Milho: Mercado inicia sessão desta 3ª feira com leves quedas na Bolsa de Chicago

Publicado em 22/09/2015 08:16

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram o pregão desta terça-feira (22) com ligeiras quedas. As principais posições do cereal exibiam perdas de mais de 2 pontos, por volta das 8h04 (horário de Brasília). O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,82 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,84 por bushel.

As cotações do cereal voltaram a trabalhar em campo negativo após registrar ganhos fortes na sessão desta segunda-feira. Com suporte vindo principalmente das incertezas sobre o rendimento das lavouras de milho, os preços subiram mais de 7 pontos nos vencimentos mais negociados. A produtividade oficial indicada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para essa temporada é de 177,27 sacas por hectare.

Contudo, os relatos vindos dos campos norte-americanos apontam para um rendimento bastante desigual. Ainda ontem, o departamento indicou que a colheita do milho já está completa em 10% da área semeada nesta safra, contra os 5% reportados na semana anterior. A estimativa do mercado era de um percentual colhido entre 11% e 14%.

O USDA ainda informou em seu boletim que 94% das lavouras do cereal estão na fase do milho dentado, frente aos 87% apontados na semana anterior. Cerca de 53% das plantações estão em estágio de maturação. Na semana passada, o índice era de 35%.

Confira como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Com foco no rendimento das lavouras americanas, mercado fecha sessão com forte alta na CBOT

A sessão desta segunda-feira (21) foi positiva aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal voltaram a subir após quatro pregões consecutivos de perdas e finalizaram com valorizações de mais de 7 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,84 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,75 por bushel.

De acordo com informações do consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, os investidores estão com as atenções voltadas às lavouras norte-americanas e os trabalhos de colheita. Até a semana anterior, cerca de 5% da área cultivada nesta temporada havia sido colhida, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

"E os relatos vindos dos campos apontam para produtividades acima e abaixo da projeção do USDA, de 177,27 sacas por hectare para essa temporada. Os participantes do mercado duvidam do rendimento médio apontado pelo departamento norte-americano", afirma Fernandes.

Ainda nesta segunda-feira, o USDA atualiza os números do andamento da colheita no país e a perspectiva é que os números fiquem entre 11% a 14%. A estimativa é que com o clima favorável registrado nos últimos dias e a projeção para os próximos, os produtores norte-americanos tenham conseguido evoluir com os trabalhos nos campos.

 "As previsões climáticas indicam um começo de semana seco em áreas de colheita do Corn Belt. Além disso, as perspectivas de longo prazo mantêm o tempo quente e centro na região", afirma o analista e editor do site Farm Futures, Bob Burgdorfer. E para os próximos 6 a 10 dias, as chuvas no Meio-Oeste dos EUA deverão ficar entre 40% até 50% abaixo da normalidade. Na contramão desse cenário, a previsão indica temperaturas acima da média, entre 60% a 70%, conforme dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.

Previsão de chuvas nos EUA entre os dias 26 a 30 de setembro - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 26 a 30 de setembro - Fonte: NOAA

Outro fator que também contribuiu para o movimento positivo foi o reporte da venda de 487,680 mil toneladas de milho para o México. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16. "Além disso, tivemos uma recuperação nos preços do petróleo depois das quedas recentes e um cenário macroeconômico mais calmo nesse início de semana, o que favoreceu os preços do milho no mercado internacional", acredita Fernandes.

O USDA também divulgou nesta 2ª feira novo boletim de embarques semanais. Até a semana encerrada no dia 17 de setembro, os embarques ficaram em 735,535 mil toneladas de milho. Na semana anterior, o número ficou em 722,155 mil toneladas do grão, dentro das perspectivas dos participantes do mercado. Os investidores esperavam um volume entre 701,08 mil a 850,95 mil toneladas do cereal.

Fernandes ainda ressalta que o mercado também tem observado as informações sobre o andamento da safra da Europa, que foi comprometida devido às intempéries climáticas. Na semana anterior, o ministro da agricultura da Ucrânia, informou que a safra do país deve cair 20% nesta temporada e não deve ultrapassar 23 milhões de toneladas.

Em toda a União Europeia, a projeção é de uma safra próxima de 57,4 milhões de toneladas, número que representa uma queda de 2,3% em relação à última estimativa. "Temos problemas na Europa e também na Ásia. E o mercado mundial irá passar por aperto de milho em 2016, o que deve manter o preço valorizado na virada do ano", completa o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Diante desse cenário, Fernandes ainda acredita que os preços do milho deverão orbitar entre US$ 3,70 a US$ 4,00 por bushel no mercado internacional.

Mercado interno

Apesar da forte alta registrada no mercado internacional e no dólar, o preço da saca do milho para entrega em outubro/15 permaneceu estável em R$ 34,00 em Paranaguá. Ainda na visão do consultor em agronegócio, os produtores brasileiros não estão vendendo o milho. "Tivemos muitos negócios antecipados e agora o produtor segura o produto à espera de melhores oportunidades", sinaliza Fernandes.

A moeda norte-americana terminou a sessão a R$ 3,97, com ganho de 0,58%. No mercado interno as cotações seguem firmes, segundo dados divulgados pelo Cepea. Em meio à recente valorização do câmbio frente ao real, os produtores anteciparam o fechamento de contratos a termo, especialmente com destino para a exportação. Com isso, a oferta no mercado spot reduziu o que garante a sustentação das cotações no mercado interno.

"Para o milho temos uma comercialização adiantada e temos a demanda bastante aquecida para atender a demanda do setor de rações no final do ano. Isso sem contar que o mercado global está carente de milho", diz Brandalizze.

Enquanto isso, as exportações brasileiras começam a ganhar ritmo. Até a terceira semana de setembro, os embarques somaram 1.661,5 milhão de toneladas, com média diária de 127,8 mil toneladas do grão. O volume diário representa uma alta de 17,5% em relação ao mês anterior. As informações foram divulgadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) nesta segunda-feira.

No mesmo período, os embarques renderam ao Brasil uma receita ao redor de US$ 280,1 milhões, com média diária de US$ 21,5 milhões. A perspectiva é que o país embarque volumes recordes de milho nesta temporada, superando o patamar histórico de 26 milhões de toneladas registrado em 2013.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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