Milho: Após duas sessões em alta, preços voltam a recuar na manhã desta 5ª feira em Chicago

Publicado em 07/05/2015 08:15

Depois de duas sessões em alta, as cotações do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a trabalhar na manhã desta quinta-feira (7). Por volta das 7h58 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 2,25 e 5,50 pontos. O contrato maio/15 era cotado a US$ 3,61 por bushel.

Em meio às especulações em relação à safra norte-americana, o mercado voltou a cair. O plantio do milho nos EUA evoluiu 36% na semana passada e atingiu 55% da área projetada até o último domingo (3), conforme dados reportados pelo USDA (Departamento dos Estados Unidos) no início dessa semana.

Paralelamente, as previsões climáticas indicam chuvas para o final dessa semana que deverão favorecer a germinação das plantas, mas também pode afetar o andamento do plantio da safra 2015/16. Nos últimos dias, as cotações cederam e perderam importantes patamares de suporte influenciados por essas variáveis.

Já no dia anterior, os preços esboçaram uma reação, suportadas pelos ganhos observados no petróleo e o dólar mais fraco. Os analistas explicam que, a alta nos preços do petróleo beneficia o cereal, pois torna o etanol, a partir de milho, mais competitivo que a gasolina. Da mesma forma, o dólar mais baixo, acaba tornando as exportações norte-americanas mais competitivas.

Ainda hoje, o USDA irá reportar novo boletim de vendas para exportação, números que podem influenciar o andamento dos negócios. Na semana anterior, o número ficou em 832,5 mil toneladas da safra 2014/15.

Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Em movimento técnico, mercado fecha em alta pelo 2º dia consecutivo na CBOT; maio/15 chega a US$ 3,66/bu

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram a sessão desta quarta-feira (6) em campo positivo. As principais posições do cereal subiram pelo 2º dia consecutivo e terminaram o dia com ganhos entre 3,50 e 5,25 pontos. O contrato maio/15 era cotado a US$ 3,66 por bushel, depois de ter atingido o nível de US$ 3,55 por bushel ao longo do pregão anterior.

Segundo os analistas de mercado, as cotações do cereal buscaram uma recuperação técnica após tocar os patamares mais baixos dos últimos seis meses. As agências internacionais destacam que, o dólar mais fraco também contribuiu para uma reação nas cotações do milho. O mercado perdeu importantes níveis de suporte recentemente, em função das perspectivas em relação à safra norte-americana, evolução de plantio e condições climáticas no país.

Até o momento, cerca de 55% da área projetada já foi semeada com o milho, conforme divulgados no início dessa semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O número surpreendeu os investidores que, apostavam em um percentual mais baixo, de 50%. Na semana anterior, o número estava em 19%, com isso, em uma semana, o progresso no plantio do milho foi de 36%.

"O clima melhorou nos EUA e o plantio está andando muito rápido depois das preocupações iniciais com as chuvas. E, tirando essa recuperação técnica, os fundamentos para o mercado permanecem baixistas, com condições climáticas favoráveis e a demanda nada agressiva ainda", explica o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia.

"Com mais de metade da safra no chão, e cerca de 36% de avanço em apenas uma semana, há especulações de que os agricultores poderão plantar alguns hectares de milho mais do que tinham previsto inicialmente", disse o analista de grão da Brugler Marketing & Management LLC, Alan Brugler, em entrevista ao Agriculture.com.

Por outro lado, as chuvas previstas para o final dessa semana deverão favorecer o desenvolvimento da cultura semeada, porém, também pode afetar o andamento do plantio da safra 2015/16. "Uma nova onda de chuvas deve atingir grande parte da região produtora, podendo resultar em atraso dos trabalhos de campo", diz o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.

Ainda nesta quarta-feira, foram reportadas novas informações a respeito da gripe aviária nos EUA. Segundo dados do site AviSite, a doença já teria afetado mais de 20 milhões de aves no país. Contudo, os analistas destacam que o percentual ainda é pequeno e o problema é mais localizado. "Temos um volume afetado pequeno. Mas se tivermos a confirmação do decreto de emergência em Iowa poderemos ver o mercado recuando um pouco. Por enquanto, vemos o setor de rações ainda firme", disse o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.

Mercado interno

Apesar da ligeira queda no câmbio nessa quarta-feira, o preço da saca do milho, para entrega em outubro, subiu de R$ 28,00 para R$ 28,50 no Porto de Paranaguá. Os preços acabaram encontrando suporte nos ganhos observados no mercado internacional. Já o dólar terminou o dia a R$ 3,04, com queda de 0,88%.

No início dessa semana, os analistas já destacavam que, a movimentação positiva no dólar iria refletir nos preços nos portos brasileiros e, consequentemente, nos valores praticados no mercado interno. Recentemente, as cotações também recuaram em decorrência da desvalorização do câmbio e no mercado internacional.

As boas condições da safrinha brasileira, até o momento, também contribuem para pressionar as cotações, já que a perspectiva é uma colheita ao redor de 50 milhões de toneladas do grão. Além disso, os estoques elevados do grão também são um fator negativo aos preços.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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