Milho: Mercado registra nova sessão de leves baixas em Chicago nesta 3ª feira
Nesta terça-feira (21), os futuros do milho operam, mais uma vez, com ligeiras baixas na Bolsa de Chicago. Por volta das 9h40 (horário de Brasília), as cotações perdiam pouco mais de 3 pontos, dando continuidade ao movimento do mercado nas última sessões. Assim, o contrato julho/15 era negociado a US$ 3,81 por bushel. Já o dezembro/15 ainda se aproxima dos US$ 4, mas não tem conseguido se manter nesse patamar.
O mercado trabalha hoje com os últimos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre o acompanhamento de safras da temporada 2015/16 e o índice de plantio do milho no país ficou abaixo das expectativas.
Até o último domingo (19), o plantio do cereal já estava concluído em 9% da área. Na semana anterior, o total era de 2% e no mesmo período de 2014, o índice era de 6%. A média dos últimos cinco anos, por outro lado, é de 13%.
Apesar disso, de acordo com o analista de mercado Bryce Knorr, do site norte-americano Farm Futures, apesar de um clima ainda desfavorável para os trabalhos de campo da safra 2015/16, os amplos estoques da temporada anterior ainda pressionam as cotações em Chicago.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: Mercado avalia avanço no plantio norte-americano e encerra pregão com leves quedas em Chicago
Na sessão desta segunda-feira (20), as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia em campo negativo. As principais posições da commodity finalizaram o pregão com perdas entre 1,75 e 2,00 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,78 por bushel, após ter iniciado o dia a US$ 3,79 por bushel.
Segundo informações reportadas pelo site internacional Farm Futures, o mercado registrou leve recuo frente ao avanço no plantio do cereal nos EUA na última semana. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de acompanhamento de safras e a expectativa dos participantes do mercado é que o órgão aponte o cultivo completo em 12% da área estimada.
No primeiro relatório, divulgado na semana anterior, o percentual cultivado era de 2%. Número abaixo da média histórica dos últimos cinco anos, de 5%. E o foco dos investidores ainda permanece no comportamento do clima no país. As chuvas ainda devem aparecer nos próximos dias, principalmente em Iowa, Nebraska e no Kansas. Precipitações também são previstas para Wisconsin e Illinois.
Além disso, as previsões indicam uma onda de frio para o Meio-Oeste dos EUA essa semana, especialmente entre quarta e quinta-feira. "As temperaturas com 5 a 10 graus acima da média dos últimos dias passarão agora a ser de 5 a 10 graus abaixo da média para o período nos próximos 7 a 10 dias", conforme explicou o meteorologista sênior do site Accuweather, Matt Rinde.
Caso, a previsão seja confirmada, poderá afetar o andamento da semeadura do milho norte-americano. Na visão do consultor de mercado da FCStone, Glauco Monte, um possível atraso no plantio pode representar possíveis problemas em relação ao rendimento das lavouras mais adiante. "De certa maneira, com um possível atraso no milho, os produtores poderiam migrar para a cultura da soja", afirma.
Ainda de acordo o consultor, a tendência é que os preços do milho permaneçam próximos dos patamares observados no anterior, sem grandes modificações. "Isso porque temos uma recomposição nos estoques nos EUA e a demanda por milho, a maior vem do setor de etanol, mas está estagnada, já chegou ao topo. Há a demanda por ração, porém, também temos outras produções ao redor do mundo. Sem uma quebra na safra, os preços deverão permanecer sem grandes alterações", ratifica.
Enquanto isso, os embarques semanais subiram em relação à semana anterior. Até o dia 16 de abril, os produtores norte-americanos embarcaram 1.068,19 milhão de toneladas de milho, contra 859,247 mil toneladas reportadas anteriormente. As informações foram reportadas pelo USDA na manhã desta segunda-feira.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro/15 recuou 1,75%, para R$ 28,00 nesta segunda-feira. Em Não-me-toque (RS), as cotações também caíram 2,22%, para R$ 22,00 a saca, em Ubiratã (PR), a queda foi de 2,40%, com a saca do cereal negociada a R$ 20,30. Na região de Tangará da Serra (MT), a queda foi mais expressiva, de 4,76%, e a saca do milho encerrou o dia a R$ 20,00.
Em Campo Novo do Parecis (MT), os preços também recuaram, em torno de 5,26%, para R$ 18,00 a saca. Na contramão desse cenário, em São Gabriel do Oeste (MS), o dia foi de alta, de 5%, com a saca a negociada a R$ 21,00. As informações foram apuradas pela equipe do Notícias Agrícolas.
É consenso entre os analistas que, nesse momento, as negociações são mais lentas. Até a terceira semana de abril, as exportações brasileiras somaram 79,8 mil toneladas do grão, com média diária de 6,6 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o número representa uma queda de 78,3%. Os dados foram reportados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Já a safrinha apresenta boas condições, nas principais regiões produtoras do país. Em Astorga (PR), as chuvas têm beneficiado o desenvolvimento da cultura e a expectativa de produtividade está em 100 sacas do grão por hectare.
O cenário se repete na localidade de Dourados (MS), onde o rendimento médio esperado está entre 80 a 100 sacas de milho por hectare. O preço está entre R$ 17,50 a R$ 18,00 a saca, já os custos estão próximos de R$ 1.600 por hectare. Relação que, na visão do presidente do Sindicato Rural do município, Lúcio Damalia, deixa uma margem ajustada aos agricultores.
"Além dos preços internacionais, temos uma previsão de uma produção melhor. No contra peso temos o dólar, que apesar da queda recente, continua no patamar dos R$ 3,00, o que contribui com as exportações", destaca Monte.