Milho: À espera do USDA, mercado fecha sessão desta 5ª feira em campo positivo na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram o pregão desta quinta-feira (9) do lado positivo da tabela. Durante os negócios, as principais posições do cereal ampliaram os ganhos e fecharam o dia com altas entre 4,25 e 5,00 pontos. O contrato julho/15 era cotado a US$ 4,21 por bushel, depois de iniciar a sessão a US$ 4,19 por bushel.
Ao longo do dia, o mercado de milho foi sustentado pelas previsões de chuvas no Meio-Oeste dos EUA e também pelas expectativas em relação ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será divulgado nesta sexta-feira (10), conforme dados do site internacional Farm Futures. De acordo com dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - as precipitações deverão continuar sobre o Corn Belt nos próximos 7 dias.
No intervalo dos dias 9 a 16 de julho, alguns estados importantes na produção norte-americana, como Indiana, Ohio e Missouri, os acumulados de chuvas deverão ficar entre 31,75 a 50,80 mm. No caso de Illinois, o volume deverá ficar entre 31,75 a 44,45 mm. A região tem recebido chuvas expressivas, especialmente nas últimas 4 semanas, fator que tem dado suporte aos preços, que recentemente retornaram ao patamar dos US$ 4,00 por bushel. É preciso destacar que julho é o mês da polinização do milho, importante estágio de desenvolvimento da cultura.
Chuvas para os próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Outro fator que também influenciou o andamento dos futuros do cereal no mercado internacional foi o boletim de oferta e demanda do USDA. Durante a semana, os investidores se preparam e ajustaram suas posições para o relatório do departamento norte-americano.
Conforme as apostas dos investidores, a perspectiva é que haja uma revisão nos estoques de milho nos EUA da safra 2014/15. A estimativa é que os números fiquem entre 43,84 milhões e 47,65 milhões de toneladas, com média de 45,95 milhões de toneladas. No último relatório, o número ficou em 47,65 milhões de toneladas.
A produção norte-americana, da safra 2015/16, também deverá ser revista e pode ficar entre 327,42 milhões e 344,57 milhões de toneladas, com média de 340,25 milhões. No mês anterior, o departamento indicou a nova safra norte-americana do cereal em 346,22 milhões de toneladas.
Além disso, os participantes do mercado também esperam um ligeiro ajuste na projeção da produtividade das lavouras de milho. As expectativas estão entre 169,35 e 176,55 sacas por hectare, com média de 174,75 e frente ao último número de 176,55 sacas divulgados em junho.
Já os estoques finais de milho da nova temporada são esperados entre 26,42 milhões e 48,52 milhões de toneladas, com a média de 38,31 milhões. No mês passado, o número ficou em 44,99 milhões de toneladas do grão.
Ainda nesta quinta-feira, o USDA reportou novo relatório de vendas para exportação. Até a semana encerrada no dia 2 de julho, as exportações do milho da safra 2014/15 ficaram em 535,2 mil toneladas, contra as 594,4 mil toneladas indicadas na semana anterior.
No caso da safra 2015/16, as vendas totalizaram 149,0 mil toneladas frente as 238,9 mil toneladas reportadas anteriormente. No acumulado da temporada, as vendas de milho somam 46.209,8 milhões de toneladas, a estimativa do órgão para o mesmo período é de 46.360,0 milhões de toneladas.
Mercado interno
A quinta-feira foi de estabilidade aos preços do milho praticados no mercado brasileiro, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. No Porto de Paranaguá, a saca do cereal para entrega em agosto/15 fechou em R$ 30,00. Apenas em Não-me-toque (RS), a saca subiu 2,33% e fechou o dia a R$ 22,00.
Em relação à produção brasileira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a safra de milho total em 81,81 milhões de toneladas na temporada 2014/15. No mês anterior, a produção foi estimada em 80,21 milhões de toneladas.
Entretanto, há uma preocupação nesse momento devido ao excesso de chuvas observado em importantes regiões produtoras de milho. Em muitas localidades, especialmente dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, as precipitações recentes interromperam os trabalhos nos campos. Consequentemente, a perspectiva inicial é de perda na qualidade do cereal em decorrência dos grãos ardidos.
* Na BM&F Bovespa não houve negociação nesta quinta-feira devido ao feriado estadual da Revolução Constitucionalista em São Paulo.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira: