Milho: Mercado tem dia técnico e fecha pregão próximo da estabilidade em Chicago

Publicado em 15/07/2015 17:38

As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta quarta-feira (15) com ligeiros ganhos, próximos da estabilidade. Em um pregão volátil, as principais posições do cereal terminaram o dia com alta entre 1,25 e 1,50 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 4,29 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 4,26 por bushel.

De acordo com o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, o mercado fechou a sessão na estabilidade após as quedas registradas no dia anterior. "Tivemos um movimento técnico depois das perdas recentes. Daqui até o próximo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deveremos ver o mercado operando conforme as previsões climáticas no país", explica o analista.

Inclusive, o comportamento do clima nos EUA tem sido a principal variável aos preços do cereal em Chicago. Nos últimos trinta dias, os futuros do milho subiram entre 20% a 22% sustentados, principalmente pelas especulações em relação ao impacto das chuvas nas lavouras norte-americanas.

Conforme dados reportados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, alguns estados como Illinois, Indiana, Ohio, Missouri e Iowa ainda deverão receber chuvas entre os dias 15 a 22 de julho. Ainda nesta quarta-feira, o site internacional Farm Futures divulgou que as tempestades que atravessam os estados de Kansas e Nebraska irão espalhar chuvas na região leste do país ao longo do final de semana.

Previsão de chuvas para os próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

No entanto, as previsões de longo prazo já mostram uma redução nas chuvas no Meio-Oeste dos EUA, o que pode favorecer as lavouras do cereal. Ainda segundo dados do NOAA, nos intervalos de 20 a 24 de julho e 22 a 28 de julho, a tendência é de um clima mais seco no Corn Belt.

Previsão de chuvas para os próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Previsão de chuvas para os próximos 8 a 14 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Diante desse cenário, os investidores ainda aguardam o próximo relatório de acompanhamento de safras do USDA, com a atualização das condições das plantações. Os números serão divulgados na próxima segunda-feira (20). Por enquanto, ainda não há como dimensionar, nem quantificar a extensão e os prejuízos nas lavouras norte-americanas devido à ocorrência das precipitações. É importante destacar que o mês de julho é decisivo para a cultura do cereal.

No último relatório o órgão manteve o índice de lavouras em boas ou excelentes condições em 69%. O percentual de lavouras em situação regular caiu de 23% para 22%. Em contrapartida, o índice de plantações em condições ruins ou muito ruins subiu de 8% para 9% em uma semana.

Para o consultor do agronegócio, Ênio Fernandes, o mercado se mostra mais otimista para o milho. "Em ano de El Niño a chance de ter uma quebra na safra no Hemisfério Norte, destacando a Europa e a Índia, é maior", afirma.

Segundo dados da Farm Futures, o volume de contratos de milho negociados na CBOT nesta quarta-feira foi de 817.982 mil, contra os 443.838 mil contratos registrados no dia anterior. Ainda hoje, os fundos compraram 4 mil contratos depois de vender 18 mil no pregão de terça-feira (14).

Produção de etanol nos EUA

A produção de etanol nos EUA ficou em 984 mil barris diários até a semana encerrada no dia 10 de julho. O número representa uma queda de 3 mil barris se comparado com o volume reportado anteriormente, de 987 mil barris diários. Enquanto isso, os estoques registraram ligeiro recuo e passaram de 19,8 para 19,7 mil barris diários. As informações foram reportadas pela AIE (Agência Informação de Energia).

Mercado interno

A quarta-feira foi de estabilidade aos preços do milho no mercado interno brasileiro, conforme dados levantados pelo Notícias Agrícolas. No Porto de Paranaguá, a saca do cereal para entrega em agosto/15 também permaneceu inalterada em R$ 30,00. Já o milho para entrega em setembro/15 ficou em R$ 31,50 a saca e em outubro, em R$ 32,30 a saca.

Nesse momento, o mercado brasileiro está focado e acompanhando as informações sobre as chuvas no Sul do Brasil. No estado do Paraná, onde as chuvas já ocasionaram estragos, as previsões climáticas ainda indicam precipitações de até 150 mm acumulados no período de 15 a 21 de julho, de acordo com informações da Climatempo. Além do atraso na colheita do cereal, o milho que está pronto nas lavouras pode apresentar problemas em relação à qualidade devido à umidade excessiva.

O cenário também se repete no estado de Mato Grosso do Sul. Na região de Laguna Carapã (MS), os trabalhos nos campos estão parados há 15 dias em decorrência das chuvas constantes. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Luiseu Bortoloci, somente 5% da área cultivada foi colhida até o momento, mas o percentual já deveria estar em 30%.

"No Oeste do Paraná se tivermos mais uma semana de chuvas teremos problemas em relação à qualidade do milho, principalmente com milho ardido e de baixo padrão. No curto prazo, ainda teremos uma pressão nos preços devido à entrada de oferta no mercado, porém, com o aquecimento das exportações poderemos ter melhores oportunidades de comercialização da safrinha", explica Márcio Genciano, consultor de mercado da MGS Rural.

Clique aqui e confira mais informações sobre a safra dos EUA

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

>> MILHO

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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