Milho: Em Chicago, mercado inicia a sessão desta 6ª feira próximo da estabilidade

Publicado em 17/07/2015 08:17

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta sexta-feira (17) com leves quedas, próximos da estabilidade. Por volta das 8h11 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 0,75 e 1,25 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 4,28 por bushel, depois de fechar o dia anterior a US$ 4,30 por bushel.

Nos últimos dias, as cotações futuras do cereal têm operado com muita volatilidade no mercado internacional. De acordo com os analistas, os investidores acompanham as informações sobre o clima, o que tem gerado muita oscilação nos preços do milho. Principalmente porque o mês de julho é decisivo para a definição da cultura norte-americana. Para os próximos dias, especialmente no final de semana são esperadas tempestades no Meio-Oeste dos EUA.

Já a projeção mais alongada indica tempo mais seco no país, especialmente no período 20 a 24 de julho e 22 a 28 de julho. "O clima mais seco no Meio-Oeste dos EUA deverá ajudar a cultura, embora o tempo mais quente já gera preocupações, pois pode afetar a polinização das lavouras. No início da semana, o USDA apontou que 27% das plantações estavam em fase de espigamento, ou polinização. A média dos últimos cinco anos é de 34%", diz o editor do site Farm Futures, Bob Burgdorfer.

Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Milho: Mercado acompanha previsões climáticas nos EUA e fecha sessão com ligeira alta em Chicago

Após uma sessão de intensa volatilidade, as cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quinta-feira (16) com leves ganhos, próximo da estabilidade. As principais posições do cereal exibiram altas entre 0,50 e 0,75 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 4,30 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 4,31 por bushel.

Ao longo do dia, as cotações da commodity testaram os dois lados da tabela. As agências internacionais destacam que os investidores permanecem atentos ao comportamento do clima nos Estados Unidos. E segundo dados reportados por institutos internacionais de meteorologia, as chuvas devem continuar nos próximos dias. Inclusive, no final de semana são previstas novas tempestades, juntamente com uma onda de calor forte chegando a alguns estados importantes na produção de grãos.

Conforme os últimos mapas meteorológicos divulgados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - as chuvas ainda devem continuar no Meio-Oeste no período de 16 a 23 de julho. Durante o intervalo, alguns estados como Illinois, Indiana e Ohio, poderão acumular entre 25,4 mm a 101,6 mm de chuvas. Por enquanto, ainda não há como saber o impacto das recentes precipitações nas lavouras norte-americanas. Contudo, o mês de julho é considerado o mais importante no desenvolvimento da cultura no país, o que gera mais especulações em relação à safra de milho.

Previsão de Chuvas nos EUA nos próximos 7 dias - Fonte: NOAA

"Na porção mais ao leste do cinturão, o milho apresenta uma condição pior, o que tem dado mais sustentação aos preços. Porém, temos informações desconexas nesse momento, alguns institutos mostram a continuidade das chuvas e outros entendem que deveremos ter uma trégua nas precipitações", explica o consultor de mercado da Agrosecurity Consultoria, Fernando Pimentel.

Segundo as previsões mais alongadas, o clima deverá ficar mais seco no intervalo de 20 a 24 de julho e 22 a 28 de julho. Em meio a essa especulação com o clima norte-americano, os investidores aguardam a divulgação do próximo boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com a atualização das condições das lavouras. O órgão reporta os números na próxima segunda-feira (20).

"O clima mais seco no Meio-Oeste dos EUA deverá ajudar a cultura, embora o tempo mais quente já gera preocupações, pois pode afetar a polinização das lavouras. No início da semana, o USDA apontou que 27% das plantações estavam em fase de espigamento, ou polinização. A média dos últimos cinco anos é de 34%", diz o editor do site Farm Futures, Bob Burgdorfer.

De acordo com dados da Farm Futures, o volume de contratos de milho negociados em Chicago nesta quinta-feira ficou em 715.436 mil.

Exportações semanais

Ainda hoje, o departamento indicou as vendas para exportação da safra velha em 331 mil toneladas até a semana encerrada no dia 9 de julho. Na semana anterior, as vendas da temporada 2014/15 ficaram em 535,2 mil toneladas. Já da safra nova, as vendas somaram no mesmo período, 325,1 mil toneladas, contra as 149,0 mil toneladas indicadas anteriormente.

No total acumulado da temporada, as vendas de milho totalizam 46,886 milhões de toneladas. A projeção do USDA para o intervalo é de 47 milhões de toneladas do cereal.

Safra mundial

Enquanto isso, o clima mundial também segue no radar dos investidores. Isso porque na França as temperaturas permanecem elevadas, o que já resulta em especulações sobre um possível corte na produção. Na Ucrânia, chuvas estão previstas para essa quinta-feira, porém, a perspectiva ainda é de clima mais seco.

Consequentemente, a consultoria Strategie Grains reduziu sua previsão para a produção de milho este ano na União Europeia devido ao tempo seco e quente. A UE deverá colher ao redor de 66,7 milhões de toneladas de milho nesta temporada, uma queda de 700 mil toneladas em comparação com a última estimativa e um recuo de 12% em relação à safra de 2014, quando foram colhidas 75,7 milhões de toneladas do cereal.

Mercado interno

No mercado brasileiro a quinta-feira foi de estabilidade aos preços do cereal. No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em agosto permaneceu estável em R$ 30,00. Já nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no Paraná, as cotações subiram 0,96% e fecharam o dia a R$ 21,00. Nas demais regiões os preços continuaram inalterados.

Nesse momento, os produtores ainda estão atentos com as previsões de chuvas no Sul do Brasil. O estado de Mato Grosso do Sul continua com a colheita do milho safrinha parada, assim como no Paraná. A região de Guaíra (PR) recebeu nas últimas três semanas ao redor de 400 mm de precipitações.

O presidente do Sindicato Rural do município, Silvanir Rosset, destaca que a perda é garantida, principalmente porque há milho brotando e espigas no chão devido ao vento forte. “Ainda não sabemos o percentual, pois não conseguimos entrar na lavoura para fazer a colheita, mas a perda é garantida”, ratifica o presidente.

Em Laguna Carapã (MS), os trabalhos nos campos também foram interrompidos com o excesso de chuvas. Ainda não há como dimensionar os efeitos das precipitações nas lavouras e, consequentemente na produção de milho.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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