Milho: Após três dias de queda, mercado esboça reação na manhã desta 6ª feira na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram a sessão desta sexta-feira (4) em campo positivo, com ligeiros ganhos. Por volta das 9h11 (horário de Brasília), os vencimentos da commodity exibiam altas entre 0,25 e 1,50 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,49 por bushel, depois de fechar o dia anterior a US$ 3,47 por bushel.
O mercado testa uma recuperação após fechar em queda por três pregões consecutivos. A consolidação da safra norte-americana permanece no foco dos investidores. Ainda há muitas dúvidas sobre o real tamanho da produção de milho nesta temporada. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aposta em uma safra ao redor de 347,64 milhões de toneladas.
Entretanto, as consultorias privadas e os analistas acreditam que a produção poderá ficar abaixo do projetado. Até o momento, as previsões climáticas ainda indicam chuvas no Meio-Oeste do país.
Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Com foco na safra dos EUA, mercado fecha em campo negativo e consolida 3º dia de queda
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quinta-feira (3) do lado negativo da tabela pelo 3º dia consecutivo. Os principais contratos do cereal ampliaram as perdas ao longo da sessão e terminaram o dia com quedas entre 5,50 e 6,25 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,47 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 3,51 por bushel.
Nesse momento, os analistas explicam que o mercado do cereal é pressionado pela consolidação da safra norte-americana. A estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é que sejam colhidas em torno de 347,64 milhões de toneladas de milho nesta temporada. Cerca de 68% das lavouras do cereal estão em condições boas ou excelentes e 92% das plantações estão em fase de enchimento de grãos.
E, até o momento, as previsões climáticas não indicam nenhuma ameaça às lavouras do grão no Meio-Oeste do país. A previsão de chuvas no Corn Belt alivia os receios com o possível estresse hídrico, conforme reporte das agências internacionais.
Contudo, o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo ressalta que o mercado do cereal mostra mais solidez. "No mercado do cereal temos os fundamentos, como a produção do grão norte-americano que será menor do que a do ano passado. E o mercado americano está mais ajustado. Com isso, o cenário a longo prazo é bom", explica Cogo.
Além disso, os analistas ainda ressaltam os problemas climáticos enfrentados em outros continentes como a Europa e Ásia. No continente europeu, as lavouras de milho na França ainda sofrem com as intempéries climáticas, o que pode resultar em uma quebra na produção.
Ainda hoje, o USDA divulgou novo boletim de vendas para exportação. Até a semana encerrada no dia 27 de agosto, as vendas ficaram em 441 mil toneladas do milho, contra os 854,8 mil toneladas indicadas na semana passada.
O volume indicado ficou abaixo das estimativas dos participantes do mercado, que variavam entre 500 mil e 900 mil toneladas. Do total, cerca de 112,7 mil toneladas da safra velha e mais 328,3 mil toneladas da nova temporada. O Japão e destinos desconhecidos foram os principais compradores do produto norte-americano.
Mercado interno
Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a sessão desta quinta-feira (3) foi de estabilidade aos preços do milho. Apenas no Porto de Santos, a cotação subiu 0,59%, com a saca do cereal cotada a R$ 34,20. No terminal de Paranaguá, o preço permaneceu estável em R$ 32,50 a saca para entrega em outubro/15.
Apesar da forte queda registrada nos preços da commodity no mercado internacional, a alta do dólar observada ao longo dia acabou dando suporte aos valores praticados no Brasil. A moeda norte-americana encerrou o pregão de hoje estável a R$ 3,7598 na venda.
Entretanto, na máxima do dia, o câmbio tocou o patamar de R$ 3,8175, com ganho de 1,53% e maior nível intradia desde 11 de dezembro de 2002, quando o dólar chegou a R$ 3,82. Segundo informações da agência Reuters, o dólar teve uma sessão volátil marcada por ruídos sobre Joaquim Levy, ministro da Fazenda, e pela perspectiva de vendas de divisas relacionadas à alta da CSLL sobre instituições financeiras.
Em relação às vendas da safrinha desse ano, Cogo ressalta que cerca de 70% da produção já foi negociada até o momento. "Ou já foi escoada ou foi comprometida. E o ritmo de exportação do milho deverá ser forte de setembro a dezembro", acredita o consultor.
Paralelamente, a forte valorização do câmbio já tem gerado oportunidades de negócios para a safrinha de 2016. "Em algumas regiões do país, o percentual negociado chega a 40%. Os níveis praticados estão acima do registrado no mercado disponível. O produtor está fazendo corretamente se protegendo e realizando negociações antecipadas", diz.