Milho: Investidores aguardam números do USDA e mercado fecha em alta pelo 2º dia consecutivo na CBOT

Publicado em 09/09/2015 17:44 e atualizado em 09/09/2015 18:16

As cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quarta-feira (9) com ligeiros ganhos, próximos da estabilidade. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity reduziram as altas e terminaram a sessão com valorizações entre 0,50 e 1,50 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,56 por bushel, mesmo nível registrado no início do dia.

Em meio às especulações para o boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na próxima sexta-feira (11), os investidores ainda buscam um melhor posicionamento. Há muitas incertezas e apostas sobre o real tamanho da safra norte-americana de milho nesta temporada.

A última projeção oficial é de uma produção de 347,64 milhões de toneladas. Contudo, as projeções das consultorias privadas e de analistas acreditam em uma produção menor na safra 2015/16. E, apesar de não haver dados oficiais sobre a colheita, os relatos vindos dos campos americanos já indicam uma queda entre 10% e 30% no rendimento das plantações do cereal em relação ao observado no mesmo período do ano anterior.

De acordo com informações do site internacional Farm Futures, a colheita do cereal já teve início no sul de Illinois e também em Indiana. Já o clima, indica uma redução nas chuvas no Meio-Oeste dos EUA no intervalo de 14 a 18 de setembro. No mesmo período, as temperaturas deverão ficar acima da média, conforme informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.

Enquanto isso, o relatório de acompanhamento de safras do USDA manteve o índice de 68% de lavouras em boas ou excelentes condições. Ainda no boletim, o órgão indicou que cerca de 96% das plantações do milho estão em estágio de enchimento de grãos, em torno de 76% delas estão com o milho dentado e 20% em fase de maturação.

Mercado interno

A sessão desta quarta-feira (9), os preços do milho praticados no mercado interno registraram ligeira alta. Em Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, o ganho foi de 1,85%, com a saca do cereal negociada a R$ 22,00. em São Gabriel do Oeste (MS), a valorização foi de 2,50% e a saca a R$ 20,50. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, o dia foi de estabilidade.

Na contramão desse cenário, o preço no porto de Paranaguá registrou leve queda de 1,54%, com a saca para entrega outubro/15 terminou o dia cotada a R$ 32,00. A queda é decorrente da desvalorização do câmbio, que encerrou a quarta-feira a R$ 3,7994 na venda, com queda de 0,51%.

Segundo dados da agência Reuters, a moeda norte-americana foi pressionada pelos investidores que estão mais animados com a China. Também houve movimentos de ajustes após os fortes avanços observados recentemente.

O consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França, ressalta que há um descasamento entre os preços praticados nos portos e no interior do país. "Isso é fruto da distorção trazida pelo câmbio, porém, na somatória entre interior e mercado de porto, o saldo ainda é positivo. Mesmo com a pressão da segunda safra, os preços do milho tiveram alguns momentos de recuo, mas já estabilizaram", explica.

Em relação às exportações, o consultor também sinaliza que os embarques deverão se intensificar a partir de setembro. "O que sugere que vendemos bem, participando do mercado internacional. Não temos números oficiais, mas pelo andar da carruagem e pelas nomeações deveremos embarcar entre 25 milhões até 27 milhões de toneladas, especialmente à Europa. Com isso, os estoques poderão ficar abaixo dos 10 milhões de toneladas, o que seria positivo para a formação dos preços", completa.

Paralelamente, as primeiras projeções para a safra de verão já começam a ser observadas pelos participantes do mercado.  Hoje, a Consultoria Céleres informou que a área cultivada com o milho na safra de verão deverá somar 5,89 milhões de hectares, uma redução de 2% em relação à safra passada. A produtividade média deverá ficar próxima de 5,24 t/ha, com isso, a produção deverá totalizar 30,8 milhões de toneladas, queda de 0,3% em comparação com safra 2014/15.

Para a INTL FCStone, a área semeada com o grão na safra de verão deverá ficar em 5,8 milhões de hectares, uma queda de 5,6% em relação ao ano anterior. De acordo com a analista de milho da consultoria, Ana Luiza Lodi, muitos estados estão aumentando a produção da soja, concentrando o cultivo do grão no inverno. “Minas Gerais, por exemplo, que foi líder na produção do cereal no verão, deve plantar mais soja na primeira safra e tem a intenção de aumentar a área de milho na ‘safrinha’”, explica.

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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