Milho: Em meio às projeções para o USDA, preços sobem na sessão desta 4ª feira na CBOT

Publicado em 05/08/2015 13:20

Durante as negociações desta quarta-feira (5) na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho ampliaram os ganhos. Por volta das 12h02 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam altas entre 2,75 e 3,00 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,71 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,67 por bushel.

Segundo informações de agências internacionais, o mercado do cereal encontra suporte nas expectativas para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado no dia 12 de agosto e é considerado um dos mais importantes do ano, conforme os analistas. "Os futuros dos grãos encontram suporte nas estimativas de safras menores de soja e milho nos EUA do que indicavam os últimos números do USDA", disse Bryce Knorr, analista do site Farm Futures.

Conforme pesquisa realizada pelo site internacional, com cerca de 1.300 produtores norte-americanos, a produção de milho deverá totalizar 339,52 milhões de toneladas na temporada 2015/16. Em relação à safra passada, o número representa uma queda de 6% e está 1,2% abaixo da última projeção do USDA, de 343,68 milhões de toneladas.

Já a produtividade das lavouras do cereal deverá ficar próxima de 176 sacas por hectare, mas a área de plantio poderá ser menor, em torno de 35,65 milhões de hectares. Um dos mais importantes consultores em agronegócio, Michael Cordonnier, estimou a produtividade das lavouras do cereal da temporada 2015/16 em 174,1 sacas por hectare.

O número representa um ganho de 1,6 saca por hectare, o que, na visão do consultor, é uma consequência das chuvas oportunas que contribuíram para o desenvolvimento das lavouras, especialmente no oeste e noroeste do Corn Belt. Já a produção norte-americana deverá ficar entre 327,4 milhões a 343,9 milhões de toneladas, com média de 336,6 milhões de toneladas, ainda de acordo com projeções do consultor.

Em relação às previsões climáticas, os próximos dias serão de pancadas de chuvas para algumas áreas de milho e soja nos EUA, conforme dados do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos. As precipitações deverão ser de baixa intensidade e muito localizadas.

Ainda de acordo com o boletim, os próximos 15 dias "não serão de uma ausência total de chuvas, mas sim, de um período de chuvas de baixíssima intensidade e extremamente localizadas, o que poderá levar a perdas regionalizadas de produtividade". Entretanto, ainda não há como dimensionar as possíveis perdas.

No início dessa semana, o USDA manteve em 70% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. 21% das lavouras estão em situação regular e 9% em condições ruins ou muito ruins. Ainda no relatório, o departamento apontou que cerca de 90% das plantações estão em fase de espigamento.

BM&F Bovespa

Já na BM&F Bovespa, a sessão desta quarta-feira também é positiva aos futuros do cereal. Por volta das 11h32 (horário de Brasília), so contratos da commodity subiam mais de 2%. O movimento é decorrente da alta do dólar observado ao longo do dia.

O câmbio era cotado a R$ 3,4895 na venda, com ganho de 0,73%. Ao longo do pregão, o dólar atingiu os R$ 3,5009, maior patamar desde 11 de março de 2003, quando foi a R$ 3,5230, de acordo com dados da agência Reuters. A moeda encontra suporte nas preocupações com o cenário político e econômico do Brasil e nos novos dados sobre os EUA voltarem a dar força às apostas em alta dos juros norte-americanos em setembro.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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