Milho: Em Chicago, mercado inicia sessão desta 6ª feira próximo da estabilidade

Publicado em 21/08/2015 08:18

No início da sessão desta sexta-feira (21), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam próximos da estabilidade. Por volta das 8h03 (horário de Brasília), os dois primeiros vencimentos da commodity estavam estáveis e o março/16 exibia ligeira queda de 0,25 pontos e o maio/16 leve alta, de 0,25 pontos.

Os participantes do mercado ainda acompanham as informações sobre o andamento da safra norte-americana. De acordo com dados a Pro Farmer Crop Tour, a produtividade média das lavouras em Illinois deverá totalizar 181,65 sacas do grão por hectare. A projeção está abaixo da média do ano anterior, de 208,45 sacas de milho por hectare, conforme indicado por agências internacionais.

Em Indiana o cenário também é parecido, uma vez que, o rendimento estimado pela expedição foi de 150,97 sacas por hectare. O número representa uma queda de 23% em relação à temporada anterior. Já os números oficiais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontam para uma produtividade média para essa safra de 178,65 sacas de milho por hectare. A produção norte-americana deverá totalizar 347,64 milhões de toneladas, que se confirmada, será a terceira maior safra do país.

Ainda nesta quinta-feira, o mercado fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo impulsionado também pelos números de vendas para exportação. O volume indicado pelo USDA, de 859 mil toneladas do grão, ficou acima das expectativas do mercado e acabou dando suporte aos preços do cereal.

Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Milho: Com suporte das exportações semanais, mercado fecha em alta e consolida 3º dia de ganhos na CBOT

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quinta-feira (20) em alta pelo 3º dia consecutivo. Os contratos do cereal exibiram ganhos entre 3,75 e 4,00 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,71 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,69 por bushel.

Segundo as informações das agências internacionais, o mercado encontrou suporte nos números das vendas para exportação divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Até a semana encerrada no dia 13 de agosto, as vendas totalizaram 859 mil toneladas do grão. O volume indicado ficou acima das expectativas do mercado entre 350 mil a 800 mil toneladas do grão.

O número também é maior do que o indicado na semana anterior, de 531,1 mil toneladas do grão. Do volume total, em torno de 282,7 mil toneladas são da temporada 2014/15 e o restante, 576,4 mil toneladas da safra 2015/16. No acumulado da temporada, as vendas de milho totalizam 45.840,9 milhões de toneladas.

Ainda hoje, o USDA também reportou a venda de 193 mil toneladas do cereal ao México. O volume deverá ser entregue na safra 2014/15. Ao longo da semana, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, já tinha ressaltado que, nos atuais patamares praticados em Chicago o mercado é comprador.

Em contrapartida, o mercado ainda acompanha a finalização do desenvolvimento da safra norte-americana. No último boletim de acompanhamento de safras, o departamento informou que, cerca de 71% das plantações estão em estágio de enchimento de grãos. Já a safra de milho deverá somar 347,64 milhões de toneladas nesta temporada, conforme projeção do órgão.

Contudo, a Pro Farmer Crop Tour já estimou o rendimento das lavouras de milho em Indiana em 150,97 sacas por hectare. O número representa uma queda de 23% em comparação com a safra passada. A produtividade média deverá ficar em 178,65 sacas do grão por hectare nesta temporada, ainda de acordo com dados do USDA.

Enquanto isso, os mapas já começam a sinalizar padrão climático mais seco para o Meio-Oeste dos EUA. E, nos períodos, de 6 a 10 dias e 8 a 14 dias, as temperaturas deverão ficar acima da média no Corn Belt. Porém, as chuvas ficarão abaixo da normalidade em estados importantes como Missouri, Illinois, Iowa e Indiana, conforme dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.

Mercado interno

A saca do milho para entrega em março/16 fechou o dia negociada a R$ 31,50 no Porto de Rio Grande. Em Paranaguá, a cotação permaneceu estável em R$ 31,00 a saca para entrega em outubro/15. Mesmo com os ganhos em Chicago, a queda do dólar frente ao real acabou limitando as reações nos preços. O câmbio terminou a quinta-feira a R$ 3,45, com queda de 0,92%.

Já no mercado interno, as cotações do cereal permanecem sustentadas, apesar da perspectiva de uma grande safra nesta temporada. De acordo com informações da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção brasileira deverá ficar acima de 84 milhões de toneladas, entre primeira e segunda safra. Entretanto, os produtores rurais devem estar atentos ao ritmo dos embarques brasileiros, que impactará nos preços.

"O mercado trabalha com a expectativa de que os contratos que foram feitos antecipadamente possam ser direcionados para exportação, o que ajudaria a enxugar o mercado doméstico. Entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, a projeção é que sejam exportadas mais de 26,4 milhões de toneladas, conforme dados oficiais", ressalta o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves.

Nos principais estados produtores há bons volumes já negociados antecipadamente, ainda segundo o pesquisador. "Porém, apesar das perspectivas, os embarques na parcial do mês de agosto estão em 906 mil toneladas do grão, o que é um volume pequeno e inferior ao registrado no mesmo período de 2014. A aposta é que os vendedores estejam atrasando o cumprimento dos contratos na expectativa de pegar um câmbio maior, o que elevaria a receita em reais", explica Alves.

Entretanto, o país precisa embarcar bons volumes mensais para chegar a meta dos 26,4 milhões de toneladas. Caso a projeção seja alcançada, o pesquisador ainda sinaliza os estoques poderão ser menores. "Mas se tivermos um menor volume exportado, teremos um estoque maior e, consequentemente, uma pressão sobre os preços. Estamos um cenário incerto e um câmbio menor pode antecipar um quadro mais pessimista", completa.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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