Milho: Dólar tem novo dia de alta e preços sobem mais de 2% nesta 5ª feira na BM&F
As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa operam com ganhos de mais de 2% na sessão desta quinta-feira (24) impulsionadas pela valorização da moeda norte-americana. O vencimento novembro/15 era cotado a R$ 36,55 a saca, por volta das 12h34 (horário de Brasília). No dia anterior, o vencimento fechou o pregão a R$ 35,97 a saca.
Já o dólar voltou a trabalhar com forte alta e renovou a maior cotação da história da moeda frente ao real ao tocar o patamar de R$ 4,24. Contudo, ao longo do dia, o câmbio sentiu o impacto das declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini sobre a possibilidade de leilões mais adiante e acabou reduzindo sua força.
Além dos preços na bolsa brasileira, a disparada do câmbio também tem servido de suporte aos preços nos portos e no interior do país. Ainda hoje, a saca do milho para entrega em outubro/15 permanecia estável em R$ 35,50 no terminal de Paranaguá. Porém, ontem os negócios orbitaram ao redor de R$ 39,00 a saca para entrega novembro/15.
No mercado interno, as cotações também registraram ganhos entre 2,08% e 4,17% nesta quarta-feira. Por outro lado, os analistas ainda ressaltam que, a oscilação no dólar deixa tanto os vendedores como os compradores mais cautelosos. E, com isso, os negócios acabam acontecendo de maneira bastante pontual.
Ainda assim, a leitura dos especialistas é que o câmbio forte contribua para as exportações do cereal. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, ressaltou que o país pode encerrar o ano de 2015 com um volume exportado próximo das 27 milhões de toneladas.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros do milho dão continuidade ao movimento negativo nesta quinta-feira. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 2,00 e 2,75 pontos, por volta das 12h52 (horário de Brasília). O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,81 por bushel, mesmo patamar registrado no início do pregão.
De acordo com informações do noticiário internacional, há rumores no mercado de que o governo da China poderá reduzir o preço pago ao produtor de milho com o objetivo de incentivar o consumo do grão que se acumulou nos estoques domésticos do país ao longo dos últimos anos. O preço poderá ser cortado em até 10%, segundo estimou o banco ANZ. Somente no mês de agosto, os chineses importaram mais de 607,58 mil toneladas de milho, um crescimento de 140,7% na comparação anual.
Por outro lado, as atenções ainda estão voltadas para o andamento da colheita do milho nos EUA. Até o início dessa semana, cerca de 10% da área cultivada nesta temporada já havia sido colhida, conforme dados oficiais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E, por enquanto, as previsões climáticas ainda indicam clima favorável para o avanço dos trabalhos nos campos.
O USDA também divulgou novo boletim de vendas para exportação. Até a semana encerrada no dia 17 de setembro, as vendas somaram 426,3 mil toneladas de milho, um recuo de 20% em relação à semana anterior. Os investidores apostavam em volume entre 548,67 mil a 749,34 mil toneladas do grão.