Falta de armazéns para milho em MT preocupa produtores

Publicado em 22/07/2015 13:23

SÃO PAULO (Reuters) - A falta de armazéns para estocar milho preocupa produtores de grãos de Mato Grosso, à medida que a colheita do cereal avança, disse nesta quarta-feira a Aprosoja MT, associação que reúne agricultores do Estado, o maior produtor agrícola do país.

"Em Sorriso e Nova Mutum, na região Norte, o milho já está a céu aberto", disse a entidade em nota divulgada nesta quarta-feira.

A região Centro-Oeste do país é a que mais produz soja e milho, mas é carente de estrutura de armazenagem, além de contar com poucas opções de rotas de escoamento da produção.

O Brasil colheu uma safra recorde de soja em 2014/15, e até o fim de junho as vendas estavam atrasadas no país, incluindo o Centro-Oeste, na comparação com o mesmo estágio da temporada anterior.

Mesmo assim, a Aprosoja atribui o problema de falta de armazéns para o milho a gargalos logísticos e repercussões da greve de caminhoneiros registrada em março.

"A greve dos caminhoneiros... atrapalhou os embarques de soja, e como, reflexo, atrapalharam também os de milho, sendo que ainda há soja estocada aqui em Sorriso. Além disso, apesar de termos aumentado a produtividade das lavouras, o crescimento da capacidade de armazenagem não acompanhou esse crescimento na mesma proporção", disse o coordenador da Aprosoja em Sorriso, Rodrigo Pozzobon, em nota.

A Aprosoja reclama que os caminhões dos produtores estão demorando mais que o habitual para descarregar milho nos armazéns das tradings, atrapalhando o fluxo de trabalho de colheita.

A colheita de milho em Mato Grosso, Estado onde se cultiva o cereal apenas no inverno, após uma primeira safra de soja, atingiu 47,5 por cento da área na semana passada, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Apesar de não ser ideal, a armazenagem de milho a céu aberto é possível em Mato Grosso porque nesta época do ano chuvas são raríssimas, sem grandes riscos à qualidade dos grãos.

(Por Gustavo Bonato)

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Fonte: Reuters

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