Milho: Após perdas expressivas, mercado inicia sessão desta 3ª feira próximo da estabilidade em Chicago

Publicado em 21/07/2015 08:41

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (21) com ligeiros ganhos, próximos da estabilidade. Por volta das 8h11 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam altas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 4,05 por bushel, mesmo patamar registrado no fechamento do dia anterior.

Nesta segunda-feira, o mercado encerrou a sessão com perdas de mais de 15 pontos. O mercado foi pressionado pela valorização do dólar no mercado internacional, o que acaba tirando a competitividade dos produtos nas bolsas americanas. Além disso, os mapas climáticos indicando um tempo mais seco no Meio-Oeste dos EUA também contribuíram para pressionar as cotações.

De acordo com informações reportadas por agências internacionais, os investidores acompanham as previsões de tempo mais firme no país. "Enquanto o calor extremo pode ser um problema para a polinização do milho, uma pausa na chuva será bem-vinda e dará aos campos encharcados a chance de secar", disse Bob Burgdorfer, da Farm Futures.

Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo relatório de acompanhamento de safras. No caso do milho, o índice de lavouras em boas ou excelentes condições foi mantido em 69%. O percentual está abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 76%. O órgão ainda manteve o índice de plantações em situação regular em 22% e 9% apresentam condições ruins ou muito ruins.

O departamento também apontou que 55% das lavouras estão em fase de espigamento, contra os 27% observados na semana anterior. Os dados são referentes até o último domingo.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Com alta do dólar e previsão de clima seco nos EUA, mercado fecha sessão com forte queda

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram a sessão desta segunda-feira (20) com perdas expressivas. Durante as negociações, as principais posições do cereal ampliaram as quedas e fecharam o dia com desvalorizações de mais de 15 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 4,05 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 4,14 por bushel.

Segundo as informações das agências internacionais, o mercado foi pressionado nesse início de semana, especialmente pela valorização do dólar frente a uma cesta de moedas. A moeda norte-americana foi impulsionada pelas informações sobre a economia americana, principalmente com a possibilidade de uma elevação nas taxas de juros nos próximos meses. E o dólar fortalecido acaba tirando a competitividade dos produtos nas bolsas americanas.

Paralelamente, o movimento negativo ganhou força com os mapas climáticos indicando um tempo mais seco no Meio-Oeste dos EUA, conforme dados do site Agrimoney.com. Para esse início de semana, as previsões climáticas ainda apontam para tempestades no Corn Belt, situação que pode acarretar em mais inundações nos arredores de Illinois e Ohio, segundo informações da Farm Futures.

“O milho sentiu mais a melhora no clima nos EUA. E os rumores dão conta de que não irá se perder tanto, quanto o esperado. Teremos uma redução na safra norte-americana, mas não será uma catástrofe”, explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Entretanto, as projeções mais alongadas já apontam para um clima mais seco no Corn Belt. Nos intervalos de 25 a 29 de julho e 27 de julho a 2 de agosto, as previsão é de chuva abaixo normal no Meio-Oeste, segundo dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -. No entanto, a previsão de temperaturas mais altas é observada pelos investidores.

Chuvas nos EUA entre os dias 25 a 29 de julho - Fonte: NOAA

Chuvas nos EUA entre os dias 27 de julho a 2 de agosto - Fonte: NOAA

"Enquanto o calor extremo pode ser um problema para a polinização do milho, uma pausa na chuva será bem-vinda e dará aos campos encharcados a chance de secar", ressalta Bob Burgdorfer, da Farm Futures.

Frente a esse cenário, os investidores ainda esperam o novo boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será reportado no final da tarde desta segunda-feira. Na semana anterior, o órgão manteve o percentual de lavouras em boas ou excelentes condições em 69%. Já o índice de plantações em situação regular ficou em 22% e o número de lavouras em condições ruins ou muito ruins ficou em 9%.

Exportações semanais

Ainda hoje, o departamento reportou o boletim de embarques semanais. Até a semana encerrada no dia 16 de julho, as vendas de milho ficaram em 1.161,106 milhão de toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 1.057,085 milhão de toneladas.

“Apesar da alta de uma semana para outra, no acumulado da temporada ainda está abaixo do registrado no ano anterior. Com isso, as informações dos embarques não tiveram o mesmo peso, assim como aconteceu com a soja”, afirma Brandalizze.

Mercado interno

A segunda-feira foi de poucos negócios no mercado interno brasileiro. Apenas em São Gabriel do Oeste (MS), o preço subiu 2,63%, com a saca a R$ 19,50. Nas demais praças, o dia foi de estabilidade, de acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. No Porto de Paranaguá, a saca do cereal, para entrega em outubro/15, encerrou o dia estável em R$ 28,50.

A alta do dólar registrada nesse início de semana, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 3,20, com ganho de 0,25%, acabou sendo anulada pelas fortes quedas observadas no mercado internacional. “Os compradores acabam oferecendo valores mais baixos e os vendedores não aparecem, quase não tivemos negócios hoje. A safrinha está com a comercialização adiante, então os produtores podem aguardar por melhores momentos, o que deixa uma posição confortável aos agricultores”, ressalta o consultor de mercado.

Safra brasileira

Em Mato Grosso, o maior estado produtor de milho segunda safra, a colheita do cereal chegou a 47,94% até o final da última semana. Na região Sudeste do estado, os trabalhos nos campos caminham de maneira mais lenta e, até o momento, a área colhida atingiu cerca de 28,46%, conforme dados reportados pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Nesta temporada, a projeção é que sejam colhidas em torno de 20,33 milhões de toneladas do grão.

Já no Paraná, pouco mais de 25% da área cultivada havia sido colhida, segundo informações do Deral (Departamento de Economia Rural). Em muitas localidades, os trabalhos nos campos foram interrompidos devido às chuvas recentes. Algumas regiões, como Guaíra, as precipitações chegaram a 400 mm acumulados nas últimas três semanas. E, com o alto índice de umidade, os produtores já relatam problemas com o aparecimento de grãos ardidos e espigas brotando.

Em nota o departamento informou que, a chuva tem impacto pontual, mas a preocupação é com o excesso de umidade do grão, o que aumenta as chances de desenvolvimento de doenças. Além disso, os gastos com a secagem do grão serão maiores. "O excesso de umidade deve comprometer a qualidade e pode afetar os preços pagos ao produtor", destaca o analista do Deral, Edmar Gervásio.

Enquanto isso, no Mato Grosso do Sul, a colheita do milho safrinha chegou a 12,4%. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número representa um atraso de 7%.  Por enquanto, a avaliação dos técnicos do Siga - Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio -, as chuvas atrasaram a colheita do cereal, mas, até o momento, não interferem na produtividade das plantações. A perspectiva é que sejam colhidas em torno de 8,3 milhões de toneladas nesta temporada. Já os trabalhos nos campos deverão ser finalizados até a segunda quinzena de agosto.

Clima no Brasil

De acordo com informações da Somar Meteorologia, no período de 20 a 24 de julho, as chuvas continuam sobre a região Sul do Brasil. No intervalo, o estado do Paraná deverá acumular chuvas entre 5 a 30 mm. O padrão climático será mantido para a semana seguinte, entre os dias 25 a 29 de julho.

Exportações brasileiras

No acumulado até a 3º semana de julho, as exportações brasileiras de milho somaram 416,2 mil toneladas do grão, com média de 32 mil toneladas. Em comparação com o mesmo período do mês anterior, o número representa uma alta de 391,6%. No período, os embarques renderam ao Brasil uma receita de US$ 70,7 milhões, com média de US$ 5,4 milhões. As informações são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e foram divulgadas nesta segunda-feira.

Tags:

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

B3 antecipa movimento de queda dos preços do milho que ainda não apareceu no mercado físico
Demanda por milho segue forte nos EUA e cotações futuras começam a 6ªfeira subindo em Chicago
Radar Investimentos: Milho brasileiro encontra barreiras no mercado internacional
Milho emenda sexta queda consecutiva e B3 atinge menores patamares em um mês nesta 5ªfeira
Getap 2024: premiação deve ter altas produtividades para o milho inverno 24
Cotações do milho recuam nesta quinta-feira na B3 e em Chicago
undefined