Milho: Com influência do financeiro, mercado dá continuidade ao movimento negativo em Chicago
Ao longo do pregão desta segunda-feira (3), os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) reduziram as perdas, porém, mantêm o tom negativo nas negociações. As principais posições do cereal exibiam quedas entre 2,00 e 2,75 pontos, por volta das 12h31 (horário de Brasília). O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,69 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,65 por bushel.
De acordo com informações reportadas pelo site internacional Farm Futures, o mercado ainda é pressionado pelos dados do mercado financeiro. Além da valorização do dólar no cenário internacional, que tem comprometido a competitividade dos produtos negociados nas bolsas americanas, os investidores ainda observam as informações da economia da China.
Segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da Caixin, a atividade industrial no país recuou mais que o estimado inicialmente no mês de julho, a maior contração em dois anos, com queda em novas encomendas, conforme dados da agência Reuters. "Acreditamos que o pânico no mercado acionário no começo de julho esfriou a atividade econômica, que é o que os PMIs da indústria indicaram", disse o economista da ING Tim Condon em nota a clientes antes da divulgação do PMI da Caixin.
No caso da Grécia, o mercado acionário também registrava perdas significativas e recuava mais de 20% também como reflexo das vendas fortes por parte dos investidores em um "efeito manada", ainda segundo a Reuters. "Parece que as ações de bancos terão mais espaço para cair na terça-feira antes que as ofertas surjam", disse o gestor de fundos, que não quis ser identificado. "Vai demorar alguns dias para que o mercado se equilibre", informou a agência.
Paralelamente, as condições climáticas nos EUA permanecem sendo observadas pelos participantes do mercado. Depois de um final de semana um pouco mais quente no país, os últimos mapas climáticos já apontam para chuvas acima do normal no oeste do Corn Belt ao Vale do Rio Ohio. Já as temperaturas deverão ficar mais amenas, segundo o indicado nas figuras abaixo.
Projeção das Chuvas para 8 a 12 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA
Projeção das Temperaturas para 8 a 12 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA
Após as chuvas excessivas e de certa normalização no padrão climático em julho, as previsões continuam a ocasionar incertezas no mercado. Contudo, até o momento, não há nada que indique que as intempéries climáticas serão fortes o suficiente para provocar uma quebra significativa na produção de milho norte-americana. Enquanto isso, os investidores aguardam para o novo boletim de acompanhamento de safras, que será reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), nesta segunda-feira.
Já o boletim de embarques semanais totalizaram 920,708 mil toneladas do grão até a semana encerrada no dia 30 de julho, de acordo dados do USDA. Na semana anterior, o número ficou em 1.108,281 milhão de toneladas de milho.
Mercado interno
Apesar da alta observada no dólar nesta segunda-feira, o preço da saca do milho para entrega em outubro/15 mantinha a estabilidade, cotada a R$ 29,50 no Porto de Paranaguá. Mesmo com o câmbio mais forte, a queda registrada em Chicago limitava os ganhos dos preços. A moeda norte-americana é cotada a R$ 3,454 na venda, com alta de 0,85%.
Conforme dados do site G1, o dólar subia depois de o Banco Central sinalizar que não irá aumentar suas intervenções no câmbio mesmo após a moeda americana atingir a máxima dos últimos 12 anos. Na máxima da sessão, a moeda chegou a R$ 3,4618, maior nível desde 20 de março de 2003, quando o câmbio chegou a R$ 3,4920.
Enquanto isso, no mercado interno, a alta do câmbio tem contribuído para a competitividade do produto brasileiro no cenário internacional, de acordo com dados do Cepea. O quadro, por sua vez, tem sustentado os preços do cereal, no pico da colheita de uma safrinha recorde.