Milho: Na CBOT, mercado inicia sessão desta 4ª feira com leves ganhos, próximo da estabilidade
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta quarta-feira (9) com ligeiros ganhos, próximos da estabilidade. Por volta das 8h11 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam altas entre 0,25 e 1,00 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,56 por bushel, após ter encerrado o dia anterior a US$ 3,55 por bushel.
As cotações tentam dar sequência aos ganhos observados no dia anterior. Conforme explicam os analistas, o pregão desta terça-feira foi de recuperação depois das perdas recentes e também uma proteção, por parte dos investidores, frente ao novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O boletim será reportado na próxima sexta-feira.
Além disso, os traders também estão focados nos relatos sobre a colheita do milho em algumas localidades do país. Ainda não há dados oficiais, porém, há especulações no mercado de que os rendimentos das lavouras do cereal têm ficado entre 10% e 30% abaixo dos resultados registrados no mesmo período de 2014, conforme informações de agências internacionais.
Ainda ontem, o departamento também indicou que cerca de 68% das plantações estão em boas ou excelentes condições. Mesmo percentual indicado na semana anterior. Em torno de 96% das lavouras do milho estão em fase de enchimento de grãos, 76% delas estão com milho dentado e 20% em estágio de maturação.
Confira como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Mercado tem dia de correção técnica e fecha pregão com ganhos de mais 5 pts na CBOT
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta terça-feira (8) do lado positivo da tabela. Ao longo do dia, as principais posições do cereal ampliaram os ganhos e encerraram a sessão com altas entre 5,25 e 5,50 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,55 por bushel, após terminar a última sexta-feira (4) a US$ 3,49 por bushel.
Segundo explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a sessão foi de correção técnica às cotações futuras da commodity no mercado internacional. "Depois do feriado de ontem, em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA, os investidores iniciaram a semana se protegendo e preparando para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na próxima sexta-feira (11)", explica.
No mês anterior, o departamento indicou a safra norte-americana de milho em 347,64 milhões de toneladas, com produtividade média de 178,65 sacas do grão por hectare. Já o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, informou que a produção do cereal no país poderá totalizar 346,7 milhões de toneladas nesta safra, em entrevista ao Notícias Agrícolas. Com isso, o analista ainda destaca que os preços podem recuar e o vencimento dezembro/15 pode orbitar entre US$ 3,30 a US$ 3,50 por bushel.
Já na visão do economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, acredita que em uma perspectiva é de uma produção de milho menor no país e, consequentemente, projeção de estoques menores também. "Hoje, tivemos uma alta pontual, com os preços tentando se firmar acima dos US$ 3,50 por bushel. O mercado do milho tem uma solidez maior", ressalta Motter.
Em contrapartida, os investidores ainda permanecem atentos ao comportamento do clima no Meio-Oeste dos EUA. De acordo com dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, no intervalo dos dias 8 a 13 de setembro, o Meio-Oeste americano deverá receber chuvas. O Pro Farmer, reportou nesta terça-feira que, as chuvas mais pesadas são registradas em todo o Centro-Oeste superior.
Ainda hoje, o USDA divulgou a venda de 120 mil toneladas de milho para o México. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16.
Mercado interno
Nesta terça-feira (8), a saca do milho no Porto de Paranaguá permaneceu estável em R$ 33,00, de acordo informações da Brandalizze Consulting. No mercado interno, as cotações subiram 0,93%, para R$ 21,60 a saca nas regiões de Ubiratã e Londrina, ambas no estado do Paraná. Em Jataí (GO), o dia também foi de alta aos preços. A saca terminou o dia a R$ 22,00 e ganho de 2,33%, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
De acordo com informações reportadas pelo Cepea nesta terça-feira, o mercado do cereal continua firme para os vendedores brasileiros, principalmente em decorrência da recente valorização do dólar, que tem contribuído para a competitividade do grão no cenário internacional. Hoje, a moeda norte-americana terminou a sessão a R$ R$ 3,8190 na venda, com queda de 1,07%. A queda aconteceu depois de o Banco Central aumentar a intervenção no câmbio e em meio ao renovado apetite por risco nos mercados externos frente ao avanço das bolsas chinesas, conforme dados da agência Reuters.
"As exportações de milho estão aceleradas e temos os grandes consumidores, do setor de rações começando a despertar. Os embarques do setor também continuam aquecidos e há um crescimento no alojamento de frangos e suínos. Na virada do ano teremos pouco volume em estoque, uma vez que os produtores já venderam boa parte da safrinha de 2015. No primeiro semestre de 2016 teremos oferta mais limitada", acredita Brandalizze.
Até a 1ª semana de setembro, acumulado nos 4 dias úteis, as exportações de milho somaram 666 mil toneladas, com média diária de 166,5 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o volume diário registra um crescimento de 53,1%. No mesmo período, os embarques renderam ao país uma receita de US$ 114,0 milhões, com média de US$ 28,5 mil. As informações foram divulgadas pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Paralelamente, as projeções para a próxima temporada de verão também seguem no foco dos participantes do mercado. No Rio Grande do Sul, maior produtor do grão na 1ª safra, a redução na área semeada pode chegar a 10% e no Paraná, o índice deverá ficar próximo dos 20%.
"Deveremos ter uma redução mais expressiva no Sul e Sudeste, com destaque aos estados de Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Contrariamente, poderemos ter um crescimento no milho na segunda safra", finaliza Brandalizze.