques em 112,96 milhões de toneladas, na referência até 1º de junho.
Brandalizze ainda ressalta que o foco dos participantes do mercado ainda será o andamento da colheita nos EUA e também o comportamento do clima. Pouco mais de 18% da área semeada nesta temporada foi colhida até o início dessa semana, conforme indicam os números oficiais.
"Por enquanto, a produtividade das lavouras estão até acima da média dos dados oficiais, mas são áreas que não sofreram com as enchentes. Nos próximos 10 dias começaremos a colheita de áreas que sofreram mais com o clima, onde os produtores já relatam problemas com a formação das espigas", destaca Brandalizze.
Além disso, o consultor também chama a atenção para o clima no Meio-Oeste do país. "O clima mais seco tem contribuído para o avanço nos trabalhos nos campos, entretanto também pode limitar o potencial produtivo das plantações cultivadas mais tardiamente", completa Brandalizze.
Os mapas de previsão climática, entre os dias 5 a 9 de outubro, indicam chuvas acima da normalidade em grande parte do Meio-Oeste do país. Enquanto isso, a produção de etanol nos EUA subiu de 938 mil para 943 mil barris diários até a semana encerrada no dia 25 de setembro, conforme informou a AIE (Agência Internacional de Energia). Já os estoques caíram de 18,9 mil barris para 18,8 mil barris no mesmo período.
Mercado interno
Com o reflexo do dólar, a cotação da saca do milho para entrega outubro/15 caiu 5,56%, para R$ 34,00 no Porto de Paranaguá nesta quarta-feira. No dia anterior, os preços subiram e chegaram a R$ 36,00/sc. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), o dia foi de ligeira alta, em torno de 2,17%, com a saca do cereal negociada a R$ 23,50. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
Já a moeda norte-americana recuou 2,31% na sessão de hoje, cotada a R$ 3,9655 na venda. A queda é decorrente da boa aceitação nas ações tomadas pelo governo no intuito de reduzir as tensões com a base aliada no Congresso. Mas as incertezas sobre possíveis novas intervenções do Banco Central no mercado ainda deixam o dólar instável.
No entanto, o câmbio fechou o mês de setembro com valorização de mais de 9,33% e alta acumulada de 27,55 nos últimos três meses, conforme informou a agência Reuters.
Frente essa oscilação, os negócios ficaram bastante parados no mercado brasileiro, conforme ressalta Brandalizze. "Porém, nos últimos dias, os produtores aproveitaram os preços mais altos e fecharam negócios para a safrinha de 2016", afirma.
Por outro lado, a perspectiva é que as exportações brasileiras ganhem ritmo a partir de outubro. Ainda essa semana, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) reporta o balanço dos embarques de milho durante setembro. No acumulado até a terceira semana do mês, as exportações de milho somaram 1,66 milhão de toneladas.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira: