Milho: Em Chicago, preços operam com ligeira queda na manhã desta 5ª feira
Após dois dias consecutivos de ganhos, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a operar em queda na manhã desta quinta-feira (16). Por volta das 7h38 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam quedas entre 1,50 e 1,75 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,74 por bushel.
Nos últimos dias, os futuros da commodity têm sido direcionados pelas previsões climáticas nos EUA, uma vez que os produtores já iniciaram o plantio do grão. Até o último domingo, cerca de 2% da área esperada para essa safra já havia sido cultivada, contra uma média de 5% observada nos últimos cinco anos.
Ainda há uma preocupação em relação às condições climáticas no país, o que gera especulações no mercado, já que, com o atraso nos trabalhos nos campos, os produtores norte-americanos poderiam migrar para outras culturas, como a soja. Contudo, as agências internacionais destacam que os agricultores têm capacidade para plantar grandes áreas em curto espaço de tempo.
Outra variável que pode influenciar o mercado nesta quinta-feira é o relatório de vendas para exportação. O boletim será reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na semana anterior, os números somaram 702,6 mil toneladas do grão.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Mercado testa recuperação e fecha pregão em alta pelo 2º dia consecutivo em Chicago
No pregão desta quarta-feira (15), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam com leves ganhos. Pelo segundo dia consecutivo, as principais posições do cereal fecharam a sessão do lado positivo da tabela, com altas entre 1,50e 2,50 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,76 por bushel.
Em meio às perdas recentes, o mercado exibe, desde ontem, uma tentativa de recuperação, com um movimento de recompra de posições por parte dos fundos de investimentos. Contudo, o foco dos participantes do mercado é ainda é o clima nos Estados Unidos, fator que dará direcionamento aos preços da commodity, conforme ressaltam os analistas.
Frente ao alto índice de umidade em importantes localidades produtoras no país, como o Sul, Sudeste e parte Leste do Cinturão Produtor, o plantio do milho da safra 2015/16 caminha de forma mais lenta nesse momento. Até o último domingo, apenas 2% da área projetada havia sido cultivada com o grão, segundo reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
"O clima nos EUA será de extrema importância no direcionamento dos preços do milho. Teremos que acompanhar os relatórios diários com as previsões climáticas, assim como, os boletins de evolução de plantio da safra 2015/16 no país", destaca o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.
Ainda assim, os sites internacionais ponderam que, apesar do início da semeadura mais lento, os produtores norte-americanos conseguiriam avançar com os trabalhos nos campos, caso o clima colabore. Cenário decorrente os investimentos em tecnologia, especialmente os maquinários.
Além disso, nesta quarta-feira, os futuros do cereal também acompanharam a movimentação positiva observada no mercado da soja. As principais posições da oleaginosa no mercado internacional terminaram o dia com altas entre 3,25 e 4,75. No entanto, ao longo do dia, as cotações registraram ganhos de mais de dois dígitos.
Já a produção de etanol nos EUA recuou pela terceira semana consecutiva. De acordo com dados da AIE (Administração de Informação de Energia), a produção de etanol chegou a 924 mil barris por dia até a semana anterior. O número representa uma retração de 12 mil barris diários em comparação com o reportado anteriormente. Os estoques de etanol no país registraram leve aumento, de 20,5 milhões de barris, na semana anterior, para 20,6 milhões de barris.
O cenário acaba elevando as preocupações, por parte dos produtores norte-americanos, quanto a uma possível perda de competitividade do produto com a gasolina em meio aos preços mais baixos do petróleo.
Mercado interno
A cotação da saca do milho praticada no Porto de Paranaguá permaneceu estável, em R$ 28,00 para entrega em outubro/15, nesta quarta-feira, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Ao longo do dia, a cotação chegou a esboçou uma reação ao atingir o patamar de R$ 28,50, mas encerrou na estabilidade.
Na visão do analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, relata que, no curtíssimo prazo, entre abril e maio, os produtores brasileiros poderão ter melhores oportunidades de negociação para o cereal. “Nesse momento, temos um mercado de especulação climática com a safra de inverno no Brasil, principalmente com possibilidade de geadas no Paraná e Mato Grosso do Sul. Com isso, criam-se condições para os agricultores que ainda não fizeram vendas participarem do mercado”, ratifica.
Entre os meses de junho até agosto, o mercado deverá passar por um momento de preços mais pressionados frente à chegada da segunda safra no mercado. Movimento considerado natural e pontual pelo analista. “De agosto em diante, com o aquecimento das exportações, deveremos ter um mercado mais firme. Situação decorrente da demanda doméstica e externa, que permanece bastante firme, principalmente do setor de ração animal”, destaca Galvão.
Contudo, o analista ressalta que os produtores brasileiros poderão colher até 50 milhões de toneladas de milho na safrinha, caso o clima permaneça favorável. Na região de Sorriso (MT), apesar da redução na área cultivada e cerca de 35% da produção ter sido semeada fora da janela ideal, a perspectiva para essa safra é positiva.
“As precipitações precisam se prolongar até maio, o que não é normal para a nossa região. Isso porque, temos ao redor de 35% da safra que foi semeada fora da janela ideal devido ao atraso na cultura da soja. Caso as chuvas se confirmem, poderemos ter uma produtividade média em torno de 90 sacas por hectare, número próximo da média da safra anterior, de 96 sacas por hectare”, afirma o presidente do Sindicato Rural do município, Laércio Pedro Lenz.
Por enquanto, a projeção para a segunda safra de milho da consultoria é de 47,9 milhões de toneladas. Já a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em seu último boletim, estimou a produção em 48.689,5 milhões de toneladas do cereal.