Milho: Na CBOT, mercado acompanha ganhos do trigo e encerra sessão em campo positivo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram a sessão desta quinta-feira (14) em campo positivo. As principais posições do cereal ampliaram os ganhos ao longo do dia e exibiram valorizações entre 5,00 e 6,25 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,68 por bushel.
Segundo informações reportadas pelo site internacional Farm Futures, o mercado do cereal encontrou suporte na forte alta registrada nos contratos do trigo. Os contratos da commodity subiram mais de 30 pontos em meio às preocupações com as chuvas nas Planícies dos Estados Unidos.
Outro fator que também contribuiu a elevação nos preços do trigo foi o desempenho das exportações semanais, indicadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Do mesmo modo, a desvalorização do dólar frente à outras moedas, tornou a commodity mais atrativa no mercado internacional.
Ainda no mercado do milho, as previsões de chuvas no Meio-Oeste, a partir de hoje até a próxima segunda-feira, também ajudaram a sustentar as cotações, uma vez que, a situação poderia comprometer os trabalhos nos campos norte-americanos. Até o último domingo (10), cerca de 75% da área projetada para essa safra já havia semeada, conforme dados do USDA.
Contudo, os analistas ponderam que, os trabalhos de plantio do cereal estão chegando ao fim e que o impacto das chuvas não seria tão grande. "Esse é o impacto imediato no mercado, mas no caso do milho, já temos o fechamento da semeadura da safra nos EUA. Então não seria um grande problema para a cultura, ao contrário, poderia ser benéfico para o desenvolvimento das plantas", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
O órgão atualiza os números do progresso da semeadura da safra 2015/16 e as condições das lavouras na próxima segunda-feira (18), em seu novo boletim de acompanhamento de safras.
Em relação às vendas do cereal, os números da safra 2014/15 ficaram em 370 mil toneladas do grão até a semana encerrada no dia 7 de maio. Os números representam uma queda de 56% em relação à semana anterior, na qual foram exportadas 841,8 mil toneladas do grão. Em comparação com a média das últimas quatro semanas, o recuo é de 53%. Da safra nova, as vendas ficaram em 2.600 mil toneladas de milho.
Os analistas ainda sinalizam que outro dado que também influenciou o andamento dos negócios foi a nova projeção da área que será cultivada com o grão nos EUA, realizada pela Informa Economics. A consultoria estimou a área em 35,9 milhões de hectare na safra 2015/16. A estimativa está abaixo do último número do USDA, de 36,1 milhões de hectares.
Mercado interno
As cotações do milho, para entrega em outubro, no Porto de Paranaguá subiram 1,82% nesta quinta-feira e encerraram a R$ 28,00 a saca. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, o dia foi de estabilidade nos preços.
Apesar da que a observada no câmbio que encerrou o dia abaixo dos R$ 3,00, cotado a R$ 2,99, queda de 1,38%, os ganhos em Chicago deram suporte aos preços. Entretanto, no mercado interno, as cotações do cereal permanecem pressionadas nesse momento.
Ainda segundo o consultor, nesse momento, o mercado está mais favorável aos compradores. "Isso porque ainda temos milho da safra de verão e caminhando para uma boa safrinha", diz. A perspectiva é de uma colheita acima dos 50 milhões de toneladas de milho na segunda safra.
Na região de Sinop (MT), as cotações recuaram de R$ 17,00 a R$ 16,00, para R$ 13,00 a R$ 14,00. E, a grande preocupação dos produtores é que os valores praticados se aproximem dos R$ 10,00 a saca, no momento da concentração da colheita, entre os meses de junho e julho, de acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio Galvan.
"Nesse momento, as empresas estão comprando apenas o necessário para tocar a indústria. E os negócios caminham de maneira lenta", explica o presidente.
Porém, mesmo com a desvalorização nos preços, os produtores têm feito alguns negócios com o produto da safra de verão, para quitar as dívidas do mês de maio. "Esse fator também contribui para pressionar negativamente o mercado", sinaliza Brandalizze.
Veja como fecharam as cotações nesta quinta-feira: