Milho: Em meio à estimativa de avanço no plantio nos EUA, mercado tem novo dia de queda na CBOT
Nesta quinta-feira (30), os preços futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão com leves perdas. Durante as negociações, os futuros da commodity até esboçaram uma reação, porém, o movimento não foi sustentado e as cotações terminaram o dia com quedas entre 1,25 e 2,00 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,62 por bushel.
Em meio às projeções de avanço no plantio do milho norte-americano, as cotações recuaram cederam no mercado internacional. Diante do clima mais favorável ao longo da semana, a estimativa é que os produtores tenham conseguido evoluir com a semeadura do grão. Somente nessa semana, a aposta do mercado é que haja um avanço de 31% na área cultivada com o cereal. Com isso, até o dia 8 de maio, a semeadura do grão poderá atingir 50% da área prevista para esse ciclo.
Até o último domingo, em torno de 19% da área havia sido semeada, conforme dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão atualiza os números na próxima segunda-feira (4), em seu novo relatório de acompanhamento de safras.
Entretanto, já é destaque no noticiário internacional que as chuvas previstas para a próxima semana, se confirmadas, poderão interromper a semeadura do cereal no país. "Precipitações são previstas no início da próxima semana, nas planícies e parte do Cinturão Produtor de milho, o que deverá manter os produtores fora dos campos", disseram os meteorologistas em entrevista ao Agriculture.com. As chuvas deverão ocorrer principalmente no leste de Nebraska, Iowa, sul de Wisconsin e norte de Illinois.
Além disso, as quedas nos preços futuros da soja e do trigo no mercado internacional acabaram pesando sobre os preços do milho. Nesta quinta-feira, as cotações da oleaginosa perderam mais 10 pontos nos principais vencimentos, enquanto que, no trigo, as perdas ficaram entre 8,75 e 10,25 pontos.
Por outro lado, as vendas para exportação, referência safra 2014/15, somaram 832,5 mil toneladas até o dia 23 de abril. O número representa queda de 4% em relação ao percentual anterior, de 867,9 mil toneladas. Contudo, em comparação com a média das últimas quatro semanas, o número é equivalente a um crescimento de 33%. O Japão foi o principal comprador do grão norte-americano, com 353,5 mil toneladas.
As vendas da safra 2015/16 totalizaram 113,3 mil toneladas de milho, contra 6,2 mil toneladas da semana anterior. No acumulado do ano, as vendas somam 40.316,8 milhões de toneladas, frente as 45.720,0 milhões de toneladas estimadas pelo departamento norte-americano. Os participantes do mercado estimavam as vendas entre 500 mil a 900 mil toneladas do grão.
Mercado interno
O preço da saca do milho, para entrega em outubro/15, praticado no Porto de Paranaguá registrou uma valorização positiva de 3,70%, nesta quinta-feira. As cotações subiram de R$ 27,00 para R$ 28,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, o dia foi de estabilidade.
Apesar do recuo nos preços no mercado internacional, a forte valorização do câmbio acabou dando suporte aos preços. A moeda norte-americana encerrou o dia acima dos R$ 3,00, a R$ 3,01, com ganho de 1,86%. O dólar subiu em decorrência decorrente da alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e em reação ao resultado fiscal mais fraco do governo brasileiro durante o mês de março, conforme dados do site G1.
Os analistas ainda destacam que, nesse momento, as negociações no mercado interno estão mais lentas. Cenário reflexo do bom andamento da safrinha brasileira, o que acaba dando tranquilidade aos compradores. Na maior parte das regiões produtoras, as chuvas têm aparecido e beneficiado o desenvolvimento da cultura.
Consequentemente, a perspectiva é de uma segunda safra cheia, após as especulações em relação à área e tecnologia empregada, em função do atraso na cultura da soja. De acordo com a estimativa da Consultoria Céleres, os produtores poderão colher mais de 50 milhões de toneladas de milho na safrinha.
"Nesse momento, temos os compradores retraídos, o dólar mais baixo e Chicago parado. Os produtores devem ficar de fora do mercado e aguardar melhores oportunidades de comercialização", orienta Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Confira como fecharam as cotações nesta quinta-feira: