Céleres eleva estimativa de 2ª safra de milho 2014/15 do Brasil para 51,8 mi t
No 11º acompanhamento de safra de milho 2014/15, a Céleres manteve suas estimativas de área e produção de milho verão em 6,49 milhões de hectares e 32,6 milhões de toneladas (queda de 4,1% em relação a 2013/14), respectivamente.
Para a safra inverno, a Céleres® continua aumentando suas projeções devido ao panorama climático favorável acima do esperado para outono/15. A produtividade do milho inverno para esta safra deverá ser de 5,99 toneladas por hectare, mostrando um avanço de 9,3% na comparação com a safra passada. Assim, a produção será recorde em 2014/15, totalizando 51,8 milhões de toneladas – 7% maior que na última estimativa e 8,5% em relação à safra 2013/14.
Como já observado, em função da boa produtividade e do consequente aumento de estoques finais (segundos nossos dados, avanço de 12% em relação ao ano passado), o mercado deverá estar mais pressionado. Isso, juntamente com o comportamento da demanda externa e do câmbio no segundo semestre, deverão determinar o direcionamento do mercado interno no decorrer de 2015.
CENÁRIO NACIONAL
Ainda que tímida, a colheita da safra de inverno já começa no País. Segundo os dados da Céleres®, a colheita do milho inverno já alcançou 1,5% até o dia 05/06. Mesmo com o atraso no início do plantio, ocorrido em função da demora para colheita das culturas de verão, os níveis pluviométricos acima do normal propiciaram um cenário bastante favorável nas regiões produtoras, sobretudo no Centro-Oeste e no Paraná, o que intensificou o desenvolvimento produtivo das lavouras brasileiras.
De acordo com o acompanhamento de safra elaborado pela Céleres®, até o dia 05/06, o estágio de floração estava praticamente encerrado, a fase de enchimento de grãos em 94,6% ̶ em linha com observado em 2013/14-, enquanto que a etapa de maturação do cereal se encontrava em 28% no mesmo período.
Resultante das boas expectativas para a safra inverno e da disponibilidade do cereal no mercado nacional, as cotações nas praças internas oscilaram, mas, no geral, continuam pressionados. Em Campinas (SP), a saca foi negociada a R$ 22,50 no dia 05/06, registrando queda de 6% desde o início de maio/15. Enquanto que no porto de Paranaguá (PR), o recuo do Real frente ao Dólar e o início do período de maior procura pelo cereal brasileiro sustentaram as cotações, sendo que as negociações finalizaram o dia em R$ 28,35/saca no mesmo dia – valorização de 4% em relação ao mês passado. Vale dizer que, em algumas regiões, as cotações estão abaixo dos preços mínimos definidos pelo governo para essas localidades.
Diante disso, a movimentação no mercado interno em maio/15 foi pequena, com os vendedores buscando melhores remunerações e procurando conjugar a venda da safra inverno com a compra de insumo para a produção do ano seguinte.
A apreensão dos produtores também se dá quanto à estocagem da safra inverno. Com o atraso da comercialização da soja e da cultura de verão, os armazéns de grãos estão cheios, acarretando maiores indefinições para o restante desta temporada.
Neste momento, a pressão do mercado interno está estreitamente relacionada à entrada da safra de inverno, o que deve aumentar a disponibilidade interna e manter os estoques em níveis elevados (em 19,5 milhões de toneladas para 2014/15, que é equivalente a 20,9% do consumo no País, segundo a Céleres®).
Entretanto, um fator altista a ser colocado em análise nos próximos meses é a demanda externa pelo milho nacional. Apesar do volume pouco expressivo nos primeiros cinco meses de 2015 (5,18 milhões de toneladas, segundo os dados do MDIC), o segundo semestre geralmente é caracterizado pela retomada das exportações brasileiras. Segundo as projeções da Céleres®, o País deve vender 21 milhões de toneladas de milho para o exterior neste ano – incremento de 1,6% em relação ao ano passado. Portanto, ainda se espera um volume de 15,8 milhões de toneladas para ser exportado nos próximos seis meses, o que pode diminuir os estoques internos e garantir alguma firmeza às cotações internas neste período.
É importante atentar que a procura pelo milho brasileiro pode ser maior neste ano, em função da expectativa de diminuição da produção norte-americana na próxima safra.
CENÁRIO INTERNACIONAL
Se, por um lado, o clima favorável nos EUA e a boa evolução inicial da safra 2015/16 pressionaram o mercado externo, por outro, a expectativa de redução de área plantada em relação à temporada anterior minimizou as quedas nas cotações em Chicago durante maio/15. Segundo os dados de andamento de safra do USDA, até 07/06, o plantio do cereal naquele país já estava finalizado, e a fase de emergência se encontrava em 91% da superfície total – mesmo percentual registrado nos últimos 5 anos.
Adicionalmente, o desenvolvimento produtivo nas lavouras norte-americanas foi favorável: no mesmo dia, 60% da área estava em boas condições, enquanto que 15% era avaliada em excelente estado, segundo o mesmo órgão.
Em meio à colheita na América do Sul e à confirmação da produção dessa região, as expectativas dos agentes internacionais se voltam para as condições de clima nos Estados Unidos e o respectivo potencial produtivo naquele país.