Milho: Com alta do dólar, preço em Paranaguá acumula alta de 2,52% na semana e volta ao patamar dos R$ 28,50/sc
No Porto de Paranaguá, a saca do milho, para entrega em outubro, acumulou ganho de 2,52% na semana. E encerrou a sexta-feira (22) negociada a R$ 28,50, uma valorização de 4,78%, em relação ao valor de fechamento da última quinta-feira, de R$ 27,20 a saca. As informações fazem parte do levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, frente à alta do dólar, os produtores conseguiram avançar com as negociações futuras do cereal, principalmente, para entrega nos meses de agosto e setembro. "Tivemos muitos negócios, nos últimos dois dias, com preços para a saca do grão entre R$ 29,50 a R$ 30,00 nos portos do país", explica o consultor. Já o dólar encerrou a sessão de hoje a R$ 3,09, com ganho de 1,73%.
Na contramão desse cenário, no mercado interno, as cotações do cereal despencaram ao longo da semana. Na região de Campo Novo do Parecis (MT), onde foi observada a maior perda, o preço fechou a sexta-feira a R$ 15,00, com desvalorização acumulada de 11,76% na semana. Em na região de Tangará da Serra (MT), a perda semanal foi de 10,53%, com a saca do milho a R$ 17,00. As praças de Não-me-toque (RS) e Jataí (GO), as quedas foram menores, de 2,27% e 2,78%, respectivamente. Em São Gabriel do Oeste (MS), a perda foi de 5,56%, com a saca a R$ 17,00.
"O mercado de curto prazo está muito parado nesse momento, não estamos exportando, então, temos somente a demanda local. E, nesse momento, temos os estoques da safra de verão, é um mercado mais favorável ao comprador. As indústrias estão abastecidas e irão comprar da mão-pra-boca, é um mercado com pouca liquidez", explica Brandalizze.
Por outro lado, o consultor destaca um cenário diferente para o mercado do cereal a partir do segundo semestre, especialmente com as exportações ganhando ritmo. "Em agosto, temos um mercado comprador, estaremos em uma entressafra mundial. E a safrinha, creio que as projeções reportadas estão muito otimistas. Nós apostamos em uma safra em torno de 46 milhões ou no máximo 47 milhões de toneladas do grão. Temos uma área semeada menor nesta temporada, e o MT, maior estado produtor, deverá ter uma produção de 18 milhões de toneladas. Já o PR que iniciou a colheita, por enquanto, a produtividade está dentro da normalidade", ressalta.
Diante das condições climáticas favoráveis, a Agroconsult, estimou a safrinha em 51,4 milhões de toneladas. No mês anterior o número era de 50,4 milhões de toneladas.
Frente a esse quadro, o consultor ainda alerta que, os produtores que segurarem o produto poderão ter melhores oportunidades de negociação. "Nesse momento ainda temos o mercado interno, com indústrias abastecidas. Porém, de agosto em diante, com o mercado interno e as exportações, as empresas nacionais terão que pagar mais pelo produto", orienta Brandalizze.
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Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), a semana foi de extrema volatilidade aos preços futuros do milho, mas o saldo é negativo. As principais posições do cereal acumularam desvalorizações entre 2,02% e 2,40%. Nesta sexta-feira (22), as cotações também recuaram entre 4,50 e 5,00 pontos. O vencimento julho/15 encerrou a sessão a US$ 3,60 por bushel, após iniciar a semana a US$ 3,68 por bushel.
Nos últimos dias, o mercado do cereal encontrou suporte nos ganhos observados no trigo e nos números das exportações semanais. Até a semana encerrada no dia 14 de maio, as vendas para exportação da safra 2014/15 somaram 812,600 mil toneladas do grão, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os investidores apostavam em número ao redor de 620 mil toneladas do grão.
O departamento também anunciou, nesta quinta-feira, a venda de 203,200 mil toneladas do grão para destinos não revelados. Do volume total, em torno de 152,400 mil toneladas deverão ser entregues na safra 2014/15 e o restante, 50.800 mil toneladas, serão entregues no ciclo 2015/16.
Apesar das movimentações positivas pontuais, o bom andamento da safra norte-americana não saiu da atenção dos investidores. Os produtores norte-americanos caminham para a finalização do plantio do cereal da safra 2015/16, já que, até o último domingo, o plantio estava completo em 85% da área prevista para esse ciclo, de acordo com o órgão. Nesta temporada, os agricultores deverão colher em torno de 346,22 milhões de toneladas de milho.
Paralelamente, o clima permanece bastante favorável nos Estados Unidos, o que tem permitido o desenvolvimento favorável da safra norte-americana. "No pregão de hoje, tivemos a pressão nos preços devido ao dólar mais forte, o plantio rápido e a grande umidade nos solos, fatores que pesaram nas cotações de milho e soja", disse Bob Burgdorfer, da Farm Futures.
Por outro lado, os investidores já se prepararam para o feriado prolongado, já que na próxima segunda-feira (25) é feriado no país, os norte-americanos comemoram o Memorial Day. Os negócios deverão ser retomados na terça-feira (26), com isso, os boletins de embarques semanais e acompanhamento de safras, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), também serão divulgados na terça-feira.