Milho: Mercado esboça reação e tenta consolidar movimento positivo na manhã desta 4ª feira
No início da sessão desta quarta-feira (6), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham do lado positivo da tabela, com ligeiros ganhos. As principais posições do cereal exibiam, por volta das 7h37 (horário de Brasília), altas entre 1,50 e 2,25 pontos. O contrato maio/15 era cotado a US$ 3,63 por bushel.
Depois de recuar nos patamares mais baixos desde o mês de outubro, o mercado buscou uma recuperação no final da sessão anterior. Os analistas destacam que, o movimento técnico é normal, após as cotações perderam importantes patamares de suporte recentemente.
Nas últimas semanas, os preços da commodity acumularam perdas expressivas em decorrência das especulações em relação ao clima nos EUA e a evolução no plantio da safra 2015/16. Inclusive, esse é um dos principais fatores de pressão sobre o mercado. No início dessa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou uma evolução semanal de 36% na área cultivada com o milho no país. Com isso, o total cultivado com o grão chega a 55%, até o último domingo (3).
Os analistas ainda destacam que, as condições climáticas serão o foco dos investidores, especialmente entre os meses de junho e julho. E os preços deverão caminhar conforme a produtividade das lavouras de milho norte-americanas.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Após testar as mínimas, mercado exibe ligeira reação e fecha a sessão com leve alta na CBOT
Após recuar em boa parte da sessão desta terça-feira (5), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia com ligeiros ganhos. No final do pregão, as principais posições do cereal reverteram as perdas e fecharam com leves altas entre 1,25 e 2,50 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,61 por bushel, depois de tocar o patamar de US$ 3,55 por bushel.
Para o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, o mercado exibiu um movimento técnico de recuperação após as quedas recentes. "Os preços recuaram nos últimos, testando as mínimas. Os participantes do mercado especulavam que as cotações poderiam chegar a US$ 3,30 a US$ 3,40 por bushel", explica.
Recentemente, o mercado caiu e tocou os menores patamares dos últimos seis meses, em função das expectativas em relação ao avanço do plantio da safra 2015/16 nos Estados Unidos e também das condições climáticas. Inclsuive, nesta terça-feira, o mercado registrou um movimento mais forte de queda em decorrência do progresso na semeadura do cereal.
Em uma semana, o plantio saiu de 19% para 55% da área esperada para essa temporada até o último domingo (3), conforme dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (4). O número é equivalente a uma evolução nos trabalhos nos campos norte-americanos de 36%. Já os investidores apostavam em uma área cultivada ao redor de 50%.
O avanço significativo é reflexo das condições climáticas bastante favoráveis no Meio-Oeste dos EUA registradas na semana anterior. "Contudo a semana recorde no avanço do plantio do milho ocorreu em maio de 1992, com o progresso semanal de 43% na área semeada. O percentual também foi alcançado em maio de 2013", disse Terry Reilly, corretor da Futures International, em entrevista ao Agrimoney.com.
Iowa foi um dos estados em que a semeadura do milho mais evoluiu, em torno de 54% e totalizando 68% da área projetada. Do mesmo modo, os estados de Minnesota, Missouri, Nebraska e Dakota do Norte também registraram um avanço expressivo no plantio do cereal, entre 41% a 45%, em uma semana.
Na contramão desse cenário, os estados de Ohio, Kentucky, Tennessee e Pennsylvania, os trabalhos nos campos estão mais lentos. Em algumas localidades, a semeadura do milho está abaixo da média dos últimos anos, conforme destacam as agências internacionais.
O órgão ainda informou que, cerca de 9% das plantações de milho já emergiram, número pouco abaixo da média dos últimos anos, de 12%. No mesmo período do ano anterior, o número estava em 6%, mesmo percentual registrado na semana passada.
Além disso, as previsões climáticas indicam chuvas para o final dessa semana, o que se confirmado, deverá favorecer o desenvolvimento da cultura no país. Paralelamente, o cenário também poderá afetar o ritmo do plantio do grão, já que as precipitações podem interromper os trabalhos nos campos. "A previsão de chuvas nos próximos cinco dias poderá afetar o cultivo do grão, principalmente nos estados mais ao Norte do Corn Belt", explica Reilly.
Diante desse quadro, o consultor em agronegócio sinaliza que o clima será o foco do mercado, especialmente nos meses de junho e julho. "Ainda estamos plantando e não temos certezas sobre a produção. Com isso, devemos destacar o direcionamento dos preços irá depender da produtividade das lavouras norte-americanas. Se tivermos rendimentos mais altos, deveremos ter valores mais pressionados, porém, se tivermos uma produtividade mais baixa, as cotações podem subir. Temos que acompanhar também o que as regiões Sul e Leste dos EUA irá semear com o grão, temos atrasos em algumas localidades, como Ohio e Kentucky", acredita Fernandes.
Em relação à gripe aviária, o consultor ressalta que ainda é um problema mais localizado no país. "Ainda temos um volume afetado pequeno. Mas se tivermos a confirmação do decreto de emergência em Iowa poderemos ver o mercado recuando um pouco. Por enquanto, vemos o setor de rações ainda firme", diz.
Mercado interno
Em Paranaguá, a saca do milho, para entrega em outubro/15 permaneceu em R$ 28,00, de acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Apesar da tentativa de recuperação nos valores no mercado internacional, a queda observada no dólar limitou o andamento das cotações. A moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 3,07, com perda de 0,39%.
O consultor ainda afirma que, os produtores brasileiros, principalmente das regiões de PR, GO e MT ousaram mais e estenderam o plantio do milho safrinha. E, até o momento, o clima tem sido favorável ao desenvolvimento da cultura na maior parte das regiões produtoras no país. Tanto é que, algumas consultorias já estimam uma segunda safra próxima de 50 milhões de toneladas na safrinha.
"Se não tivermos uma alta do dólar ou uma geada, no PR ou no MS, poderemos ter preços mais pressionados. E é preciso lembrar que temos estoques elevados, ao redor de 15 milhões de toneladas. Ainda assim, o produtor brasileiro pode ser salvo por um algum problema na safra dos EUA. Porém, aos agricultores que ainda não negociaram muito da safrinha, a orientação é que participem dos próximos rallies do mercado para reduzir a exposição ao risco. Já quem negociou um volume maior pode esperar um pouco mais", finaliza Fernandes.