Milho: Em Chicago, preços recuam frente à perspectiva de clima favorável para as lavouras nos EUA

Publicado em 04/05/2015 16:58

A sessão desta segunda-feira (4) foi negativa aos preços futuros o milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Mais uma vez, as principais posições da commodity encerraram o pregão do lado negativo da tabela, com perdas 1,00 e 2,50 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,58 por bushel, contra os US$ 3,59 por bushel observado no fechamento da última sexta-feira (1).

Conforme dados reportados pelas agências internacionais, o mercado recuou frente às perspectivas de que as chuvas, previstas para o final dessa semana, irão contribuir para as lavouras recém-cultivadas nos Estados Unidos. Além disso, os participantes do mercado também acompanham a evolução na semeadura da safra 2015/16 no país.

Em meio ao clima favorável observado na semana anterior, os investidores apostam em um avanço significativo nos trabalhos nos campos norte-americanos. Com isso, a projeção é que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indique o cultivo do milho completo em 50% da área projetada para essa temporada. O órgão atualiza os números do acompanhamento de safras em seu novo boletim, que será divulgado nesta segunda-feira, após o fechamento do pregão.

Em algumas localidades dos estados de Iowa e Illinois, os produtores relataram que, em torno de 60% a 80% da área estimada para essa safra já teria sido semeada.

Paralelamente, os embarques semanais ficaram em 1.051,07 milhão de toneladas até o dia 30 de abril, de acordo com informações do USDA. O percentual ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 1.293,99 milhão de toneladas. No total acumulado do ano comercial, iniciado em 1º de setembro, os embarques somam 27.654.10 milhões de toneladas, contra as 29.243.73 milhões de toneladas do ano comercial anterior.

"No caso do milho, o mercado está andando de lado em Chicago, já que, nesse momento, não mostra nenhuma grande corrida de preços, pois a comercialização está mais calma e não dá indicativos de que irá ficar acima do projetado. E as condições de clima não mostram grandes problemas, ainda temos um período de três semanas para finalizar a semeadura do grão dentro da janela ideal no país", afirma o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Por outro lado, a demanda internacional de milho permanece em ritmo normal, conforme destaca o consultor. "O mercado olha a safra da Argentina, que chega em boas condições e os números, por enquanto, indicam que a safra será melhor do que o esperado inicialmente. E a safrinha de milho do Brasil também caminha bem", completa Brandalizze.

Outro fator que está sendo observado pelo mercado e também foi citado pelas fontes internacionais é o agravamento da gripe aviária nos EUA. De acordo com dados do site Farm Futures, a variável continua a pairar sobre o mercado do cereal e um novo surto foi relatado em Iowa na semana anterior. Inclusive, o estado já teria decretado estado de emergência por conta do cenário.

Mercado interno

A cotação do milho no Porto de Paranaguá permaneceu estável em R$ 28,00 a saca, para entrega em outubro/15, nesta segunda-feira. Apesar da forte alta do dólar, que encerrou a sessão de hoje com ganho de 2,56%, negociado a R$ 3,08, as perdas registradas no mercado internacional limitaram os ganhos nos preços.

Contudo, o consultor destaca como positiva a alta do dólar aos preços do cereal nesse início de semana. "A valorização do câmbio reflete nos preços praticados nos portos brasileiros, que podem voltar ao patamar dos R$ 30,00 a saca, o que obriga o mercado interno a corrigir os valores praticados. Iniciamos a semana com o mercado um pouco mais acomodado, porém, mais alto do que o observado nas duas últimas semanas de abril, com ganho de até R$ 1,00 dependendo da praça", ressalta.

Para compor o cenário, o consultor também diz que as cotações no mercado brasileiro, assim como no internacional, já chegaram ao fundo do poço. "Por isso, quem puder segurar o produto e vender mais adiante pode ter melhores oportunidades. Já a safrinha está bem negociada, mas ainda não é o momento de retomar a comercialização", finaliza Brandalizze.

Veja como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> MILHO

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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