Milho: Mercado acompanha o clima nos EUA e dólar e fecha semana com valorizações de mais de 2% na CBOT

Publicado em 05/06/2015 17:03

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram a sessão desta sexta-feira (5) em campo negativo. As principais posições da commodity trabalharam dos dois lados da tabela, mas fecharam com quedas entre 2,75 e 3,00 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,60 por bushel, depois de ter operado boa parte do pregão a US$ 3,63 por bushel.

Já no balanço da semana, as cotações do cereal acumularam ganhos entre 2,27% e 2,64%. Nos últimos dias, o andamento da safra norte-americana, juntamente as previsões do clima, e o comportamento do dólar foram os principais fatores que influenciaram o direcionamento das negociações no mercado internacional.

Inclusive, nesta sexta-feira, a valorização do dólar frente outras moedas acabou pesando sobre os preços. Os analistas destacam que, o dólar mais alto acaba comprometendo a competitividade dos produtos norte-americanos.

Em contrapartida, os investidores também acompanham o clima nos EUA. Nesta sexta-feira, o site internacional AccuWeather, depois das tempestades que trouxe granizo, tornados e inundações em parte das Planícies Centrais nesta quinta-feira, esse quadro deveria se estender por mais áreas ao longo de hoje.

Alguns estados como Colorado, Wyoming, Dakota do Sul, Nebraska e Kansas poderiam ser atingidos. Ainda conforme dados do instituto meteorológico, o risco dessas condições adversas de clima devem se encaminhar, aos poucos, para o leste dos Estados Unidos, chegando ao Nebraska, Dakota do Sul, Iowa e Minnesota no início do final de semana.

Frente a esse quadro, os participantes do mercado já especulam sobre possíveis inundações que poderiam atingir as lavouras do cereal. Caso essa previsão se confirme, os analistas destacam que não haveria tempo hábil para fazer o replantio dessas áreas.

Em seu último boletim de acompanhamento de safras, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que o plantio do cereal da safra 2015/16 chegou a 95% da área estimada até o último domingo (31). Em torno de 84% das lavouras de milho já tinham emergido no mesmo período.

Paralelamente, o departamento também informou que, cerca de 74% das plantações estavam em boas ou excelentes condições. 23% apresentavam situação regular e, apenas 3% estavam em condições ruins. O órgão atualiza os números na próxima segunda-feira (8).

Mercado interno

No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro encerrou a sexta-feira (5) a R$ 28,50, com ganho de 2,52%. Apesar da ligeira queda dos preços do cereal no mercado internacional, as cotações encontraram suporte na firmeza do dólar. O câmbio fechou a sessão desta sexta-feira a R$ 3,15, com alta de 0,74%.

Na contramão desse cenário, em Campo Novo do Parecis (MT), o preço da saca recuou 3,45%, com a saca cotada a R$ 14,00. Em Tangará da Serra, também no estado, a queda foi de 6,25 e a saca encerrou o dia a R$ 15,00. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), o dia também foi de recuo nos preços, dá ordem de 1,16%, e a saca do cereal era cotada a R$ 17,00. As informações fazem parte do levantamento do Notícias Agrícolas.

Na região de Santa Helena de Goiás (GO), as cotações giram em torno de R$ 17,00 nesse momento, valor abaixo do preço mínimo fixado pelo Governo para o estado. “É um patamar que, no máximo, irá saldar as dívidas. Nós já estamos vindo de uma safra de verão frustrada, por conta do clima que comprometeu a produção de soja e, estávamos contando com  safrinha”, afirma a produtora rural da região, Elizângela Barbosa dos Santos.

Ainda essa semana, a INTL FCStone estimou a safra brasileira de milho da safra 2014/15 em mais de 80,19 milhões de toneladas. Na segunda safra, o número deverá ficar em 49,77 milhões de toneladas, apesar da redução da área cultivada em algumas localidades.

“Foram registradas chuvas acima da média nos últimos meses, condição que propiciou o bom desenvolvimento das lavouras, mesmo do que foi semeado fora da janela ideal”, explica a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi.

Com isso, a perspectiva é que os estoques de passagem do grão no país totalizem mais de 18 milhões de toneladas no final da temporada. "Deveremos exportar um número próximo de 20 milhões de toneladas. Porém, temos um contexto de grande oferta, o que pode pressionar ainda mais os preços do milho. Teremos que acompanhar a demanda e, principalmente o andamento dos embarques, já que o dólar mais forte acaba favorecendo a competitividade do produto brasileiro", destaca a analista.

Também ao longo da semana, a consultoria AgRural informou que cerca de 48% da safrinha de milho estimada no Centro-Sul do país já foi comercializada antecipadamente. Em abril, o percentual era de 44%. Ainda na avaliação da consultoria, com a queda nas cotações futuras do cereal e a perspectiva de maior oferta no mercado interno deixaram os negócios mais lentos.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, as negociações estão mais adiantadas, uma vez que, o percentual era de 27%. Entre os estados com maior índice de comercialização do grão estão o Mato Grosso, com 66% já negociado, Mato Grosso do Sul, com 50% e o Paraná, com 24%.

Exportações brasileiras

Já as exportações brasileiras de milho totalizaram o mês de maio com volume de 38,8 mil toneladas. A média diária ficou em 1,9 mil toneladas do grão no mesmo período. Em comparação com o mês anterior, o número representa uma queda de 75,6%.

Veja como fecharam as cotações nesta sexta-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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