Milho: Com perspectiva de evolução no plantio norte-americano, mercado tem novo dia de queda na CBOT

Publicado em 27/04/2015 09:30

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta segunda-feira (27) em queda. Por volta das 9h17 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 1,50 e 1,75 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,63 por bushel.

O mercado dá continuidade ao movimento negativo, após fechar o pregão da última sexta-feira (24), com perdas entre 6,25 e 7,00 pontos, nas mínimas dos últimos cinco anos. No acumulado da semana, os contratos da commodity registravam desvalorizações entre 3,24% e 3,91%.

Os analistas destacam que as cotações futuras têm sido pressionadas pela expectativa de avanço no plantio do milho nos Estados Unidos. Com o clima mais favorável, a perspectiva é que os produtores norte-americanos tenham conseguido evoluir com o cultivo do grão. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de acompanhamento de safras.

Além disso, o órgão também irá divulgar o relatório dos embarques semanais, importante indicador da demanda. Na semana anterior, os números ficaram em 1.068,19 milhão de toneladas de milho.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: Mercado fecha na mínima dos últimos cinco meses na CBOT, com avanço no plantio dos EUA

As principais posições do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão desta sexta-feira (24) em campo negativo, nos menores patamares dos últimos cinco meses. Ao longo dos negócios os futuros da commodity ampliaram as perdas e terminaram o dia com quedas entre 6,25 e 7,00 pontos. O vencimento maio/15 encerrou a US$ 3,64 por bushel, abaixo do patamar de suporte de US$ 3,70 por bushel.

A semana também foi negativa aos preços, já que as cotações acumularam desvalorizações entre 3,24% e 3,91%. Segundo informações dos analistas, as previsões de melhora no clima nos EUA, com a possibilidade de avanço no plantio do grão pressionaram as cotações. "Nesse momento, temos o cultivo do grão caminhando em bom ritmo no país e a onda de frio, que estava prevista para essa semana, não foi confirmada", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Até o momento, os dados do Serviço de Meteorologia do país indicam que, nos próximos 6 a 10 dias, o clima deverá continuar mais seco no Meio-Oeste. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o editor do site norte-americano Agriculture.com, Mike McGinnis, reportou que até o dia 8 de maio, a perspectiva é que 50% da área tenha sido cultivada com a safra (de grãos), conforme as projeções dos participantes do mercado.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza as informações no novo boletim de acompanhamento de safras, que será divulgado na próxima segunda-feira (27). O plantio do cereal estava completo em 9% da área até o último domingo (19). Abaixo da média histórica dos últimos cinco anos, de 13%.

Além disso, outro fator que também influenciou negativamente os preços do milho ao longo da semana foi o agravamento da gripe aviária nos EUA. "Por enquanto, esse é um problema localizado, mas que pode afetar a demanda pelo cereal", segundo relata Brandalizze.

"Do mesmo modo, as informações de incremento nas exportações de milho da Argentina, em mais de 3,5 milhões de toneladas, também contribuiu para pressionar as cotações do milho nos últimos dias no mercado internacional", disse o analista de mercado da Farm Futures, Bob Burgdorfer.

Contudo, o consultor de mercado sinaliza que com o contrato maio/15 abaixo dos US$ 3,70 por bushel, há uma pressão compradora grande no mercado. "Abaixo desse patamar o mercado volta a ser comprador", ressalta. Ainda hoje, o USDA anunciou a venda de 121,400 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. O volume deverá ser entregue na temporada 2014/15.

Mercado interno

No mercado interno brasileiro, a semana também foi de queda nos preços do milho. Em Jataí (GO), foi registrada a maior perda, uma vez que, as cotações recuaram 9,09%. Na região de Londrina e Ubiratã, ambas praças do Paraná, os valores caíram 3,45% durante a semana.

Na região de Campo Novo do Parecis (MT), os preços da saca do cereal recuaram 2,78%. Nas demais praças a semana foi de estabilidade aos preços, de acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. No Porto de Paranaguá, a queda foi de 1,75%, com a saca a R$ 28,00, em relação ao patamar de fechamento do dia anterior.

O pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, nesse momento, o mercado está invertendo a tendência para os preços. "Em março, tínhamos um ambiente diferente, com expectativa de redução na área cultivada com o milho na segunda safra. Mas, agora o cultivo da safrinha superou todas as expectativas e a perspectiva é de uma boa produção. E temos os estoques elevados, com isso, temos um cenário em que a oferta passa a prevalecer sobre a demanda", afirma.

Na região de Mineiros (GO), os produtores conseguiram fazer contratos de até R$ 21,00 no início da temporada. "Nesse momento, as cotações recuaram e a saca está cotada a R$ 18,00. Já a safra, apesar de 25% da produção ter sido cultivada fora da janela ideal, caminha bem", sinaliza o presidente do Sindicato Rural do município, Fernando de Carvalho Mendonça.

O cenário se repete em Canarana (MT), as chuvas se alongaram e ainda beneficiam o desenvolvimento da cultura. O presidente do Sindicato Rural, Arlindo Cancian, estima que o rendimento médio das plantas fique acima da média do Estado, de 80 sacas de milho por hectare.

Paralelamente, o pesquisador destaca que as negociações de contratos antecipados para exportação permanecem em níveis satisfatórios. "Temos uma média em abril de R$ 29,00 por saca para embarque entre agosto, setembro e outubro. São níveis bons, porém, estão abaixo do registrado em fevereiro e março, que tiveram cotações de até R$ 30,00/sc", ressalta.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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