Milho: Em sessão volátil, preços voltam a recuar na CBOT e julho/15 perde o patamar dos US$ 3,60/bu
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a operar em campo negativo ao longo da sessão desta quarta-feira (3). Por volta das 14h57 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 0,75 e 1,50 pontos. O vencimento julho/15 perdeu o suporte dos US$ 3,60 por bushel e era negociado a US$ 3,57 por bushel.
Durante os negócios, as cotações do cereal encontram suporte na queda do dólar no mercado internacional, conforme destacam as informações das agências internacionais. Além disso, os investidores permanecem atentos aos dados dos institutos meteorológicos. De acordo com o site Farm Futures, tempestades estão se movendo dos estados de Nebraska, Dakota do Sul para Iowa nesta quarta-feira. E, por enquanto, a previsão indica a chegada de um outro sistema de chuvas no próximo final de semana.
"O plantio do milho da safra 2015/16 já está quase concluído nos EUA. Em Iowa, temos 97% e em Illinois, os produtores já finalizaram a semeadura, mas o temor nesse momento, são as chuvas. Se as precipitações se confirmarem e trouxer inundações, pegará as lavouras em germinação, o que poderá acarretar em perdas. E, no caso do milho, a janela de replantio já passou, com isso, poderemos ter impactos de limitação na produtividade das plantas", explicou o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Segundo o último reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o plantio do cereal avançou para 95% até o último domingo. Cerca de 84% das lavouras do cereal já emergiram e o percentual de plantas em boas ou excelentes condições, ficou em 74%, no mesmo período.
Paralelamente, a produção de etanol nos Estados Unidos somou 972 mil barris diários até a semana encerrada no dia 29 de maio. O número ficou levemente acima do registrado na semana anterior, de 969 mil barris diários. As informações foram reportadas pela AIE (Agência de Informação de Energia) nesta quarta-feira. Já os estoques de etanol ficaram estáveis em 20,1 mil barris.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, as cotações do milho também buscam uma reação e a saca, para entrega outubro/15 era negociada a R$ 27,80 ao longo das negociações desta quarta-feira. No dia anterior, a cotação ficou em R$ 27,50 a saca.
Os analistas destacam que, nesse momento, o mercado passa por um momento de pressão, principalmente com o início da colheita da segunda safra de milho no país. Cenário que poderá se agravar com os trabalhos nos campos ganhando ritmo. Em linhas gerais, a perspectiva dos participantes do mercado é de uma produção próxima de 50 milhões de toneladas do cereal.
Ainda assim, a perspectiva é que o quadro registre uma modificação, a partir do segundo semestre, quando, tradicionalmente, as exportações do grão ficam mais aquecidas. "E aí a figura muda, começaremos a seguir o mercado internacional, consequentemente, as cotações poderão chegar a R$ 29,00 ou R$ 30,00 nos portos e os produtores poderiam entre R$ 3,00 a R$ 4,00 a mais, em relação aos atuais patamares praticados nas regiões produtoras, que estão colhendo a safrinha de milho", disse Brandalizze.