Milho: Em Chicago, alta do dólar pesa e mercado mantém tom negativo nesta 2ª feira

Publicado em 20/07/2015 13:08

Ao longo da sessão desta segunda-feira (20), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) mantém o tom negativo. Por volta das 12h31 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas entre 6,00 e 6,50 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 4,14 por bushel, mesmo patamar observado no início do pregão.

As cotações futuras do cereal dão continuidade ao movimento negativo observado na sessão anterior. No balanço semanal, as cotações do cereal acumularam desvalorizações entre 4,18% e 4,65%. Segundo dados reportados pela agência internacional Bloomberg,  a "queda das commodities está se aprofundando com preços caminhando para os menores patamares, em alguns casos, desde 2002 diante das perspectivas de uma alta nas taxas de juros dos Estados Unidos e dos futuros do ouro caindo muito".

O dólar mais valorizado também pesa sobre as cotações nesta segunda-feira, conforme reportam os analistas. A moeda norte-americana alcançou a máxima de três meses frente a uma cesta de moedas hoje diante de informações sobre a economia americana, especialmente a possibilidade maior de uma elevação nas taxas de juros nos próximos meses. E o dólar mais fortalecido acaba tirando a competitividade dos produtos nas bolsas americanas.

Paralelamente, os investidores também observam o comportamento do clima nos Estados Unidos. Ainda no início dessa semana, as previsões climáticas indicam para tempestades no Meio-Oeste do país, o que pode ocasionar mais inundações em torno de Illinois e Ohio, de acordo com dados divulgados pelo site Farm Futures.

Previsão de chuvas para os próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Contudo, as projeções mais alongadas já apontam para um clima mais seco no Corn Belt. Nos intervalos de 25 a 29 de julho e 27 de julho a 2 de agosto, as previsão é de chuva abaixo normal no Meio-Oeste, segundo dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -. No entanto, a previsão de temperaturas mais altas são observadas pelos investidores.

Chuvas nos EUA entre os dias 25 a 29 de julho - Fonte: NOAA

Chuvas nos EUA entre os dias 27 de julho a 2 de agosto - Fonte: NOAA

"O tempo deverá dominar o mercado esta semana. As previsões se confirmarem teremos o tempo úmido dando lugar ao clima mais seco e as altas temperaturas. Lembrando que o mês de julho é de extrema importância para a cultura do cereal e as lavouras norte-americanas estão em fase de polinização", disse Bryce Knorr, da Farm Futures.

Em seu último boletim de acompanhamento de safras, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que cerca de 69% das plantações apresentavam boas ou excelentes condições. O órgão atualiza os números no final da tarde desta segunda-feira.

Ainda hoje, o departamento reportou o boletim de embarques semanais. Até a semana encerrada no dia 16 de julho, as vendas de milho ficaram em 1.161,106 milhão de toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 1.057,085 milhão de toneladas.

Mercado interno

Nesta segunda-feira, a saca do milho, para entrega em outubro/15 era cotada a R$ 28,50, no Porto de Paranaguá. Já no mercado interno, as cotações subiram na semana anterior impulsionadas, principalmente pela valorização do dólar. Para o analista de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, as chuvas observadas no final de junho e início de julho, tem atrasado a colheita, o que também ajuda a sustentar as cotações do cereal, assim como, as revisões para baixo sobre a produção norte-americana do grão.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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