Milho: Leve alta do dólar estimula preços em Paranaguá e mercado fecha com R$ 29,50/sc nesta 3ª feira
Os preços do milho praticados na Bolsa de Chicago fecharam a sessão desta terça-feira (7) próximos da estabilidade, porém, apresetando ligeiras baixas. Os principais vencimentos encerraram o dia com perdas de 2 pontos e apenas o dezembro/15 acima dos US$ 4,00 por bushel.
Paralelamente, no mercado futuro brasileiro, as cotações do cereal também recuaram. No pregão desta terça, na BM&F, o contrato maio/15 fechou o dia perdendo 1,8% e terminou com R$ 27,76 por saca; já o contrato setembro ficou em R$ 28,91, com baixa de 1,16%. Em contrapartida, o preço do milho no porto de Paranaguá subiu 1,03%, motivado, entre outros fatores, pela ligeira alta do dólar frente ao real, e fechou o dia com R$ 29,50 por saca para a entrega outubro/15.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, os preços seguem caminhando de lado com os traders agurdando pelos novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga na próxima quinta-feira, 9 de abril.
Uma das expectativas para esse boletim é de que os estoques finais norte-americanos sejam revisados para cima e cheguem à marca de 47,02 milhões de toneladas, contra 45,14 milhões estimadas no boletim de março. Os estoques finais do cereal estão sendo esperados em algo próximo de 186,91 milhões de toneladas, contra as 185,25 milhões do reporte anterior.
Por outro lado, o mercado ainda segue atento ao início da nova safra de grãos nos Estados Unidos e o plantio do milho que já começou em algumas regiões sofre com algumas adversidades climáticas. Na próxima semana, o departamento norte-americano reporta seu primeiro relatório sobre de condições dos trabalhos de campo e o mercado também se mostra ansioso por essas informações.
"O plantio da primavera deve começar, efetivamente, em uma semana ou um pouco mais e isso deverá desviar a atenção do mercado para o clima durante a primavera norte-americana. Até agora, não há nenhuma complicação severa sendo registrada, com os níveis de umidade do solo de importantes estados americanos como Iowa, Illinois e Indiana se recuperando", explicou o analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures, Bob Burgdorfer.
Apesar disso, para Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora, o cenário de perspectiva para os preços internacionais do milho ainda é positivo, principalmente em função de uma demanda ainda aquecida por etanol nos EUA. "O comportamento de demanda para o uso de combustível nos Estados Unidos será importante para o produtor entender que poderá haver uma redução dos estoques em função da demanda local e, portanto, isso fará com que os preços na Bolsa de Chicago devem manter uma estabilidade ao redor de US$ 3,65 a US$ 3,80 por bushel", diz.
Mercado Interno
Para o mercado interno, a expectativa de Mariano é de que os preços do cereal também se mantenham sustentados. "A sazonalidade mostrou que os estoques que deveriam ser muito maiores em estados produtores importantes como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e até mesmo o Paraná, tiveram um demanda local muito forte e isso acabou enxugando a oferta, que ficou um pouco mais restrita", explica.
Além disso, há ainda as preocupações com a segunda safra brasileira, uma vez que o risco climático ameaça a produtividade do milho, já que em muitos locais as lavouras foram implantadas fora da janela ideal de plantio, o que poderia, inclusive, segundo o analista, limitar as vendas atencipadas desse produto.
"O produtor não fará uma venda antecipada porque teme que sua produtividade não será a mesma de anos anteriores, portanto, essa restrição de oferta poderá fazer com que o mercado do milho se mantenha em alta, até mesmo adequado pelo mercado cambial, embora não tenhamos uma exportação tão elevada assim", acredita Mariano. "O câmbio para o produtor de milho, nesse momento, é um aliado", completa.
Dólar - Nesta terça-feira (7), o dólar fechou o dia com leve alta sobre real, de 0,38% a R$ 3,1341 e interrompeu uma série de cinco sessões consecutivas de baixas. Nesse período, a queda acumulada passou de 3,5%. "Teve diminuição das pressões lá fora e aqui, mas o cenário ainda é volátil", disse o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria à agência Reuters.