Milho: Com foco na safra dos EUA, mercado esboça reação e fecha o dia com leves ganhos em Chicago

Publicado em 18/08/2015 16:43

Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho fecharam o pregão desta terça-feira (18) com ligeiras altas. Durante os negócios, as principais posições da commodity ampliaram os ganhos observados no início do dia e mantiveram o tom positivo. Os contratos do cereal exibiram valorizações entre 2,75 e 3,00 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,66 por bushel, depois de começar a sessão a US$ 3,63 por bushel.

Para o consultor de mercado da TRINI Consultoria, Mársio Antônio Ribeiro, os preços acabaram sendo influenciados pelo relatório de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Nesta segunda-feira, o órgão informou que o índice de lavouras em boas ou excelentes condições recuou de 70% para 69% até o último domingo. Cerca de 21% das plantações apresentam situação regular e em torno de 10% estão em condição ruim ou muito ruim.

Em relação ao desenvolvimento, 71% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos e 21% das plantações em fase de milho dentado. Ainda segundo o departamento, a média dos últimos cinco anos é de 66% e 28%, respectivamente. Nesta temporada, a perspectiva é que sejam colhidas 347,64 milhões de toneladas de milho, de acordo com a última projeção do USDA.

"Contudo, acredito que esse seja um movimento temporário e os preços devem perder força já a partir do pregão de amanhã. Com as últimas projeções do USDA em relação à safra norte-americana teremos uma situação confortável nos estoques de passagem. Consequentemente, as cotações do milho poderão trabalhar no intervalo de US$ 3,20 a US$ 3,50 por bushel. Também temos ainda a pressão do dólar no mercado internacional que continua em tendência de alta frente às outras moedas", explica o consultor.

Paralelamente, Ribeiro ainda ressalta que as informações do mercado financeiro também influenciam o andamento das negociações em Chicago. "As bolsas de valores mundiais continuam sofrendo um pouco e isso pode trazer alguma migração dos investidores para as commodities. Entretanto, de forma geral, hoje, tanto as commodities agrícolas, como o financeiro sofreram. Ainda pairam muitas dúvidas sobre a economia da China, sobre o potencial de crescimento para esse ano e em 2016. Com isso, os picos de alta e baixa serão constantes", completa.

Clima nos EUA

Segundo informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - no período de 25 a 31 de agosto, as temperaturas deverão ficar acima da média no Meio-Oeste norte-americano. Em contrapartida, no mesmo período, as chuvas deverão ficar abaixo da normalidade, segundo indica o mapa abaixo. Ainda hoje, a Somar Meteorologia informou que, durante essa semana, o tempo deverá permanecer mais aberto e quente do que com chuvas. "Ainda não está descartada a possibilidade de novas perdas pontuais de produtividade", segundo informou o boletim. Conforme dados do relatório da Farm Service Agency, os produtores norte-americanos solicitaram o seguro para 930 mil hectares de milho que não foram plantadas no país.

Previsão de chuvas nos EUA entre os dias 25 a 31 de agosto - Fonte: NOAA

Temperatura nos EUA entre os dias 25 a 31 de agosto - Fonte: NOAA

Mercado interno

O preço da saca do milho para entrega em outubro/15 ficou em R$ 31,00 no Porto de Paranaguá nesta terça-feira. No dia anterior, a cotação encerrou a R$ 31,50/sc. Apesar da ligeira alta no mercado internacional, a queda do dólar acabou pesando sobre os preços, conforme informaram os analistas. O câmbio fechou o dia a R$ 3,47, com perda de 0,34%. Durante o dia, a moeda norte-americana chegou ao patamar de R$ 3,50.

Enquanto isso, as exportações aquecidas permanecem sendo um dos principais fatores de sustentação aos preços praticados no mercado interno, de acordo com informações do Cepea. A valorização do câmbio tem contribuído para a competitividade do produto brasileiro no cenário internacional. Até a segunda semana de agosto, as exportações brasileiras de milho somaram 906,2 mil toneladas, com média diária de 90,6 mil toneladas. Os dados foram reportados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

No Brasil, a estimativa é que sejam colhidas em torno de 84,3 milhões de toneladas na safra 2014/15, entre primeira e segunda safra, conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A produtividade média das lavouras brasileiras cresceu 6,1%, para 5.367 kg/hectare.

Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:

>> MILHO

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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